Jennie
Eu gostava bastante da Lisa, mas odiei o fato dela tentar me comprar para ajudá-la em algo tão ridículo. Ela é linda e rica, pode ter qualquer uma com facilidade, mas não... só porque sou stripper, ela acha que tem o direito de pensar que eu aceitaria algo assim.
Cheguei em casa e estava tudo escuro. Imaginei que minha mãe estivesse dormindo. Jisoo não estava em casa, então decidi ligar para agradecer a ela.
-O que?- Havia várias ligações perdidas de Jisoo. - Merda. - Liguei para ela... e no segundo toque, ela atendeu.-
-Onde você estava com essa porra de celular? Te liguei inúmeras vezes, Kim!
-Me desculpe, deixei no silencioso. Eu te disse que estaria com a Lisa.
-Você precisa vir para o hospital agora mesmo. Sua mãe passou mal e foi levada de urgência para lá.
-O quê? Eu pensei que ela estivesse aqui.
-Não está. Venha o mais rápido que puder.
Desliguei a ligação e comecei a procurar desesperadamente por um Uber ou táxi para me levar até o hospital. Já era tarde e perigoso, e eu tinha medo de pegar um Uber sozinha, mas precisava ver minha mãe.
Foi a pior decisão que eu poderia tomar, mas o mais importante era minha mãe.
Liguei para Lisa. Parecia que ela estava esperando minha ligação; não esperou nem dois toques e já atendeu.
-Jen, me perdoa... eu não queria te ofender. Por favor, me desculpa.
-Eu não tô nem aí para suas desculpas, eu só quero um favor.
Falei firme, querendo mostrar a ela o quanto estava magoada.
-Mamãe está no hospital. Está tarde para eu pegar um Uber sozinha. Você pode me levar até lá, por favor?
-Claro, eu estarei aí em cinco minutos.
Desliguei a ligação sem me despedir, peguei minhas chaves e saí de casa esperando por Lisa.
Exatamente cinco minutos depois, Lisa parou em frente à minha casa. Caminhei até o carro e, ao perceber que ela ia sair para abrir a porta para mim, apenas levantei a mão, recusando.
Ela assentiu em silêncio e entrei no carro. Coloquei o cinto e Lisa pisou fundo no acelerador. Durante o trajeto, o silêncio entre nós era pesado e constrangedor. Lisa lançava olhares furtivos na minha direção, voltando rapidamente a atenção para a estrada.
Quando chegamos ao hospital, saí do carro rapidamente e corri para dentro. Fui direto à recepção, tentando controlar meu desespero.
-Boa noite.
-Boa noite, eu queria saber sobre Hana Kim. - Disse. Eu estava desesperada, mas sabia que precisava manter a calma para não perder o controle.-
A Recepcionista estava olhando nomes no computador quando Lisa apareceu atrás de mim. Revirei os olhos e fingi que ela não estava ali.
-Você é o que da paciente?
-Filha, ela é filha. - Lisa respondeu, já sabendo que minha voz falharia-
-A-Ah, c-claro. - A recepcionista deu uma risadinha baixa e voltou a me olhar. - Vou precisar dos seus documentos
Assenti e me virei para pegar os documentos necessários. Olhei para Lisa, seus olhos mostravam tristeza, mas sua expressão no rosto exibia uma criatura fria e sem nenhum pingo de compaixão.
-Obrigada pela carona, agora... você pode ir embora, por favor.
Ela não falou nada, apenas assentiu e se virou.
Ok, aquilo me surpreendeu. Lisa não parecia ser tão...fria.
Entreguei os documentos para a recepcionista, que o observou por um tempo, mexeu em seu computador e logo depois arregalou os olhos.
-Meu Jesus...
Eu não estava entendendo absolutamente nada... Foi então que ela se virou para mim e me deu um cheque.
-Vai ser em cheque, dinheiro ou cartão?
-Qual é o valor?
-Quatrocentos mil dólares.
Arregalei meus olhos e comecei a tossir, o suor escorrendo pelo meu pescoço e minhas mãos tremendo. Como eu iria pagar aquilo tudo? Como? - O quê? Tudo isso?
Lisa apareceu logo depois, pegando o cheque das minhas mãos. Ela colocou sobre a mesa e pegou uma caneta com a recepcionista. - Sua mãe está fazendo quimioterapia. Essas coisas saem um pouco caras mesmo.
A garota assinou seu nome no cheque e entregou para a recepcionista, que sorriu largo para Lisa.
-Eu estou sem meu cartão aqui, mas na próxima eu trago para pagar logo de uma vez - Disse Lisa com a voz um pouco grossa, seu rosto ainda sem expressão.-
Caminhamos até a sala de espera, onde encontramos Jisoo chorando sem saber o que fazer. Assim que ela me viu, levantou-se num piscar de olhos e me abraçou com força, chorando em meu ombro. Retribui o abraço, tentando confortá-la.
-O-onde vamos achar quatrocentos mil dólares para a quimioterapia da sua mãe? Quando ela terminar a quimio e não tivermos dinheiro, o que vão fazer com a gente? - A voz de Jisoo falhava por conta do choro. Não respondi, apenas acariciei seus cabelos para acalmá-la.-
-Não se preocupe, eu já paguei - Disse Lisa.-
Ela estava sentada, encostada na cadeira com os braços e pernas cruzados. - Você pagou quatrocentos mil na quimio da senhora Kim? - Jisoo perguntou, incrédula. Lisa assentiu.-
Jisoo sorriu largo e correu para abraçar Lisa, que retribuiu com alguns tapinhas nas costas dela.
-Obrigada, você é incrível. - Jisoo se afastou, e Lisa tirou outro cheque assinado do bolso, entregando-o para Jisoo.-
-O que é isso? - Perguntou Jisoo, surpresa-
-Vá comprar algo para comer e beber. Vocês vão passar muito tempo nesse hospital, então vocês vão precisar - Disse Lisa.-
-Mas o que eu faço com esse cheque? - Jisoo perguntou, ainda confusa.-
-Apenas entregue quando for o pagamento e pegue o que quiser. Pode gastar à vontade - Respondeu Lisa com um sorriso tranquilo. Jisoo assentiu e saiu da sala, deixando apenas eu e Lisa.-
-Você não precisava pagar.
-Foi uma doação, sua mãe precisa mais do que eu - Ela disse sem olhar para mim, ainda claramente magoada pelas minhas palavras.-
Eu sei que a Lisa sempre me ajuda, e ao invés de reconhecer isso, acabei magoando-a.
Droga, eu sempre estrago tudo.
-Lisa, eu pensei muito e decidi que vou te ajudar. Vou fingir ser sua namorada.
-Não. Não precisa fazer isso. Eu ajudo sua mãe porque quero, e só incluí o tratamento no acordo para mostrar que não tenho segundas intenções.
-Eu preciso da sua ajuda, e você precisa da minha. Vamos resolver isso de uma vez.
-Você tem certeza?
-Tenho. Vou fazer isso pela minha mãe. Mas já vou avisando: não quero que você se apaixone nessa mentira. Não estou interessada em viver um conto de fadas.
-Estamos na vida real, Jennie. Isso não é um filme clichê de romance. Só estamos nos ajudando. Ninguém vai se apaixonar aqui.
-É o que eu espero.
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A stripper (Jenlisa G!P)
FanfictionJennie é uma garota simples que faz de tudo para ajudar sua mãe que está doente, após perder seu emprego em uma sorveteria ela não consegue achar nenhum emprego, então Jennie se vê na obrigação de se tornar stripper para pagar as medicações de sua m...