Cinquenta e Quatro

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Mesmo dentro das paredes do presídio, meu poder permanecia intacto

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Mesmo dentro das paredes do presídio, meu poder permanecia intacto. Eu podia estar fisicamente enclausurado, mas o nome Christopher Wayne ainda circulava por todos os corredores, nas conversas silenciosas, nos olhares respeitosos e até mesmo no medo.

Para muitos aqui, eu era mais do que um homem preso; eu era o Don, o chefe, e isso significava que o poder continuava correndo nas minhas veias, tanto quanto o ar que eu respirava.

O respeito que eu impunha não se limitava aos detentos. Desde o momento em que entrei, ficou claro que mesmo os guardas sabiam quem eu era. Não porque eu os ameaçava ou intimidava diretamente — isso seria básico demais para mim. Meu poder vinha de saber onde mexer, quem influenciar, e o que eu podia oferecer a cada um deles.

Não importa o lado da lei em que estavam, todos aqui queriam alguma coisa, e eu sempre tinha algo a dar.

À medida que caminhava pelos corredores naquela manhã, em direção à sala de visitas, os homens ao meu redor me observavam. Não havia provocações, nem olhares desafiadores.

Em vez disso, havia aquele aceno silencioso de cabeça, o reconhecimento de que eu não era um prisioneiro comum. Eu era alguém que, apesar de estar trancafiado, ainda puxava as cordas do lado de fora.

— Bom dia, Sr. Wayne. — um dos carcereiros, Salazar, me cumprimentou respeitosamente ao abrir a porta da sala de visitas.

Diferente de como tratavam os outros detentos, os guardas nunca usavam o número que me designaram quando fui preso. Sempre era "Sr. Wayne" ou "Don".

Sabiam que eu não toleraria nada menos.

— Salazar. — respondi com um aceno de cabeça, sem perder a oportunidade de notar que ele estava mais relaxado do que o habitual.

Eu sabia que sua filha havia conseguido uma bolsa de estudos na universidade, uma pequena "ajuda" de uma organização que eu ainda controlava de dentro dessa cela. Ele nunca falava disso, mas seu respeito por mim aumentara desde então.

Enquanto me dirigia à sala de visitas, um grupo de detentos que jogava cartas em um canto parou momentaneamente para observar minha passagem. Não era por medo, mas por deferência.

Alguns deles tinham dívidas antigas comigo; outros sabiam que, se precisassem de algo, eu era o homem a quem se dirigiriam. E mesmo aqueles que não me deviam diretamente entendiam que, no mundo em que vivíamos — aqui ou lá fora —, o respeito era o que mantinha a ordem.

— Wayne. — Um dos detentos me cumprimentou com um leve aceno de cabeça. Thompson, um traficante que havia sido transferido para cá recentemente, estava entre os que sabiam o valor de estar do meu lado.

Desde que chegou, ele havia encontrado proteção entre meus aliados aqui dentro. Eu não precisara dizer uma palavra. Ele sabia o que era esperado em troca.

Eu dei um leve aceno em resposta, sem me deter. O poder não precisava ser exibido. Ele estava no ar, nos olhares, nas pausas nas conversas. Eu era a constante nesse lugar.

FAMÍLIA WAYNE | FINALIZADA Onde histórias criam vida. Descubra agora