Capítulo 51- Tem alguém me seguindo.

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Natalie...

Quando descobri que a Rafaela é minha irmã. Eu eliminei qualquer pensamento sobre ela ser uma mulher apaixonada pela minha esposa, por ela já ter ficado com ela, enfim... Tentei não pensar nisso. De repente, tudo que eu sempre pedi ao meu pai e a minha mãe: estava ali, na minha frente. Independente de qualquer coisa, ela ainda assim, era tudo que eu havia cobrado por anos, aos meus pais; Minha irmã. Mas no fim das contas, é como minha mãe sempre falava: Família é quem escolhemos para amar, cuidar e proteger. Não tem nada a ver com Biológico. O que eu quero dizer é que, tudo bem, se a Rafaela não quer fazer parte da Família. Nem ao menos tentar fazer parte. Sermos do mesmo sangue, não a obriga a isso. Faz dias que descobrimos a verdade. Ela parecia não querer mesmo, aproximação. Mas hoje, me surpreendi, quando ela bateu na porta do meu quarto e perguntou se poderíamos conversar. Jamais negaria uma conversa a ninguém. Na verdade, acho que necessitamos de uma conversa. Eu não esperava que ela viesse falar comigo. Mas já que veio. Acredito que não podemos evitar o inevitável.

Natalie: - Claro. Pode falar. - Fala a olhando, surpresa.

Rafaela: - Então... Naquele dia... eu... acho que... - É interrompida.

Natalie: - Calma! Senta. - Fala apontando para ela sentar num sofá que tem de frente para a cama e a mesma senta. - Respira, tá? É só uma conversa. Somos adultas e aqui, irá prevalecer o respeito.

Rafaela: - Tá bom. Obrigada! - Fala a olhando. - Eu... bom... depois daquele dia, quando saí daqui, não teve um único dia, que eu não pensasse em tudo que você e seu pai falaram. O que falei por último, tenho certeza que não foi legal de ouvir. Mas quero que saiba que me sinto grata, por vocês terem salvado a minha vida. Eu jamais imaginei, que alguém, um dia, seria capaz de fazer isso por mim. Ainda mais, pessoas que não têm motivos para isso. Mas peço que me entenda: eu cresci praticamente me virando sozinha. Se eu não tivesse conhecido a Priscila e a mãe dela, não sei onde eu poderia estar, agora. O que eu quero dizer é que, eu culpei seu pai por tudo que passei e fiquei com raiva de você, por ter tido tudo que eu passei a vida querendo. Mas pensei muito, todos esses dias e, você não tem culpa de nada. Nem mesmo o seu Leandro, se ele realmente não sabia da minha existência. Mas se ele não me procurou um dia sequer, depois daquele dia, é porque ele não faz questão, de ter outra filha. Ele não está disposto a me conhecer.

Natalie: - Isso não é verdade. O papai está disposto tanto quanto eu, a se aproximar de você. A tentar te incluir como nossa família. Mas isso não será possível, se você não nos der uma abertura. Eu estou disposta a deixar de lado, nossa indiferença. O papai está disposto a ser pai de mais uma. Mas você precisa permitir que a gente entre  em sua vida, Rafaela. Você tem raiva de mim, por causa que me casei com a Priscila. Isso é algo que enquanto você não deixar de lado, não vai nos ajudar a nos aproximarmos. Quando você tiver disposta, tanto quanto a gente, é só falar. Se você já está disposta, ótimo. É só falar.

Rafaela: - Eu... eu não sei como agir, Natalie. Não sei. Eu quero permitir essa aproximação. Quero conversar com seu pai. Mas não sei como agir. Não sei como fazer isso.

Natalie: - Do mesmo jeito que fez comigo, irá fazer com o papai. Você veio conversar comigo e acredito que te trouxe um alívio. Você só precisa fazer o mesmo, com o papai. Eu te dou o endereço e você vai conversar com ele.
Se você quiser, é claro. E quanto a não saber como agir; apenas vamos deixar tudo fluir. Sem se privar. Sem mágoas.

Rafaela: - Eu quero, o endereço dele. Mas ainda não será hoje, que teremos uma conversa. Para ele ainda não estou preparada.

Natalie: - E o papai sabe. Foi exatamente por isso, que ele ainda não foi atrás de você para conversar.

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