Cinquenta e Sete

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O céu estava claro naquela manhã, e uma brisa suave dançava pelas janelas abertas, trazendo o perfume das flores recém-plantadas para dentro do quarto

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O céu estava claro naquela manhã, e uma brisa suave dançava pelas janelas abertas, trazendo o perfume das flores recém-plantadas para dentro do quarto. Cada aroma, cada raio de luz, parecia estar em perfeita harmonia com a nova vida que tínhamos diante de nós.

Com Dante nos braços, eu sentia meu coração leve, em paz, como se toda a tempestade dos meses anteriores tivesse finalmente se dissipado, deixando apenas a calmaria.

Dante completava três meses hoje, e estava cada vez mais forte e curioso. Seus olhos grandes, tão semelhantes aos de Christopher, me faziam lembrar, a cada dia, que todo o sacrifício havia valido a pena.

Era difícil acreditar que nosso bebê, aquele pequeno milagre que começara sua vida tão frágil, agora me olhava com um brilho nos olhos, um brilho de quem sabia que era amado.

Foi nesse instante que Christopher entrou no quarto, seus passos firmes, mas silenciosos. Havia um misto de dureza e suavidade em seu olhar, uma dualidade que ele carregava desde que saiu da prisão.

Ele era um homem marcado por batalhas, tanto internas quanto externas, e ainda assim, ao nos ver, havia uma doçura em seu semblante, uma tranquilidade que ele reservava apenas para nós.

Dante, em meu colo, estendeu as mãozinhas na direção dele, e Christopher sorriu, um sorriso que aquecia meu coração. Sem hesitar, ele pegou nosso filho nos braços, e, por um momento, apenas o observou, com uma atenção e um carinho que pareciam gravar cada detalhe em sua memória.

— Ele é tão lindo, não é? — murmurei, aproximando-me, passando a mão suavemente sobre a dele. — Nem acredito que isso tudo é real...

Christopher apenas assentiu, os olhos fixos em Dante. Ele parecia estar absorvendo o momento, cada segundo, como se tentasse recuperar os pedaços do tempo que lhe haviam sido roubados.

— Sim... — respondeu, sua voz saindo quase em um sussurro. — É mais do que eu imaginava que pudesse ter.

Havia algo na forma como ele segurava Dante, como se o mundo inteiro se restringisse àquele instante, e pela primeira vez, vi uma vulnerabilidade em Christopher, uma entrega que ele raramente permitia que alguém visse.

No passado, ele fora apenas o homem que conheci no escuro de um clube de apostas, o homem que carregava o poder de acabar com tudo para mim e para o meu pai em um estalar de dedos.

Era o Don da Família Wayne, um homem marcado pela violência do mundo que o cercava, mas agora, diante de mim, ele era apenas Christopher, meu marido, o pai do meu filho.

— Quando te vi pela primeira vez... jamais poderia imaginar que isso aconteceria. — disse, um sorriso escapando, lembrando-me da cena quase surreal daquele primeiro encontro. — Achei que estaria arriscando a vida ao te procurar, e de certa forma, arrisquei. — eu ri suavemente, e Christopher me acompanhou, os olhos cheios de um calor que contrastava com aquele primeiro encontro. — Mas eu precisava tentar. Não havia nada que eu não estivesse disposta a fazer por aqueles que amo.

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