— Para onde vamos?— Comprar algo para você usar no jantar de logo mais — diz voltando a degustar seu café da manhã.
Jantar? Não sabia que iríamos jantar, aliás, ele nem ao mesmo teve a decência de me convidar, o que me faz perceber que ele continua sendo o mesmo cretino de sempre. Reviro os olhos.
— Não me lembro de jantar nenhum — retruco.
— Coma calada e faça o que eu mandei — ordena.
Desgraçado. Como ele ousa me tratar assim depois do que aconteceu ontem? Não acredito que por um momento eu pensei que alguma coisa havia mudado.
Vejo Melissa me encarando com raiva, talvez por saber que ele vai jantar comigo e não com ela. Mas não estou feliz por isso, só consigo pensar em como ele é idiota por falar comigo daquele jeito.
— Já terminei — digo, e me levanto indo em direção às escadas, sem dar oportunidade de alguém dizer alguma coisa.
Chego ao quarto e bato a porta com força. Se ele quer me tratar do mesmo jeito de antes, que seja. Afinal consigo ser bem pior quando eu quero.
Encaro o espelho. Estou trajando um vestido preto rodado, com uma jaqueta de couro por cima. Alzira tem bom gosto para comprar roupas, gostei de todas que ela escolheu.
Calço um salto preto e penteio meus cabelos, jogando para o lado de uma forma despojada, decido não usar maquiagem, gosto do meu rosto natural. Estava passando perfume quando escuto a porta sendo aberta.
— Está pronta? — Escuto a voz de Victor, e o encaro pelo espelho.
— Não é o que parece? — Caminho em sua direção, passando por ele.
sigo.
Vejo que ele já desceu a pequena escada da entrada da casa, e está encostado em um Audi R8 com as mãos nos bolsos. Suspiro e dou um passo à frente, os raios solares batem em meu rosto, institivamente sorrio. Faz tantos dias que não sinto o sol.
Encaro o céu que hoje, sem dúvidas, está lindo, sorrio mais uma vez com a sensação de liberdade que não sentia há tempos. Olho para Victor, ele ainda está me fitando, seguindo qualquer movimento meu com os olhos.
Pigarreio e continuo a andar, desço a pequena escada, me aproximando lentamente, e como se fosse um perfeito cavaleiro de armadura reluzente, ele simplesmente abre a porta para que eu entre.
— Belo carro. — Elogio quando ele se acomoda no banco do motorista.
Victor me ignora completamente enquanto manobra o carro. Passamos em alta velocidade pelos gigantescos portões de entrada, o que me faz colocar imediatamente o cinto de segurança. Vejo o cretino dando um sorrisinho de lado.
— Sua falta de confiança em mim é óbvia — diz ainda olhando para os carros parados à nossa frente.
— Veja só quem resolveu parar de me ignorar — debocho.
Victor me olha por alguns segundos e depois volta sua atenção para frente.
— Não me lembro de estar ignorando você.
— Pois não foi isso que me pareceu. — Dou de ombros.
— Seu pai não te ensinou a não tirar conclusões precipitadas Srta. Passos?
— Seu pai não te ensinou a não ser um cretino desgraçado Sr.Augusto? — brado.
Victor me olha incrédulo. Sorrio, olhando as lojas passando pela janela.
— Porra, por que você tem que ser assim? — balbucia irritado.
— Assim como? Você só pode está de brincadeira! — Meneio a cabeça. — Transa comigo e me ignora totalmente no outro dia. Como você quer que eu haja sobre isso?
Victor encosta e desliga o carro em uma rua estreita, na qual tínhamos acabado de entrar.
Eu continuo olhando pela janela. Não quero que ele perceba o quanto isso me machuca, não quero que ele veja meus olhos marejados. Eu nunca choro, não será agora que vou chorar por causa desse idiota. Pisco os olhos repetidas vezes para afastar qualquer lágrima que tenha se formado.
— Olhe para mim. — Escuto sua voz autoritária e fecho os olhos.
Encosto minha cabeça no banco do carro.— Ligue o carro Victor. — Peço, sem forças para entrar em uma discussão.
— Olhe para mim, Bárbara. — Sinto sua mão segurar gentilmente meu rosto, fazendo com que eu encare seus lindos olhos. Me perco por alguns segundos na profundidade do seu olhar sobre mim. — Desculpa — sussurra aproximando a sua testa da minha
.
Ele me pediu desculpa? Não acredito no que acabei de ouvir.— Victor, e...eu... — Seus lábios pressionam contra os meus, me calando com um selinho. Suspiro e molho o lábio inferior enquanto fecho os olhos.
— Eu não sabia como agir depois do que aconteceu ontem. — Abro os olhos e vejo que ele está encarando meus lábios, com uma expressão de dor em seu rosto.
Victor se afasta de mim e instantaneamente sinto falta do seu toque. — Porra, me senti um adolescente quando acordei ao seu lado e simplesmente não sabia o que fazer — murmura passando a mão em seus cabelos.
Tiro meu cinto, puxo seu rosto em direção ao meu e o beijo. Um beijo cheio de desespero, o qual Victor corresponde chupando meu lábio inferior e pedindo passagem para sua língua brincar com a minha.
Sua mão desce até minha coxa, me puxando em sua direção, me encaixando perfeitamente em seu colo. Enterro meus dedos em seus cabelos, enquanto intensificamos o beijo, quando finalmente o ar falta em meus pulmões eu me afasto um pouco e Victor começa a distribuir beijos por toda extensão do meu pescoço.
Esfrego-me descaradamente em sua ereção, nos fazendo gemer juntos.
— Precisamos comprar o vestido — sussurra ainda me dando beijos no pescoço.
— Precisamos? — Minha voz sai como um gemido.
— Sim. — Victor diz mais uma vez.
— Certo. — Tento sair do seu colo e voltar para o meu lugar, mas ele prende minhas coxas e me beija mais uma vez, um beijo que me deixa totalmente molhada.
Chegamos a uma loja de grife, dessas que as mimadas da máfia costumam vir gastar o dinheiro dos seus pais. Patéticas.
Victor desce do carro, e antes que ele consiga alcançar a minha porta, eu simplesmente abro e saio.
— Você nunca consegue seguir o protocolo, não é? — indaga em meu ouvido enquanto possessivamente coloca a mão na minha cintura.
— Abrir a porta faz parte do protocolo? — retruco. Victor sorri e assente Caminhamos em direção à entrada da loja e somos recebidos por uma loura de cabelos presos em um coque apertado.
— Sejam bem-vindos. — Ela sorri, praticamente se jogando em cima dele. — Em quê posso ajudar Sr.? — pergunta com uma voz manhosa, olhando por cima dos cílios para Victor.
Reviro os olhos.
— Parar de dar em cima do meu homem seria um bom começo, querida. — digo, sorrindo falsamente.Ela pigarreia nervosa e me olha de olhos arregalados.
— Sra. E...eu... Não... — Tenta formular as palavras.
— Preciso de um belo vestido — Me adianto. — Faça seu trabalho e vá me buscar alguns.
— Sim senhora — murmura e sai apressada.
— Seu homem, é? — Victor sussurra em meu ouvido, mordiscando minha orelha.
— Calado! — Digo, seguindo caminho pela loja, deixando-o para trás, com um sorriso idiota no rosto. Isso me faz sorrir também.
// Estou demorando pra postar pq tô em semana de provas 😭
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A escolha do Capo ♣️
FanficSinopse 🥀 Barbara tem uma realidade bem diferente de muita gente , fazer parte da máfia não é fácil, e quem dirá seguir todas as regras , seu pai é um capitão renomeado lá dentro , mais nem ele pode mudar como as coisas são feitas . Victor é um dos...