Capítulo 16 - O Gosto amargo da vida.

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   No dia seguinte aos acontecimentos da academia Lonhart, Gregory e Nalim estavam internados no mesmo quarto de hospital, assistindo ao noticiário. O rapaz era dono de vários hematomas pelo corpo, incluindo uma boca cheia de cortes e um olho roxo; Nalim também tinha alguns machucados, porém as feridas mais notáveis eram seu braço esquerdo deslocado, que contava com uma tipóia de apoio e a ferida da bala em seu peito.

— A explosão do local foi forte o suficiente para transformar a maioria dos corpos em pó, principalmente os que estavam próximos da torre... — A Repórter pausou por um momento, emocionada com o que aconteceu. — Esse é um dos maiores massacres do nosso Estado...

Gregory desligou a televisão no mesmo instante, permanecendo calado desde o momento em que foi internado; Nalim seguia chorando em sua cama, tentando fazer silêncio em meio aqueles soluços que nunca paravam.

— Nalim, me desculpe, se não fosse por mim, todos ainda estariam vivos... — O Skondreano enfim desabafou, prendendo sua visão no teto. — Eu influenciei todos e só por isso estamos nessa situação, nessa maldita situação.

— Não, Greg, isso não tem nada a ver, somos livres para fazermos o que quisermos, se temos que culpar algo ou alguém, são aqueles três desgraçados da Liga. — Nalim respondeu, fitando o rapaz na cama ao lado.

— Como você está? — Perguntou Gregory, a encarando nos olhos.

— Eu não sei o que responder, minha mente ainda tá embaraçada e eu não consigo parar de chorar, sinto um vazio enorme no meu peito. — A Morena prosseguiu. — Ainda não tô acreditando que tudo isso aconteceu...

Assim que Nalim terminou de falar, os seus amigos entraram no quarto. Bray e os demais já estavam bem melhores fisicamente em relação a Gregory e Nalim, com exceção de Tálita que estava com o pulso engessado.

— Eai galera, vocês estão se sentindo melhor? — Mary perguntou, oferecendo bombons para a dupla.

— Da pra dizer que sim, estamos. — Respondeu o garoto, meio triste, aceitando o chocolate.

— O Médico disse que mais tarde vocês poderão escolher entre continuar aqui no hospital ou meterem o pé para casa. — Bray explicou. — Dentro de 1 dia vocês tiveram uma recuperação anormal, bizarro. Quer dizer, o Gregory eu até entendo, ele não é daqui, mas agora você, Nalim, isso é surpreendente em tantos níveis.

— Aliás, o seu tio está lá fora conversando com os pais de todos vocês, ele nos entregou isso. — Tálita tirou do bolso uma pulseira de prata e entregou para Nalim. — Ele disse que encontrou isso próximo a vocês quando os achou.

— É a Pulseira do Lyan... — Nalim a pressionou contra o peito. — Muito obrigada, gente.

— Nós vamos embora mais tarde, eu não vou perder tempo nesse hospital. — Gregory falou. — Eu não posso deixar esse tipo de coisa passar, não é a primeira vez que deve ter acontecido algo do tipo e nem vai ser a última.

— Irmão? — Jonathan caminhou até a cama, colocando a mão na testa do mais velho. — Não, a temperatura está normal.

— Eu não tô com febre e nem delirando. — O Skondreano continuou. — Eu me recuso a deixar pessoas assim por aí, fazendo o que querem contra inocentes; nem que eu morra no processo, eu vou lutar contra eles, contra todos eles e que se foda o que pode acontecer.

— Bom, então é melhor você formar um time, tenho certeza que todos aqui pensam a mesma coisa que você. — Disse Bray, olhando ao redor e percebendo a confiança que tinham em Gregory.

— Eu até faria isso mesmo, mas eu não tenho dinheiro para bancar uma equipe de "heróis", eu teria que gastar com trajes, armas, acessórios, uma base e por aí vai. — Greg respondeu o Prodígio. — Fora que em algum momento, as demais ligas Anti-Heróis colocariam um alvo nas nossas costas.

Força Z: Velhos Amigos Onde histórias criam vida. Descubra agora