Capitulo 5.

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Jennie

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Jennie

Eu gostava bastante da Lisa, mas odiei o fato dela tentar me comprar para ajudá-la em algo tão ridículo. Ela é linda e rica, pode ter qualquer uma com facilidade, mas não... só porque sou stripper, ela acha que tem o direito de pensar que eu aceitaria algo assim.

Cheguei em casa e estava tudo escuro. Imaginei que minha mãe estivesse dormindo. Jisoo não estava em casa, então decidi ligar para agradecer a ela.

-O que?- Havia várias ligações perdidas de Jisoo. - Merda. - Liguei para ela... e no segundo toque, ela atendeu.-

-Onde você estava com essa porra de celular? Te liguei inúmeras vezes, Kim!

-Me desculpe, deixei no silencioso. Eu te disse que estaria com a Lisa.

-Você precisa vir para o hospital agora mesmo. Sua mãe passou mal e foi levada de urgência para lá.

-O quê? Eu pensei que ela estivesse aqui.

-Não está. Venha o mais rápido que puder.

Desliguei a ligação e comecei a procurar desesperadamente por um Uber ou táxi para me levar até o hospital. Já era tarde e perigoso, e eu tinha medo de pegar um Uber sozinha, mas precisava ver minha mãe.

Foi a pior decisão que eu poderia tomar, mas o mais importante era minha mãe.

Liguei para Lisa. Parecia que ela estava esperando minha ligação; não esperou nem dois toques e já atendeu.

-Jen, me perdoa... eu não queria te ofender. Por favor, me desculpa.

-Eu não tô nem aí para suas desculpas, eu só quero um favor.

Falei firme, querendo mostrar a ela o quanto estava magoada.

-Mamãe está no hospital. Está tarde para eu pegar um Uber sozinha. Você pode me levar até lá, por favor?

-Claro, eu estarei aí em cinco minutos.

Desliguei a ligação sem me despedir, peguei minhas chaves e saí de casa esperando por Lisa.

Exatamente cinco minutos depois, Lisa parou em frente à minha casa. Caminhei até o carro e, ao perceber que ela ia sair para abrir a porta para mim, apenas levantei a mão, recusando.

Ela assentiu em silêncio e entrei no carro. Coloquei o cinto e Lisa pisou fundo no acelerador. Durante o trajeto, o silêncio entre nós era pesado e constrangedor. Lisa lançava olhares furtivos na minha direção, voltando rapidamente a atenção para a estrada.

Quando chegamos ao hospital, saí do carro rapidamente e corri para dentro. Fui direto à recepção, tentando controlar meu desespero.

-Boa noite.

-Boa noite, eu queria saber sobre Hana Kim. - Disse. Eu estava desesperada, mas sabia que precisava manter a calma para não perder o controle.-

A Recepcionista estava olhando nomes no computador quando Lisa apareceu atrás de mim. Revirei os olhos e fingi que ela não estava ali.

-Você é o que da paciente?

-Filha, ela é filha. - Lisa respondeu, já sabendo que minha voz falharia-

-A-Ah, c-claro. - A recepcionista deu uma risadinha baixa e voltou a me olhar. - Vou precisar dos seus documentos

Assenti e me virei para pegar os documentos necessários. Olhei para Lisa, seus olhos mostravam tristeza, mas sua expressão no rosto exibia uma criatura fria e sem nenhum pingo de compaixão.

-Obrigada pela carona, agora... você pode ir embora, por favor.

Ela não falou nada, apenas assentiu e se virou.

Ok, aquilo me surpreendeu. Lisa não parecia ser tão...fria.

Entreguei os documentos para a recepcionista, que o observou por um tempo, mexeu em seu computador e logo depois arregalou os olhos.

-Meu Jesus...

Eu não estava entendendo absolutamente nada... Foi então que ela se virou para mim e me deu um cheque.

-Vai ser em cheque, dinheiro ou cartão?

-Qual é o valor?

-Quatrocentos mil dólares.

Arregalei meus olhos e comecei a tossir, o suor escorrendo pelo meu pescoço e minhas mãos tremendo. Como eu iria pagar aquilo tudo? Como? - O quê? Tudo isso?

Lisa apareceu logo depois, pegando o cheque das minhas mãos. Ela colocou sobre a mesa e pegou uma caneta com a recepcionista. - Sua mãe está fazendo quimioterapia. Essas coisas saem um pouco caras mesmo.

A garota assinou seu nome no cheque e entregou para a recepcionista, que sorriu largo para Lisa.

-Eu estou sem meu cartão aqui, mas na próxima eu trago para pagar logo de uma vez - Disse Lisa com a voz um pouco grossa, seu rosto ainda sem expressão.-

Caminhamos até a sala de espera, onde encontramos Jisoo chorando sem saber o que fazer. Assim que ela me viu, levantou-se num piscar de olhos e me abraçou com força, chorando em meu ombro. Retribui o abraço, tentando confortá-la.

-O-onde vamos achar quatrocentos mil dólares para a quimioterapia da sua mãe? Quando ela terminar a quimio e não tivermos dinheiro, o que vão fazer com a gente? - A voz de Jisoo falhava por conta do choro. Não respondi, apenas acariciei seus cabelos para acalmá-la.-

-Não se preocupe, eu já paguei - Disse Lisa.-

Ela estava sentada, encostada na cadeira com os braços e pernas cruzados. - Você pagou quatrocentos mil na quimio da senhora Kim? - Jisoo perguntou, incrédula. Lisa assentiu.-

Jisoo sorriu largo e correu para abraçar Lisa, que retribuiu com alguns tapinhas nas costas dela.

-Obrigada, você é incrível. - Jisoo se afastou, e Lisa tirou outro cheque assinado do bolso, entregando-o para Jisoo.-

-O que é isso? - Perguntou Jisoo, surpresa-

-Vá comprar algo para comer e beber. Vocês vão passar muito tempo nesse hospital, então vocês vão precisar - Disse Lisa.-

-Mas o que eu faço com esse cheque? -  Jisoo perguntou, ainda confusa.-

-Apenas entregue quando for o pagamento e pegue o que quiser. Pode gastar à vontade - Respondeu Lisa com um sorriso tranquilo. Jisoo assentiu e saiu da sala, deixando apenas eu e Lisa.-

-Você não precisava pagar.

-Foi uma doação, sua mãe precisa mais do que eu - Ela disse sem olhar para mim, ainda claramente magoada pelas minhas palavras.-

Eu sei que a Lisa sempre me ajuda, e ao invés de reconhecer isso, acabei magoando-a.

Droga, eu sempre estrago tudo.

-Lisa, eu pensei muito e decidi que vou te ajudar. Vou fingir ser sua namorada.

-Não. Não precisa fazer isso. Eu ajudo sua mãe porque quero, e só incluí o tratamento no acordo para mostrar que não tenho segundas intenções.

-Eu preciso da sua ajuda, e você precisa da minha. Vamos resolver isso de uma vez.

-Você tem certeza?

-Tenho. Vou fazer isso pela minha mãe. Mas já vou avisando: não quero que você se apaixone nessa mentira. Não estou interessada em viver um conto de fadas.

-Estamos na vida real, Jennie. Isso não é um filme clichê de romance. Só estamos nos ajudando. Ninguém vai se apaixonar aqui.

-É o que eu espero.

A stripper (Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora