Quarenta e Três

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— Senhorita West, — sua voz era suave, como foi toda a noite

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— Senhorita West, — sua voz era suave, como foi toda a noite. — espero que esta conversa fique entre nós. — embora houvesse um sorriso curto em seus lábios, seus olhos claros eram frios como uma noite de inverno. — Certo, querida? — tocou minha mão, apertando-a.

Eu não respondi. Ela não deu tempo para que eu o fizesse, apenas abriu a porta e passou por ela, sumindo no corredor escuro enquanto eu processava o que havia acabado de acontecer naquela sala.

Aquele encontro se repetia em looping diante de meus olhos desde o exato segundo em que fiquei sozinha naquele cômodo, há duas noites. Aqueles olhos cinzas, gélidos, pareciam ter congelado minha mente naquele lugar, naquele momento.

Sua aura era tão diferente do que parecia em todas as histórias que ouvi Christopher contar sobre suas lembranças. Aquela mulher em minha frente não parecia a mãe amorosa que o loiro falava sobre com tanto carinho e tanta admiração, ou a mulher que vi em algumas fotografias no apartamento.

— Robyn! — ouvi a voz de Tayla, dispersando meus pensamentos. — O que há de errado com você? Estou chamando há tempos!! — aperta meus ombros.

Fiz um esforço para focar no que Tayla dizia, mas minha mente insistia em voltar para o encontro com Caterina. Os detalhes daquela conversa ainda estavam frescos, e o sorriso gelado da matriarca parecia gravado em minha pele como uma cicatriz que eu não podia apagar.

— Desculpa. Minha cabeça está doendo. — falei a primeira desculpa que consegui pensar. — Diz.

— Certo... — disse, desconfiada. — O que acha deste aqui? — passou a mão pelo vestido que estava usando. — Preciso de uma opinião sincera!

Observei o tecido preto, brilhante que moldava suas curvas perfeitamente. Ela estava animada para um jantar que teria com Joseph e queria estar bonita.

— Está lindo, Tay. Realmente combina com seu estilo! — falei com um sorriso pequeno, tentando parecer mais animada do que me sentia.

A verdade era que a simples menção a Joseph me lembrava de Christopher e eu precisava admitir que por mais magoada que ainda estivesse, a falta que sentia dele era quase sufocante. Além disso, havia o fato de sua mãe ter vindo até mim na outra noite.

Seria certo esconder isso dele, como ele pediu — ou exigiu, entrelinhas? Eu não sabia.

Enquanto Tayla ajustava o decote do vestido e checava os detalhes no espelho, me perdi mais uma vez em meus pensamentos.

— Ainda não tivemos a oportunidade de nos conhecer pessoalmente. — a mulher se levantou e caminhou elegantemente até mim. — Mas você é tão bela quanto imaginei... Christopher faz boas escolhas... — sorri contida. — Ao menos, quase sempre. 

— O que a senhora quer? — cruzei meus braços.

Ela riu brevemente.

— Realmente arisca. — tocou uma mecha de meu cabelo. — Eu vim conversar com você sobre nosso amado Christopher. Afinal, nós duas queremos o melhor para ele, não é?

FAMÍLIA WAYNE | FINALIZADA Onde histórias criam vida. Descubra agora