☀️12: mãos dadas e sorvete com refrigerante

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Afundo sobre a água quente e meus músculos relaxam, permitindo que o suspiro de meus lábios agracie o lugar. Remédios... agora não tantos assim, todavia ainda me deixam extasiado, principalmente hipnóticos e sedativos. Ergo a perna, esticando os dedos dos pés na sensação de poder finalmente me alongar sobre o conforto então meus olhos procuram pelos cantos; Os cabelos loiros, olhos escuros concentrados em um livro qualquer, lábios entreabertos e as pernas levemente cruzadas.

Jungkookie.

Sorriu mínimo sozinho, perdido olhando-o. Gosto de apenas observar, e isso me faz pensar que agora entendo melhor ainda o que significa estar sozinho junto. Pois o silêncio que percorre o cômodo, juntamente a concentração de Jungkookie absorto no próprio universo, me faz sentir-me bem. Como se fosse apenas possível vê-lo de longe tal qual algum ser inexistente, equiparável a sensação de quando vez ou outra caminho até o aquário, na última sessão, estando apenas eu e os peixes em uma sintonia que não precisa ser explicada. Apenas é.... Bom. 

Me sinto leve, sem a necessidade de correr demais para alcançar um objetivo que julgo ser impossível pois seus olhos de lua me encaram e esperam, suas mãos estão lá erguidas prontas para me ajudar mesmo que não seja fácil. Gostaria de saber como ele se sente, se a ideia de beijar não parece tão estranha assim, porque agora, me vendo de fora, pensando nas minhas próprias palavras, me sinto envergonhado, perdido e bobo.

Jeon tem opções, frequenta festas e consegue ter vários amigos.

Então porque me aceitou? 

Mais uma página é gasta, um ofegar o escapa a medida que gira mínimo o pescoço; rápido fecha o livro como se tivesse cansado e confere o celular. Está perto da hora dele ir. Suas orbes passeiam pelo banheiro antes de chegar nas minhas, transpondo de algo leve pra curioso. Não consigo evitar de sorrir, sentindo as bochechas quentes assim como o peito.

Respiro fundo, lhe dando as costas por sentir que a vermelhidão é maior do que posso controlar, então me concentro na esponja, a pegando e apertando-a, tendo a espuma há  escorrer, esfregando-me com paciência de ombros meio retidos pois pensar que preciso sair daqui me deixa ainda mais rubro. Jungkookie irá me ver, acho que vou pedir a toalha antes de me levantar totalmente.

— Senhor Park, tímido. — sua voz ressoa calma. O fito breve por cima dos ombros e ele puxa o livro novamente, o corpo vira em direção a porta quase me dando as costas como fiz consigo.

— Como sabe? — pergunto abraçando minhas próprias pernas, agora é uma boa hora para levantar.

— Quem não saberia? Fica vermelhinho, e se retrai todo.

Não respondo apenas tomo a toalha na palma, puxando-a e levanto-me, mantendo-me de costas. Respiro fundo mais uma vez, secando os braços e o tronco rapidamente antes de enrolar o tecido na cintura, caminhar até próximo da cadeira e me cobrir com o roupão. Dessa forma é mais fácil.

Me seco, e no processo deixo o bocejo escapar, talvez consiga cochilar antes de irmos ver Yoongi. Penso a respeito, secando os cabelos e pego as peças de roupa, vestindo rapidamente, caminhando até Jungkook e lhe tocando os ombros, indicamos que podemos sair.

— Então hoje te deixo com seu pai?

— Até irmos visitar Yoonie, sim. — enrolo os fios sobre os dedos, indo ao quarto, limpando os olhos com solução fisiológica antes de secar oque escorre com o lenço que ganhei. O menino me acompanha e recosta-se no batente da porta de braços cruzados.

— Você quer me acompanhar?

— Não vou incomodar você?— respondo sua questão com outra, mordendo os lábios em antecipação a resposta.

Ponta dos pés- jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora