A PROPOSTA

Capítulo 50 - A gente pode conversar?

NATALIE...

Sabe quando você passa a vida querendo muito uma coisa e quando tem, meio que preferia não ter tido?
Estou me sentindo assim, neste exato momento. Passei a vida querendo uma irmã. Hoje, descobri que tenho uma. Mas eu preferia que aquele exame tivesse dado negativo. A Rafaela tem raiva de mim, por eu ter me casado com a Priscila. Se eu pudesse, eu escolheria não gostar da Priscila. Mas não tenho controle sobre isso. Eu a amo. Me apaixonei por cada atitude dela comigo e com as pessoas ao seu redor. Eu poderia não querer amizade com a mulher que já ficou várias vezes com a minha esposa e que ainda é apaixonada por ela. Mas estou disposta a deixar tudo isso para trás. Se ela não quer, não podemos fazer nada. Eu e o papai só gostaríamos que ela entendesse que não sabíamos da existência dela. Sem esse acidente da Rafaela, não iríamos saber nunca, que ela faz parte da nossa família. Mas enfim... O Dia está tão lindo. Quero aproveitar cada minuto ao lado da minha esposa e da minha família. Quando ela entender que, se não fizermos bem, mal é que não iremos fazer, estaremos aqui. Acordei cedo, fiz minha higiene matinal, chamei minha esposa, que fez o mesmo e, após o nosso café, a Priscila foi para o escritório, pois tinha uns e-mails para responder, eu arrumei o quarto do nosso filho e mais tarde, fomos pegar nosso pequeno na escola.

Victor: - Mamães!? - Fala alegre, ao ver suas mães na porta da sala.

Natalie/Priscila: - Oi, meu amor. - Falam ficando de Joelhos, para abraçá-lo.

Natalie: - Como foi a aula? - Fala ao sair do abraço e levantar.

Priscila: - Aprendeu e brincou muito?

Victor: - Siimm. Eu estava com saudades. Mas foi muito legal, lá na casa da vovó. A gente brincou muito. Ontem à noite, a vovó convidou dois coleguinhas para brincar comigo lá no apartamento dela. Ela fez pizza e a gente comeu e tomou refrigerante.

Priscila: - Eu amo a pizza que a mamãe faz. Eu nunca mais comi.

Natalie: - Qualquer dia, vou querer experimentar essa pizza da minha sogra, hein...

[...]...

Cadu: - Muito obrigada, por ter me dado essa oportunidade. - Fala olhando para a Priscila.

Priscila: - Não precisa agradecer. Você veio para cá, porque te dei uma oportunidade. Mas você só está permanecendo, por causa da sua dedicação. Tenho recebido muitos elogios de você.

Cadu: - Fico feliz, em saber.

Natalie: - Eu sabia que você não iria se arrepender. O Cadu é ótimo. - Fala o olhando.

Cadu: - Obrigada, Natalie! - Fala a olhando.

A Priscila não sentia mais ciúmes do Cadu. Ele trabalha em um dos restaurantes dela e, vez ou outra, elas estavam por lá. Mas certos comentários, a incomodava. Suava para a Priscila, como se a Natalie o conhecesse bem. A fazia lembrar que eles já namoraram e ela sempre lembra da Natalie falando que só terminaram, porque ele foi embora e ela não queria mais namorar com ele à distância. Mas apesar do incômodo, a Priscila tentava disfarçar. É. Ela tentava. Ela não era muito boa nisso. A Natalie sempre percebia.

Natalie: - Vamos, amor? - A olha. - Agora precisamos ir. Obrigada, por seu atendimento. - O abraça.

Após se despedirem, as duas saem do restaurante, entram no carro e seguem para casa. A Priscila não estava falando nada. A Natalie já até sabia, o porquê.

Natalie: - Amor? É sério, que você vai ficar assim, por algo que eu falei para o Cadu?

Priscila: - Eu sei que eu não deveria. Não é bem "ciúmes". Mas certas coisas que você fala, me incomoda. Não sei explicar como me sinto. Parece que você o conhece bem, lembra dos momentos de vocês, enfim...