A Beautiful Lie
Acabei no final de contas almoçando sozinha, Bella saiu com Edward Cullen, ele não estava se sentindo tão bem e Rosalie como sempre, não estava com tanta fome assim.—Posso te fazer uma pergunta? — Olho nos olhos de Roz, afastando o prato vazio com os talheres, um pouco mais para o centro da mesa. —Rosalie se ajeita em sua cadeira.
— Você promete que não me achará louca? — Questiono sentindo um certo frio na barriga. —Rosalie apenas afirma que sim com a cabeça.
— Roz, por que eu sinto coisas tão estranhas as vezes vindo da sua família? — Indago com sinceridade.
Ela pigarreia pela garganta, mas não fala nada, apenas me observa com cautela, aparentando estar reflexiva e desconfortável com a minha pergunta.
— Vocês são perfeitos de mais...têm esse lance do cheiro e Edward parece que escuta meus pensamentos.
— E você, não só você, Edward, Emmett e Carlisle também, vivem gelados. —Enfatizo bem todos os nomes, memorando em minha cabeça todas as vezes que os toquei.
— Vocês são extremamente pálidos, possuem uma beleza acima do padrão, se movem de forma diferente, as vezes surgem e somem do nada e as vezes acho que nem respiram...
Enquanto falo, gesticulo com as mãos e faço várias expressões faciais, dando intensidade as minhas emoções.
Rosalie fica cada vez mais desconfortável com as minhas palavras. Ela se mantinha estática, seus ombros mal se mexiam, seus olhos demoravam para piscar. Ela parecia ter entrado em uma espécie de choque ou surpresa.
Mesmo percebendo a tensão no ar, apenas continuo a falar, exaltando algumas vezes a minha voz. Falava como se minha vida dependesse disso.
Ao fundo, o barulho externo se mantinha constante, com pessoas entrando e saindo do refeitório do hospital. Mas eu ignorava firmemente todos esses estímulos, focando minha atenção exclusivamente na loira à minha frente.
— Estou começando a achar que sou louca. Novamente... Eu não aguento mais me sentir dessa forma, Roz. — Desabafei, passando a mão sobre meus cabelos nervosamente.
— Eu acho que não sei mais distinguir o que é e o que não é real. — Desabo com tristeza, sentindo um peso no peito ao compartilhar meus dilemas com Rosalie.
— Você acha que sou louca? — Pergunto novamente, olhando em seus olhos com intensidade e ansiedade, aguardando impacientemente sua resposta.
Rosalie me responde apenas com seu silêncio, abrindo e fechando a boca algumas vezes, como se quisesse falar mas não soubesse o que.
Isso me fez sentir inesperadamente triste, como se a falta de resposta dela tivesse confirmado meus medos e dúvidas.
Eu desviei o olhar, sentindo um nó se formar em minha garganta. A ausência de palavras de Rosalie era mais pesada do que qualquer consolo inadequado que ela poderia oferecer.
Aquela sensação de incerteza crescia dentro de mim, enquanto eu buscava desesperadamente por algum sinal de compreensão ou apoio por parte dela.
Era como se o silêncio dela ecoasse meus próprios temores, ampliando-os e tornando-os ainda mais angustiantes.
— Esqueça. —Me levantando apressadamente da cadeira, fazendo o barulho ecoar estridente pelo chão.
Estava sentindo uma mistura de frustração e decepção com a falta de resposta de Rosalie.
Caminhei em direção à porta, tentando conter as lágrimas que ameaçavam rolar pelo meu rosto.
A sensação de incompreensão pesava em meu peito, tornando difícil respirar. Eu não sabia se Rosalie estava apenas atordoada ou se simplesmente não sabia como lidar com a minha dor, mas naquele momento, a sua falta de resposta era mais dolorosa do que qualquer outra coisa.
Sentia-me sozinha e desamparada, lutando contra meus próprios demônios sem o apoio que esperava encontrar.
Deixo a mesma estática em sua cadeira, ficando ainda mais chateada por ela não ter vindo atrás de mim. Apesar de ser minha amiga a pouco tempo, eu esperava ao menos alguma palavra dela, pelo menos para me confortar, mas vi que estava errada.
Essa situação me fez questionar a proximidade que tinhamos, talvez eu tivesse sido precoce de mais, mas isso não anula os sentimentos que senti pela sua falta de resposta.
Vou em direção ao elevador e aperto o botão impacientemente, algumas vezes para subir. Na espera sintia meus olhos se encherem de água e começar a arder, um sinal de que não aguentaria muito e logo choraria.
Se eu pudesse me ver, com certeza estariam vermelhos. A sensação incômoda me faz piscar várias vezes, tentando aliviar a irritação.
Aperto mais algumas vezes o botão na esperança de que assim ele chegasse mais rápido. Por mais que eu tentasse reprimir meus sentimentos, o no em minha garganta ficava cada vez maior.
Os pensamentos turbulentos pareciam se agitar dentro de mim, dificultando ainda mais a contenção das emoções que queriam sair.
Respiro fundo, enquanto conto os andares, para distrair minha mente. Quando finalmente o elevador chega e sinaliza que chegou no andar, ao fundo ouço passos rápidos.
— Espera! — Rosalie grita, caminhando em minha direção com uma expressão aflita, como se tivesse pensado na resposta que gostaria de dar.
A surpresa toma conta de mim e eu me viro para encará-la, ansiando por suas palavras. Estava esperançosa de poder ouvir que estava certa.
Gostaria de ouvir que ela e sua família não eram humanos.
— Eu não acho que esteja louca Emma.
— Acredito que está apenas cansada. Diz a loira se aproximando cada vez mais a mim. Rosalie se movia de forma cautelosa.
— Você passou por muitos situações conflitantes, é normal se sentir dessa forma. — Rosalie parecia aflita.
Estava se esforçando para me tranquilizar e não me magoar com suas palavras.
Sua pronuncia era carregada de cuidado. Parecia que em sua cabeça também possuía um conflito. Talvez uma árdua luta entre razão e emoção.
— Quem sabe você esteja apenas tentando se agarrar às situações para não encarar o seu real problema. — Seus olhos dourados encontram os meus e suas mãos tentam tocar as minhas.
Suas palavras me atingiram como um banho de água gelada, perfurando minha alma. A sensação de desamparo se intensificou, tornando cada frase um golpe emocional.
Rosalie parecia estar certa, e eu me vi confrontando a dura realidade de me agarrar a ilusões. A tristeza invadia meu coração, deixando-me desamparada e vulnerável.
— Apenas esqueça, por favor. — Peço, chamando novamente o elevador, sem nem olhar para ela.
Desabaria caso o fizesse.
*
*
*Pobi da Emma só chora e sofri.
🍒 Atualizações entre 2 a 3 dias.
Agradeço as interações que vocês tem feito!! 💕💕
VOCÊ ESTÁ LENDO
Miserable Swan (BLOOD MOON)
VampiroForks, uma cidade pacata repleta de mistérios e segredos, recebe mais uma vez Emma Swan. Irmã gêmea de Bella. Emma retorna para Forks carregando consigo cicatrizes invisíveis de um passado sombrio. Diagnosticada com transtornos de ansiedade decorre...