blanco y negro

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Será que já tá na hora de vir baby GN aí? Veremos...

Alexandre

Eu estava me sentindo um merda evitando Giovanna, mas eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e eu precisava do meu espaço para raciocinar. O câncer do velho implicava em precisar decidir se atendia ao pedido dele ou não. Sinceramente, a última coisa que quero é olhar na cara do meu pai, mas saber que em alguns meses ele estará morto e sepultado me faz repensar.

Não quero que ele morra sem antes saber que eu vou me casar com Giovanna ou sem ouvir da minha boca que, mesmo com todo o plano dele, nós ficamos juntos e recuperamos a nossa filha. Queria jogar na cara dele que tinha tudo o que sempre quis e conquistei por conta própria. Queria que ele soubesse que o amor da minha vida decidiu ser também o amor pra minha vida, que era ao lado dela que eu criaria meus filhos, ou terminaria de criar, no caso de Valentina.

Além de tudo isso, ainda tinha que decidir com Cleo se aceitaria ou não a parte da herança que cabia ao Nico. Pelo menos Valentina tinha concordado comigo em abrir mão da sua. Por mim, nenhum deles teria nada que pudesse vir do velho. Meus advogados tinham recebido uma proposta de acordo da outra parte, não entendi a intenção dele em querer arrumar as coisas antes de morrer, pelo menos assim teria a chance de ver a sua frustração ao descobrir que nós não dependemos dele para nada.

Enquanto subia para Petrópolis, só pensava na minha mulher. Tudo bem que ela odiava os tais rótulos, que, teoricamente, éramos namorados, mas eu não via a hora de meter meu sobrenome na sua assinatura. Logo eu, um cara sem amarras e sem dona, estava totalmente "donificado". Meu divórcio com Cleo já estava finalizado, era o que faltava para eu pedir a mão da Gica, agora eu estava na missão de procurar o anel que usaria para isso. Ainda que fosse uma relação recente, passei minha vida inteira querendo pedir a sua mão; querendo ser seu; querendo que ela fosse minha. Para sempre.

Odiei cada minuto da reunião que tive com a cliente, um pé no saco! A mulher ficava caçando a menor oportunidade para se aproximar de mim e eu ficava fugindo como o diabo foge da Cruz. Demorou um pouco, mas consegui finalizar a visita.

Parei em um cafezinho para lanchar e não resisti, comprei chocolate para comer com Giovanna e adicionei uma Orquídea ao presente. Tava precisando recuperar uns pontos com ela.

...

Eu amava ficar de chamego com a Giovanna, principalmente se fosse na sua casa. Eu soube que era pra valer, pelo menos pra ela, quando fui convidado a participar da sua intimidade. Não tinha mais volta, seríamos nós dois pro resto da vida e, de preferência, numa casa nossa.

Eu me assustei quando a vi passando mal, óbvio que meu primeiro instinto foi cogitar uma gravidez. Só consegui me lembrar do dia que transamos sem camisinha e ela tomou pílula do dia seguinte. Era pouco provável, teve o acidente, ela me disse que tinha ido ao ginecologista e tinha resolvido a questão do anticoncepcional, mas de toda forma, eu precisava do desencargo de consciência. Saí correndo para a farmácia mais próxima e peguei uma caixa de cada teste que achei.

Não demorou muito e já estava lá, encarando aquele resultado.

A verdade é que não foi como eu queria, eu tinha minhas próprias expectativas e ilusões, queria muito que as coisas tivessem saído do meu jeito, mas olhando pelo lado dela, foi um alívio.

— Fala alguma coisa, criatura! — Giovanna berrou puxando o teste das minhas mãos. Sua cara pálida voltou a ter cor no instante em que leu não grávida. — Puta que pariu! Graças a Deus. Nossa, eu já estava começando a imaginar que tinha dado positivo. — Ela sorriu com a mão no peito. — Que alívio, vida! — Ela veio me abraçando e beijando, de quebra eu ganhei um apelido novo.

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