PLEASE

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[...]

Giovanna

Ouço batidas na porta do quarto. Abro e vejo a Dona Lúcia colocar as mãos na boca em surpresa olhando para mim.

- Tá bom assim?! O que a senhora acha? - pergunto.

- "Menina, ocê tá linda demais da conta, sô! Por isso o menino tá todo bobo nocê, uai!" - Começo a rir.

O Alexandre queria fazer surpresa mesmo. Quando eu perguntei sobre o que trazer nas malas, ele nem sequer citou a palavra jantar, mas como eu sempre ando prevenida, trouxe um vestido caso houvesse algum evento à noite. Um vestido vermelho de alças, longo, fino e com uma echarpe cobrindo meus ombros.

- "Vamos?" - Dona Lúcia me chama.

- Vamos sim, senhora!

Meu sorriso e ansiedade são maiores que qualquer preocupação que existiu outrora naquele quarto. Ela me leva até o terraço que o Alexandre e eu estávamos durante a tarde. Seu Manoel está na porta de entrada esperando a Dona Lúcia. Ele sorri todo bobo para mim.

- Seu Manoel, Seu Manoel! O que vocês tanto aprontam, sô?!

- "A Doutora já, já vai vê! Num é meu favim de mel?!" - Ele pisca para a Dona Lúcia que concorda com um aceno de cabeça.

Quando abro a porta vejo um caminho de velas no chão que levam até uma mesa. O Alexandre está com o braço apoiado no encosto da cadeira. Me esperando. Sorrindo. Vestido com um blazer branco. Olho para a mesa que possui algumas velas acesas, um buquê de rosas vermelhas e um balde de gelo com vinho dentro. Me aproximo dele colocando minhas mãos em seu peito.

- Doido! - Deixo um beijo em seus lábios. - Cê não existe! - Ele me dá um sorrisinho travesso.

Aproximo meu rosto do dele, sentindo seu cheiro. Naquele momento, não me interessa jantar, vinho ou velas. Eu só quero o Alexandre. Ele envolve a minha cintura com um dos braços, fazendo com que eu me aconchegue mais a ele. Ficamos ali embebidos pela presença um do outro. O silêncio nos acalenta, ouvindo o som das nossas respirações enquanto os nossos rostos se movem buscando sentir a textura da pele um do outro.

- Cê tá linda! - Ele diz no meu ouvido.

- Obrigada! Cê tá lindo!

Ouço ele sorrir junto a minha orelha, fazendo os pêlos do meu corpo eriçarem.

- Aceita tomar um vinho comigo?

Ele aponta para que eu me sente na cadeira, puxando-a para mim. Depois senta-se de frente para mim sorrindo. Eu não sei qual dos nossos sorrisos é o maior, o meu ou o dele.

- Cê tá com fome? - Ele pergunta.

- Cê já sabe a resposta! - Ele sorri ao ouvir minha resposta e enche duas taças com o vinho, me entregando uma delas.

- Eu pedi pra Dona Lúcia preparar algo especial para nós. Jantar especial, para um momento especial, para uma pessoa especial e para uma noite especial.

Franzo o cenho para ele.

- Noite especial?! Alexandre - falo repreendendo-o. - Posso saber porquê?!

- Cê logo, logo vai saber, moça! - Ele estende a mão sobre a mesa entrelaçando-a com a minha. Eu seguro-a. Algo dentro de mim pede para que essa noite especial não seja o que eu estou pensando.

- Alexandre, cê não vai me pedir em casamento não, né?!

Ele balança a cabeça de um lado para o outro com um sorriso travesso nos lábios.

SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora