Cinquenta e Cinco

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A contagem dos dias na prisão deixou de importar após um tempo

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A contagem dos dias na prisão deixou de importar após um tempo. O calendário não passava de um emaranhado de números sem vida.

O que guiava minha mente, minha concentração, era a linha do tempo que eu havia traçado em silêncio, contando cada passo, cada movimento de Joseph, dos De Lucca e de William Santi.

Era uma questão de tempo até que o próprio peso da ambição deles se tornasse insuportável.

Sete meses.

Sete meses de uma espera planejada, orquestrada, onde cada parte do meu plano seguia conforme eu imaginava. Joseph, meu irmão, o usurpador, estava em guerra com Marconi De Lucca.

Os mesmos que ele pensava controlar agora o pressionavam por poder e influência, e o inevitável conflito se alastrava como uma praga, corroendo a força da Família que eu construí com cada fibra do meu ser.

Enquanto Joseph e os De Lucca se engalfinhavam lá fora, cada peça que coloquei no tabuleiro começava a se mover.

O material sobre William Santi — arquivos cuidadosamente coletados ao longo de todo este tempo, provas definitivas de suas conexões corruptas — estava pronto.

Santi havia jogado sujo para me colocar aqui, e sua arrogância o cegou para o que estava bem diante de seus olhos: ele não tinha o controle. Nunca teve.

No momento certo, com a precisão que me era característica, esses vídeos, imagens e documentos começaram a se espalhar.

Vídeos de Santi com Marconi De Lucca em seu apartamento, decidindo quem seria ou não preso, as cargas que seriam ou não apreendidas; vídeos de encontros com figuras que um inspetor chefe deveria perseguir, não proteger; e a cena mais condenável de todas: as imagens de Santi agredindo Robyn.

Estas últimas imagens deixaram claro para todos seu verdadeiro motivo por trás da caçada à Família Wayne, e eu só as usei depois de expressa e repetida concordância de minha esposa.

Quando a notícia estourou na mídia, as autoridades foram obrigadas a agir: Santi foi afastado, e minha prisão, revogada.

Essas imagens caíram como uma bomba, e eu pude sentir a explosão ecoando até mesmo dentro daquelas paredes. Em questão de dias, a mídia era um verdadeiro campo de batalha.

Os jornalistas, incansáveis em sua sede por manchetes, destruíram a imagem de Santi. Ele, que por tanto tempo se colocara como a força justa e incorruptível contra o crime, agora estava reduzido a um homem desesperado e sem aliados, acuado pelo próprio sistema que um dia jurou proteger.

O governo, pressionado e em desespero pela repercussão, fez o inevitável: suspendeu Santi de seu cargo e então o judiciário acatou o pedido de meus advogados e revogou minha prisão.

Na manhã da minha libertação, o silêncio da prisão foi substituído por um mar de câmeras e flashes.

A mídia havia se aglomerado do lado de fora, pronta para registrar a imagem do "herói injustiçado" saindo como um homem livre.

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