por você

315 29 218
                                    

Oi, foi aqui que pediram um casal que se ama e que vai ficar junto pro resto da vida?

Boa leitura, nenas!

— Eu não aguento mais tanto desgaste, Giovanna. Somos nós dois, é a Valentina, é o Nico me perguntando 24 por 7 sobre você, é a Alma me cobrando para visitar o velho... eu preciso de paz, Giovanna. E se você não puder me dar isso, é melhor a gente parar por aqui. — Ele se desvencilhou de mim e deu a volta no carro. — Entra, antes que eu me arrependa. — Nunca pensei que pudesse odiar ouvir meu nome saindo da sua boca.

Como um cachorro que caiu da mudança, eu peguei meus saltos no chão e me enfiei no seu carro. Não ousei dizer uma única palavra. Alexandre ligou o aquecedor do carro no máximo, eu estava batendo o queixo de tanto frio.

— Tira essa blusa, você vai pegar um resfriado.

— Eu não posso sair por aí pelada. — Respondi e o vi se esticando para o banco de trás.

— Veste meu casaco. — Tirou a roupa de dentro de uma mochila.

— E você? — Perguntei já me livrando do colete e da regata, eles estavam pingando.

— Tem uma camisa limpa também. — Explicou sem me olhar.

Eu não demorei um minuto em me trocar, agradeci aos céus por ele ser precavido. Alexandre ficou totalmente pelado enquanto se trocava, tinha uma calça de moletom para vestir também.

Sem que eu esperasse, ele pegou uma toalha na mochila e começou a secar meus cabelos. Cuidadoso até quando estava puto de raiva. Isso não tinha como ignorar. Não tinha mais como ignorar o quanto ele me ama e o quanto eu o amo.

Não falamos nada durante o trajeto todo. Não precisava. Nós sabíamos bem o que significava esse momento na história. Essa é aquela hora disruptiva, onde nada fica igual e tudo encontra seu devido lugar.

Quando chegamos ao meu condomínio, ele parou na vaga extra, ou a vaga do Alexandre como eu e meus porteiros falávamos, mudo estava e mudo ficou. Olhei em sua direção, preferia que ele estivesse puto de raiva, mas não estava.

— Não vai falar nada? — Perguntei receosa.

— Falar o que, Giovanna? — Coçou o pescoço.

— Para de me chamar assim, merda. — Gemi frustrada.

— Não é esse o teu nome? — Me olhou de relance.

— É, mas não gosto quando você me chama assim. Não precisa me chamar de amor, mas me chama pelo menos de Gica, por favor. — Pedi pegando sua mão na minha.

— Para, Giovanna. Me dá um tempo, eu preciso pensar no que vou fazer agora.

— Agora a gente fica junto.

— Eu não sou um fantoche nas suas mãos. Não vou fazer o que você quer.

— Não é ser fantoche, Ale. Eu estou te dando a certeza de que estou aqui, 100% disponível pra nós dois. Eu quero uma vida inteira com você, eu topo tudo com você.

— Você já me disse isso antes, mas bastou eu te pedir algo pra me mostrar que não é bem assim. — Suspirou cansado.

— Você nunca vai aceitar minha amizade com o Javier? — Perguntei já pegando meu celular.

— Não, nunca. — Me olhou no fundo dos olhos pela primeira vez nesse tempo.

— Tudo bem. Eu concordo com você. — Abri a conversa com o meu ex, que tinha umas mensagens não respondidas, e bloqueei na frente dele. — Pronto. Acabou. Se era o Javier que te impedia de estar comigo, não impede mais.

Como Recuperar el TiempoOnde histórias criam vida. Descubra agora