Giovanna
Acordo com a luz do sol invadindo o quarto. Tento me mexer, mas meu corpo dolorido reclama. Passo o braço ao meu lado, onde o Alexandre estava dormindo, procuro por ele, mas ele está mais aqui.
Recordo de quando voltamos do terraço. Estávamos com sono e cansados. Viemos tropeçando em nossos próprios pés, um apoiando-se no outro. Nos deitamos em uma mistura de pernas e braços entrelaçados. Parecíamos um casal de filme de comédia, depois de uma noitada de bebedeira. Nossa noitada, porém, foi embebida por muito sexo, muito desejo, muito amor, muitas carícias e muito prazer.
Começo a rir repassando em minha mente todas as cenas, todos os momentos e todas as palavras ditas.
Me levanto um pouco, segurando meu peso sobre os cotovelos, sentindo o aroma agradável de café vindo da cozinha. Noto que em cima do criado mudo há um post-it com algo escrito:
"Bom dia, minha Deusa! Seu banquete está à espera! Obs: ao apresentar este pedaço de papel na cozinha, você ganhará um beijo."
Eu dou risada olhando para aquele pedaço de papel. Eu amo esse Zé! Ele mal sabe, mas a cada dia que se passa ele se torna a cura da minha alma.
Ele tinha me devolvido a vontade de viver.
[...]
Alexandre
Vejo ela se aproximando da cozinha e é a cena mais linda que eu poderia ver nesta manhã. A cena que eu quero ver em todas as minhas manhãs. Quando ela chega, se encosta no batente da porta me observando.
- Bom dia, moça! - Falo olhando para ela enquanto preparo o nosso café.
Ela se aproxima sem dizer nenhuma palavra, apenas seus olhos falam.
Seu rosto está lindo.
Iluminado.
Seus olhos brilham.
Estou em frente ao fogão fritando alguns ovos e minha reação é só olhar embasbacado para essa mulher. Ela dá a volta no balcão da cozinha, se achega atrás de mim e me abraça por trás. Toco suas mãos entrelaçadas à frente do meu corpo e noto que ela segura algo.
- O que é isso?! - Pergunto fingindo surpresa.
- Bom Dia! Cê me deve algo. - Ela mostra o post-it que está entre os dedos.
Eu me viro de frente para ela.
Ela ri, genuinamente.
Meus olhos tiram uma foto da formosura do seu rosto naquele momento.
Me inclino e a beijo.
Um beijo lento, calmo e apaixonado. Insiro minha língua dentro da boca dela, saboreando-a a cada movimento.
- Tá pago! - Falo tirando meus lábios dos dela.
- Isso não se faz! - Ela fala quando nos separamos, cerrando os olhos em minha direção.
- O quê, uai?! - pergunto confuso.
- Para de fingir de égua, sô! Cê tava comendo sem mim. - Ela fala sorrindo. - Eu senti o gosto de queijo com orégano quando cê me beijou.
Ela dá um tapa no meu ombro.
- Eita, ferro! Que animosidade é essa contra mim, fia?! - Respondo de um jeito bobo, olhando para ela.
- Os ovos estão queimando. - Ela passa o dedo indicador pelo meu queixo e sai rebolando pela cozinha.
Desligo o cooktop rapidamente e corro atrás dela. Quando a alcanço, agarro ela por trás encostando-a no balcão e começo a beijar o seu pescoço e a sua nuca. Coloco as minhas mãos por dentro da camisa que ela veste, em busca dos seus seios.