Na vida de Christopher Wayne, a morte de seu pai não é apenas uma tragédia pessoal, mas uma oportunidade cuidadosamente planejada.
Criado desde a infância para suceder seu pai, Christopher retorna a Toronto determinado a não apenas assumir o legado...
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— Seu pai já se mandou de novo? — Tayla me olhou com pesar.
Sem responder, já que era uma resposta óbvia, dei de ombros e coloquei a garrafa de café sobre a mesa depois de servi-la. Além do mais, eu já estava acostumada com este sumiço de meu pai. Hora ou outra, quando ele precisar de dinheiro, vai aparecer.
Tayla suspirou, levando a xícara aos lábios. Ela era minha amiga de infância, a única pessoa que conhecia todos os detalhes da minha vida. Sua expressão demonstrava uma mistura de preocupação e resignação.
— Robyn, você não pode continuar assim, vivendo em função dos erros dele. — ela disse, finalmente quebrando o silêncio. — Isso não é justo com você.
— Eu sei, Tayla. — respondi, sentindo o peso das suas palavras. — Mas o que posso fazer? Ele é meu pai, e a dívida que ele acumulou com a Família Wayne não vai desaparecer sozinha.
Tayla balançou a cabeça, claramente frustrada. — e como você vai pagar essa dívida? Trabalhando até se esgotar? Ou há algo mais que você não está me contando?
Engoli em seco, lembrando da visita de Don Wayne na noite anterior. Sua presença ainda pairava no ar, como uma sombra ameaçadora.
— Christopher Wayne apareceu ontem. — admiti, tentando manter minha voz firme.
Os olhos de Tayla se arregalaram. — O Don da Família Wayne? O que ele queria?
— Ele aceitou a minha proposta de assumir a dívida do meu pai, mas com uma condição. Ele disse que, a partir de agora, eu pertenço a ele.
Tayla ficou em silêncio por um momento, absorvendo a informação.
— Pertencer a ele? O que isso significa, Robyn?
— Significa que minha vida está nas mãos dele. — expliquei, sentindo a realidade me esmagar. — Ele quer que eu use meus talentos para o benefício da Família Wayne. Lealdade, serviço... tudo isso agora é exigido de mim.
Tayla colocou a xícara de café de volta na mesa com um estalo.
— Isso é loucura, Robyn. Você não pode simplesmente aceitar isso. Há outras maneiras de lidar com essa situação.
— E quais são essas maneiras, Tayla? — retruquei, minha frustração começando a transbordar. — O que eu posso fazer? Fugir? Me esconder? Isso não resolveria nada. A dívida ainda estaria lá, e meu pai continuaria sumindo e reaparecendo como um fantasma.
Tayla suspirou, seu olhar suavizando.
— Eu só quero que você esteja segura. Não quero que você se envolva mais do que já está nesse mundo perigoso.
— Eu sei. — respondi, sentindo um nó se formar na garganta. — Mas não tenho escolha. Já estou envolvida até o pescoço, e agora, tenho que lidar com isso da melhor maneira possível.
