Capítulo XVIII

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Embrasse-moi Quand tu voudras

Duas semanas se passaram, e durante esse tempo, minha relação com Bella andava muito distante. Nós mal nos falávamos, e isso estava me afetando. Sentia que, apesar das novas amizades, de sair frequentemente com Rosalie ou Angela, algo fundamental ainda estava faltando em minha vida, e isso se intensificava sempre que olhava a poltrona em casa e não via Charlie sentado com sua cerveja gelada.

Ele estava tendo que trabalhar dobrado para cobrir minhas despesas no hospital... isso me trazia um sentimento de incapacidade, pensei ate mesmo em procurar um emprego para ajudar, afinal, a culpa das contas estarem apertadas era minha culpa. Mas Charlie não me deixou, disse que eu devia me dedicar exclusivamente e somente para a escola. Só de recordar meus olhos se viram em discordância.

Jasper e eu nos aproximamos bastante desde aquele dia... Passamos a nos encontrar algumas vezes atrás da escola, meio que secretamente na floresta onde havíamos conversado pela primeira vez. Aquele lugar se tornou nosso refúgio, um espaço onde podíamos desabafar e jogar papo fora como bons amigos. Eu também estava mais próxima de Embry o humor dele sempre me tirava da minha áurea depressiva e melancólica. Havia algo encantador em ambos, mas eu sabia que Jasper namorava Alice, o que o colocava meio fora de campo para mim.

Estava deitada em minha cama, após um dia cansativo de aula e fiquei recordando os acontecimentos recentes. Em um dia específico, Jasper me apresentou a Alice, mas a experiência foi completamente estranha. Alice foi grosseira comigo sem motivo aparente, e eu me senti extremamente desconfortável. Jasper tentou acalmar os ânimos entre nós, e mesmo sem entender como, eu me senti mais tranquila, apesar de ainda estar irritada.

Com o tempo, e a convivência com eles, algumas peças começaram a se encaixar. Eu mantinha minha teoria de que eles eram demônios, só não sabia exatamente qual tipo. A verdade era que eles não eram humanos, pelo menos não humanos normais, são como os X-mens, dotados de alguma forma. Talvez fossem como Embry pontual uma vez, frios... A sensação de estar cercada por algo tão enigmático e possivelmente perigoso era ao mesmo tempo fascinante e desconcertante.

O telefone tocou me tirando de meus devaneios, ao ver o nome de Embry na tela, um sorriso involuntário se formou nos meus lábios. Atendi rapidamente, sabendo que ele sempre tinha algo divertido para dizer.

- Olá, amor - a voz de Embry soou do outro lado, cheia de calor e familiaridade.

- Oi, amor - respondi, com um tom brincalhão. - O que você está aprontando agora?

- Ah, apenas tentando descobrir como conquistar uma garota maravilhosa. - Sua voz estava cheia de ironia leve. - Pensei em fazer algo diferente hoje. O que acha de um passeio?

- Humm, depende - brinquei. - Você vai me surpreender ou vou ter que me preparar para algo no mínimo desastroso?

- Zombei, me recordando da última vez que nos vimos. A última vez que encontrei Embry, rolamos clareira abaixo na reserva depois de algumas tentativas frustantes de descer a mesma em cima de uma prancha. O tio Black deu bons esporros em nos dois, mas prometeu não contar a Charlie.

Ele riu. - Pra sua informação, é um passeio de bicicleta. Não se preocupe, vou ser um motorista cuidadoso.

- Uau, que impressionante - falei, rindo. - Com certeza estou ansiosa para isso. Você sempre consegue me surpreender.

- Que horas você vem? - Perguntei.

Conversamos mais um pouco e desligamos, decidi me arrumar logo, ele disse que já estava se preparando para sair. optei por escolher uma roupa simples, mas que me deixasse confortável e bonita ao mesmo tempo. Fui até meu guarda-roupa e peguei uma calça jeans escura e justa, que acentuava minhas curvas de forma sutil. Combinei com uma blusa de mangas compridas roxa que tinha um decote delicado, o suficiente para me sentir confiante, mas não exagerado.

Miserable Swan (BLOOD MOON)Onde histórias criam vida. Descubra agora