HE'S BACK

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Alexandre

- GIOVANNA! Acorda!

- NÃO, POR FAVOR, NÃO! - Ela grita.

Balanço seu corpo tentando acordá-la, mas ela continua debatendo-se sobre a cama. Seguro os ombros dela balançando-os.

- Giovanna, acorda, Giovanna!

Ela abre os olhos, estão vidrados e cheios de terror. Sua respiração está ofegante. O corpo está trêmulo pelo medo e suas mãos geladas começam a me abraçar com força. Enxugo o suor que escorre pela sua testa.

- Foi só um pesadelo, amor! Tá tudo bem! - fecho os olhos encostando minha boca em sua testa. Também respiro aliviado por conseguir acordá-la desse pesadelo.

- Alexandre! - Ela me abraça chorando. - Você tá bem! Você tá aqui comigo. - Seu corpo balança pelos soluços provocados por seu choro. Ela puxa o ar em desespero. Ouço sua garganta emitir um som de sufocamento.

Ela não me solta.

- Respira! Calma, vai ficar tudo bem! Tá tudo bem!

- Não vai! Não vai! - Ela diz dentro de um choro descontrolado. - Vamos embora, precisamos ir embora, eu não deveria ter vindo, vamos embora...

- Calma, Gio! São duas horas da manhã, vamos esperar até amanhecer.

Ela levanta-se, andando pelo quarto e chorando, como se não soubesse para onde ir. Como se apenas seu corpo estivesse vagando sem destino.

- Não, Alexandre! Agora! - Ela começa a jogar nossas coisas dentro das malas. - Precisamos ir agora. Por favor!

De repente ela para, escora-se em uma das paredes, sentando-se lentamente no chão, como se estivesse perdendo suas forças. Nesse momento eu já estou de pé, procuro minha cueca e a coloco indo em sua direção. Me agacho na frente dela. Recolho as coisas que ela segura com força em suas mãos.

- Olha pra mim! - Observo seu peito subir e descer pela respiração descontrolada. - Nós vamos embora a hora que você quiser, mas você precisa se acalmar.

Pego um roupão e cubro seus ombros, levantando-a.

- Olha seu estado, Giovanna! Eu só saio com você assim se nós formos diretamente em um hospital. Por favor, se acalme! - Abraço ela e tento consolá-la por alguns minutos.

Permito que ela chore, que descarregue tudo que está sentindo. Apenas a abraço. Só quero que ela se sinta protegida e cuidada.

- Vou encher a banheira para tomarmos um banho quente.

Ela não faz nenhuma objeção. Apenas concorda.

Ligo a torneira e as águas mornas começam a jorrar, enchendo a banheira.

- Cê tá com fome?! - pergunto olhando para ela preocupado.

Ela balança a cabeça negativamente.

- Hum! Ok! - Realmente, ela não está bem.

Me aproximo dela, afastando os cabelos do seu rosto molhado.

- Não chora, eu tô aqui com você, eu vou te proteger de qualquer coisa... - Abraço ela, passando minhas mãos pelas suas costas. - Eu tô aqui! Não vou deixar que aconteça nada com você. Foi só um pesadelo!

- Olha. - Mostro o elástico entre os meus dedos. - É melhor amarrar o cabelo pra não molhar essa hora.

Ela apenas concorda em silêncio. Começo a ficar inquieto, porque ela não para de chorar. Apesar de estar mais calma, ainda é um choro silencioso. A ajudo a entrar na banheira e entro em seguida. Ela senta em meu colo de frente para mim e encosta seu rosto em meu peito enquanto me abraça. Minhas mãos acariciam suas costas, procurando afagá-la, acalmá-la e tranquilizá-la.

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