O quadro de Nana só tem piorado. Mesmo estando em um dia de folga, o filho dela me ligou desesperado sobre a Gtt ter saído do lugar, isto se deve as tosses persistentes, também um movimento involuntário qual ela está fazendo no abdômen, forçando a sonda a todo momento. Não há muito o que eu possa fazer a não ser solicitar ao técnico que peça ao médico pra preescever sedativos. Sexta feira passada ela não me reconheceu mais, e terça tive que me apresentar. Quarta houve outra piora, o que me fez ter que escolher entre ir ver ponta dos pés ou ela.
Foi clara minha decisão.
Pedi a outro fisioterapeuta de confiança que fosse vê-lo, estou preocupado pois o uso das orteses começaram na sexta e estou sem o ver desde o dia que Nana precisou de mim. No primeiro dia: intercorrencia; segundo, eu realmente não estava nada bem pra ir ao trabalho, o terceiro veio a ligação inesperada do meu avô sobre uma possível herança de minha Hannah que vou ter que dar uma olhada, talvez participar da reunião mesmo falando que não me interessa.
Por que passaram tanto tempo calados sobre isso e agora querem confusão? O que houve? Apareceu mais netos?
Por o que eu saiba sou filho único, entretanto não duvido que esteja enganado. É um domingo, uma noite de domingo pra ser mais específico e estou na sacada de meu AP, os cotovelos apoiados nas grades baixas perto dos varais fitando um completo breu. Na minha destra há um beque acesso, qual levo aos lábios agora após já ter soltado parte da fumaça da tragada interior.
Espero que as coisas estejam bem com Jimin, arrependo-me de não ter pegado seu número até agora; de toda forma Seokjin avisou a família que eu estaria distante por problemas pessoais.
Sinto uma presença logo atrás de mim, escondida me fitando e tenho dúvidas se quero olhar pra conferir. Há chances de ser apenas coisa da minha imaginação, a brisa batendo ao ponto do elfo brotar. Na verdade eu só o vejo dentro d'água, então não deve ser ele. Dou uma risadinha nasal e miserável pois sinto falta de falar com o Kim Namjoon 2.
— O que tá te fazendo dar risadinhas assim ein? — é Jung hoseok. Não me dou o trabalho de olhá-lo pois sei que irá se aproximar, seu torso se faz próximo, os olhos me analisam preocupados antes de respirar fundo e pular de uma vez, quase me assustando porém unicamente senta no cantinho da sacada, recostando-se na parede, os pés no espaço depois das grades de dois degraus de cerâmica que julgo dizer que é inútil.
O tão famoso "facilita pra ladrão".
— Saudades de conversar com um elfo.
Respondo sua questão, e ele ri pequeno ajustando o gorro de sapinho fofo que comprou recentemente, uma das mãos esticam-se pedindo uma tragada, então o passo o cigarro, puxando os cabelos pra trás em seguida.
— Você parece intrigado.
— Sua dedução é péssima, na real estou preocupado.
— Com o que? — ele devolve o cigarro, tossindo um pouco e nego com a cabeça. Eu já o ensinei como faz mas sempre se engasga. Toco mínimo suas costas, dando leve batidas.
— Sabia que em uma situação de engasgo real, não se deve bater nas costas da outra pessoa?
— Mesmo? Por que? — seus lumes castanhos me encontram e sorrio, tragando a maconha com força, acabando o restinho do beque.
— Na hora do desespero, a adrenalina sobe e incrivelmente você pode acabar quebrando a costela do seu amigo, do que realmente ajudando.
O menino faz uma careta só de imaginar. Gargalho da sua reação genuína.
— Estou preocupado porque o ponta dos pés começou a usar orteses. Imagino como deve estar difícil as dores, mesmo sendo noturnas, ele já reclamou de sensações a noite.
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Ponta dos pés- jikook
Fanfiction[EM ANDAMENTO] " Quando eu morava em Ilha Bela, uma parte minha acreditava que nasci para ser apenas um propósito na vida das pessoas. Então te encontrar e escolher ficar foi mais uma vez apostar nisto. Porém, as coisas bem que poderiam seguir meno...