SOULMATE

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Giovanna

Fecho os olhos sentindo tudo e todas as emoções que envolvem esse momento. A mão do Alexandre segura a minha nuca. Ele me puxa para as nossas bocas se encontrarem em um beijo urgente. Minhas mãos vão em direção aos seus cabelos. Seguro os seus fios grisalhos entre os meus dedos quando sinto sua língua lutar contra a minha na tentativa de dissipar um desejo que arde em nossos corpos desesperados um pelo outro. Sinto suas mãos descerem para a minha bunda e puxarem meu quadril para que eu suba em seu colo. Dou risada quando sinto Harry colocar as patas em nós e começar a latir.

Abro os olhos e aproximo o nariz do pescoço do Alexandre, sentindo o seu cheiro. É melhor do que o quê a minha mente conseguia lembrar. Lambo o seu pescoço e sinto o gosto da sua pele.

É o Alexandre.

Ele está aqui!

Ele sorri com a minha atitude.

- Cê tá me lambendo?! - ele pergunta me olhando com ar divertido.

- Tô, uai - me aproximo do seu ouvido e mordo o lóbulo da sua orelha. - Eu também mordo!

Ele solta uma gargalhada.

- Parece que esse negócio de ser veterinária causa alguns efeitos colaterais. Por isso eu gosto de veterinárias! Ê, trem bão!

Franzo o cenho em sua direção enquanto ele me carrega de volta para o meu apartamento.

- No plural?! - pergunto passando a língua pelos meus lábios.

Nós passamos pela porta e ele a chuta com o pé, trancando-a com a chave. O Harry corre direto para a varanda. A diversão dele agora é cavar os jarros de plantas. Sinto minhas costas colarem na porta recém fechada. O Alexandre pressiona o seu corpo contra o meu, fazendo meu estômago revirar.

- Não foi isso o quê eu quis dizer... - ele dá a mesma resposta de horas atrás. Sorrio deixando um beijo em seus lábios.

- Ah, cala a boca e me beija, vai sô! - ele sorri.

- E toda a conversa de paciência e calma?! - sua sobrancelha se ergue em uma interrogação.

- Esquece - agarro seu rosto e dou um beijo urgente em seus lábios. - Esquece tudo... eu quero tudo agora, quero tudo hoje. Nós já perdemos tempo demais para viver o nosso nós.

Meus olhos encontram os seus e meu peito se perde entre o desejo de beijá-lo e a vontade de chorar. Agradeço por ele atender ao meu primeiro desejo, o de beijá-lo. Ele me beija. Me beija com toda a devoção a qual eu me lembrava.

- Cama ou sofá?! - ele pergunta com boca em meu pescoço.

- Pode ser nos dois - respondo ofegante.

- Primeiro cama - ele responde e vejo algo passar em seus olhos. Há um sorriso no canto dos seus lábios.

Aponto para uma porta no fim do corredor e ele caminha comigo até ela. Nós entramos em meu quarto e quando eu fecho a porta ele nem ao menos repara no quarto ou onde a minha cama está posicionada, apenas me beija incansavelmente. Sem descolar nossos lábios ele me coloca no chão para retirar a jaqueta que já estava mal colocada e eu o puxo pela mão para nos deitarmos.

Minhas costas tocam o colchão e logo em seguida sinto o peso do seu corpo sobre o meu. Minhas mãos descem para a barra da sua camisa e eu a puxo por cima da sua cabeça. Minhas mãos sobem e descem pelo seu peito, com a ânsia que todo o meu corpo busca para sentir cada pedaço dele, para dissipar toda a saudade que eu estou sentindo dele. Preciso tocá-lo para ter a certeza de que isso realmente está acontecendo entre nós, depois de tanto tempo do que pareceu uma eternidade.

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