Capítulo 34 🥀

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Voltando para o quarto, me sento na cama, encostando-me na cabeceira. Escuto a porta sendo aberta. Talvez ele tenha voltado para me tirar desse quarto, no entanto vejo uma cabeleira com alguns tons grisalhos passar pela porta, Alzira.

— Lembro-me de ter dito para não fazer nada que eu não faria mocinha. — Me encara séria, sinto vontade de rir por ela se parecer tanto com a minha mãe.

— Eu não fiz nada demais Alzira, o capo é louco — digo altiva. Ela suspira irritada.

— Você não tem jeito, não é? — indaga colocando a mão na cintura.— Victor me disse que era para te deixar aqui trancada e com fome, mas não farei isso, trouxe o seu almoço. Coma rápido, eu preciso voltar antes que alguém me veja.

— Não estou com fome — falo cabisbaixa.

— Mas você irá comer. — Coloca a bandeja sobre as minhas pernas.

Dou de ombros e pego o garfo, não acho que iria ganhar essa discussão de qualquer forma. Como sob os olhares atentos de Alzira.

— Pronto, comi tudo. — Quebro o silêncio assim que acabo a refeição.

— Boa menina, agora descanse — murmura pegando a bandeja de volta.

— Onde está Carol? — pergunto.
— Ela já sabe que estou trancada novamente?

— Sim, ela já sabe. Arthur a levou para um passeio, algo que ela quase nunca faz.

— Fico feliz por isso.

— Querida, eu tenho que ir, você irá ficar bem?

— Não se preocupe comigo Alzira, ficarei bem.

— Ótimo. Por favor, quando Victor chegar, não o desafie, hoje ele irá decidir quem serão suas escolhidas, e pode ter certeza que isso não era algo que ele queria fazer. Victor nunca sonhou em se casar.

— Certo Alzira, obrigada.

Ela sorrir e sai pela porta, trancando-a logo em seguida.

Hoje é o dia que ele irá escolher duas daquelas mimadas? Por um momento sinto uma pontada de desgosto. Não posso me importar tanto com isso. Então por que sinto como se alguém estivesse prestes a tomar algo que me pertence?

Desde que cheguei aqui ele só me humilhou e me machucou, mas algo mudou desde aquele beijo, meu primeiro beijo. A sensação foi diferente de tudo que algum dia eu já senti. Aquelas mãos percorrendo meu corpo. E como me esquecer do seu cheiro viciante? Aquele homem é a mistura de demônio e anjo.

Eu não me importo se ele escolher uma daquelas mimadas, não me importo se for uma delas a sentir o cheiro e o toque dele.
Eu não me importo!

Deito, fechando os olhos para tentar esquecê-lo. Bufo ao sentir seu cheiro no travesseiro. Como vou consegui esquecer se tudo aqui me lembra de ele?
Desgraçado.

[...]

Sou acordada com um leve barulho. Continuo de olhos fechados, não estou a fim de encarar seja lá quem for.

Sinto mãos grandes alisando meus cabelos, me seguro para não soltar um grande suspiro. É ele.

— Sei que está acordada — sussurra em meu ouvido.
Sinto sua mão descer pelo meu braço, me puxando para que eu me vire. Permaneço de olhos fechados.

— Vamos lá Bárbara, abra os olhos.

— Me deixe quieta, não quero brigar.

— E quem disse que eu quero brigar? — balbucia com uma voz estranhamente afável.

Finalmente abro meus olhos, vejo que o quarto está um pouco escuro.
Por quanto tempo será que dormir?
Encaro aqueles lindos olhos.

— O que você quer? Veio me tirar daqui?

Me ignorando totalmente ele começa a tirar a gravata e logo em seguida o paletó. Arregalo os olhos.

//vish

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