Dez

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— Você é bastante habilidosa com isso, senhorita

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— Você é bastante habilidosa com isso, senhorita. — comento me referindo ao curativo que ela faz em meu rosto.

A mulher de olhos escuros dá de ombros, ainda concentrada em seus cuidados.

— Meu pai era muito bom em chegar em casa todo machucado... — explica. — Acabei criando prática. — seu sorriso é um tanto triste, assim como seu olhar.

— Chris? — ouço batidas na porta do escritório, desfazendo minhas lembranças. — Preciso conversar. — Jordan, meu irmão mais novo, declara em tom abafado.

Tomando postura mais ereta e ajeitando meu paletó, ordeno a ele que entre na sala e feche a porta. Os olhos claros de meu irmão demonstram preocupação.

A forma como ele mexe seus dedos também.

— O que é que houve, Jordan? — questiono com feição neutra.

Quando ele me responde, sua voz é baixa e urgente.

— Um dos nossos armazéns do Porto. Recebemos a informação de que há uma movimentação estranha. — passa a língua por seus lábios. — É a polícia.

Assinto, processando a informação rapidamente. Os policiais de Toronto estão conosco — ao menos enquanto a propina existe. Não faz sentido tê-los ali.

As últimas semanas foram um teste contínuo para minha liderança, com diversos atentados contra a Família Wayne. Tenho certeza de que este é mais um deles.

— Vamos resolver isso. — afirmo, minha voz firme. — Chame Dean, avise que iremos até lá.

— Peter não vai também? — indaga, um tanto contrariado.

— Preciso conhecer o terreno antes, irmão. Por enquanto, não há necessidade de sermos truculentos agora. — aperto seu ombro gentilmente.

Jordan assente, ainda com uma sombra de preocupação nos olhos, mas confia em meu julgamento. Ele sai do escritório rapidamente, e eu me preparo mentalmente para o que pode nos aguardar no Porto.

Enquanto sigo para o carro, a lembrança de Robyn volta à minha mente. A mulher que assumiu a dívida de seu pai com uma coragem inesperada. Sua presença e sua habilidade em cuidar de meus ferimentos deixaram uma marca. Mas agora não é hora de distrações.

Dean já está esperando ao lado do carro, sua expressão séria. Ele sempre foi um homem de poucas palavras, mas sua lealdade e eficiência são inquestionáveis.

— Vamos ao Porto. — digo simplesmente, entrando no carro.

Durante o trajeto, meus pensamentos voltam aos recentes ataques. Alguém está tentando minar minha liderança, testar minhas defesas. Precisamos identificar a fonte dessas investidas e eliminá-la.

Chegando ao Porto, observo a movimentação à distância. Vários policiais rondam o armazém, mas algo parece fora do lugar. Não são os nossos habituais "amigos". Sinto a tensão aumentar, mas mantenho minha expressão impassível.

FAMÍLIA WAYNE | FINALIZADA Onde histórias criam vida. Descubra agora