Parte 2
Três dias depois
Ela ainda não responde a nenhum sinal. Sarah encheu o quarto de balões e flores, dizendo que Nayla vai adorar vê-las quando acordar.
Uma semana depois
Hoje fomos autorizados a ver a pequena Emy. Ela é tão linda, uma versão miniatura da Nayla. Todos choramos ao pegá-la no colo na UTI neonatal.
Dez dias depois
— Emy conseguiu segurar meu polegar hoje — digo, apesar de não precisar mais respirar com ajuda dos aparelhos, não entendemos o motivo dela não acordar. — Todos nós te amamos, por favor acorde logo.
Quinze dias depois
— O que vocês fizeram com ela? Por que ela não acorda? — me exalto com o médico depois dele dizer que não pode fazer mais nada por ela.
— Dante se acalme! — Sarah afasta o médico, ficando entre mim e ele, levantando as mãos como se quisesse me impedir de avançar. Sua voz era firme, mas seu rosto estava tenso, os olhos brilhando de lágrimas que ela estava tentando segurar.
— Faz quinze dias que a minha mulher está vegetando em cima de uma cama! — grito, o calor da raiva queimando meu peito. — E você quer que eu me acalme?!
Minhas mãos tremem. Quero quebrar algo, que todo aquele inferno acabasse. Havia feito tudo que podia, cada oração, cada pedido desesperado para que ela voltasse. Para que Nayla abrisse os olhos e sorrisse novamente, mas nada acontecia. Sarah deu um passo à frente, estendendo a mão, mas eu me afastei, o peito subindo e descendo rápido. O médico, com uma expressão rígida e controlada, olha para mim.
— Sr. Dante, nós fizemos tudo o que podíamos, mas... há um limite para o que a medicina pode... — começa, mas as palavras se transformaram em um zumbido distante enquanto minha visão fica turva. Não queria ouvir mais nenhuma desculpa, nenhuma explicação médica. Eu só queria Nayla de volta. Meus olhos encontraram os de Sarah novamente. Ela estava tremendo também, mesmo tentando se manter forte. Lá, no fundo, sabia que ela também estava em pedaços, que estava perdendo uma amiga, uma irmã, mas meu luto e dor me cegavam naquele momento.
— Dante... — a voz de Sarah vacila, tentando encontrar as palavras. — Nayla... se ela pudesse falar com você agora, pediria para você ser forte por Emy. Você sabe que sim. Ela sempre colocou a Emy em primeiro lugar.
Emy. A pequena vida que mal havia começado e já estava sem a mãe. Meus joelhos fraquejaram, e por um breve momento, senti como se todo o peso do mundo estivesse me esmagando. Eu não sabia o que fazer.
— Eu... não posso perdê-la... — minha voz falhou, quase em um sussurro. Meus olhos se encheram de lágrimas, as emoções finalmente me consumindo. Sarah deu um passo à frente e me abraçou, mas mesmo com seu gesto de conforto, nada podia preencher o vazio que crescia dentro de mim.
Nayla estava desaparecendo, e eu não sabia como viver em um mundo onde ela não estivesse ao meu lado.
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O caminho até você
RomanceESSE LIVRO É RECOMENDADO PARA PESSOAS MAIORES DE 18 ANOS!!!! Plágio é crime. História completa Quando Nayla Vizzotto, uma jovem universitária de 20 anos, descobre estar grávida após um relacionamento abusivo com Phillip, sua vida muda drasticamente...