Matilda
Os dias que se seguiram foram sombrios e monótonos. A ausência de Rosalie, a distância de Isabella e a ocupação de Charlie apenas agravaram meu estado de melancolia. Cada hora parecia mais longa, cada pensamento me afundava mais na solidão.
Eu tentava agir como se estivesse melhor principalmente pelo Charlie. Não queria que ele achasse que eu era um peso para ele, ou se sentisse mais culpado pela forma que eu estava me sentindo.
O Dr. Carlisle veio aqui mais cedo e tentou me animar, principalmente depois de me fornecer meu diagnóstico.
Parecia que ele conseguia captar um pouco do que eu estava sentindo. Ele me disse que se eu me comportasse bem, poderia ter alta ainda hoje. Era como se ele estivesse falando com uma criança ansiosa por um doce.
Fui diagnosticada com diferentes tipos de transtornos de ansiedade: Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno de Pânico (TP), com direito a alucinações.
Confesso que a notícia foi um grande choque para mim e para minha família. Quando descoberto, Charlie chorava feito uma criança que fez algo de errado. Ele até tentou se fazer mais presente, mas sua rotina estava caótica.
Isabella durante a notícia se manteve um pouco inexpressiva, mas eu sabia que por dentro ela manifestava algo... Já eu, eu ainda não conseguia me habituar.
Sinto-me frustada, pois cheguei a conclusão de que talvez eu estivesse mesmo apenas buscado algo para distrair minha cabeça. Rosalie estava certa e eu a afastei.
Pensar sobre esse assunto me leva ainda mais para esse lugar depressivo e melancólico.
Eu apenas estava procurando uma forma de escapar da minha realidade e da frustração que é a minha vida...
— Emma, Emma... Sua grande tola. —Aperto os olhos com força, tentando afastar esses pensamentos e a conversa que tive com Rosalie da minha mente.
O desgosto da situação se acumula, e sinto a necessidade de me libertar desse peso emocional, mesmo que por um breve momento.
Lembro do cigarro que ainda estava no bolso da minha calça e me arrasto da cama para pega-lo. As vezes vale o esforço.
Procuro o cigarro nos bolsos da calça, apalpando até localizando-o junto do esqueiro. Me arrasto de volta para cama, me jogando por cima dela como um pedaço de lixo.
Decido fumar aqui mesmo no quarto, sem ligar muito se alguém iria aparecer ou não. Afinal, naquele momento, só precisava de algo para me acalmar e esquecer um pouco dos problemas.
Acendo-o com meu esqueiro e o trago como se ele fosse a solução para todos os meus problemas, me permitindo sentir os prazeres que somente ele me proporcionava.
Por um instante, consigo me desligar de todos os meus pensamentos e apenas me entregar à sensação de alívio que o fumo me trazia.
Quando o cigarro chega ao fim, suspiro um pouco mais aliviada. Afofo meu corpo o máximo que consigo na cama, me sentindo como se estivesse nas nuvens.
Penso comigo mesma por um breve tempo, que a vida assim é uma maravilha. Essa sensação deveria permanecer para sempre, ou pelo menos por mais tempo.
A breve fuga dos meus problemas me deixou relaxada e um pouco mais tranquila.
Fecho os olhos e deixo a sensação de calma me envolver, por um momento esquecendo de todos os problemas que me atormentam. Apenas eu, a cama e a paz momentânea que o cigarro me proporcionava.
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Miserable Swan (BLOOD MOON)
VampireForks, uma cidade pacata repleta de mistérios e segredos, recebe mais uma vez Emma Swan. Irmã gêmea de Bella. Emma retorna para Forks carregando consigo cicatrizes invisíveis de um passado sombrio. Diagnosticada com transtornos de ansiedade decorre...