Despedida
Nesse exato instante, Atena se encontra vasculhando toda a seção masculina do estabelecimento. Sim, toda. Quando vê algo que lhe atraia entre as inúmeras peças de roupas, ela pega e entrega para Jasper segurar.Já não é possível ver nem mesmo a face dele por completo, a pilha de roupas em seus braços não permite. Essa pilha também esconde o sorriso enorme que ele mantém em seu rosto enquanto admira a pintora fazer caretas quando vê uma peça que julga ser horrenda. Sim, horrenda.
- Bom, acho que pode começar a experimentar - ela diz lhe entregando uma caminha social preta - Vá para o provador. Te espero no sofá - fala lhe dando as costas e indo até o móvel, onde se senta e cruza as pernas - Bora querido. Meu tempo é precioso.
- Com licença senhorita - ele diz sorrindo e fazendo um breve reverência antes de ir para o provador.
Instantes depois, ele retorna com um dos vários looks compostos pela pintora. Esse em questão, consiste em uma calça social preta perfeitamente ajustada em seu corpo, a camisa social antes citada e um colete de cor vinho que faz um belíssimo contraste com a pele branca.
- E então? - ele pergunta fazendo pose.
- Da uma rodadinha só para eu ver uma coisa - ela fala analisando ele dos pés a cabeça.
E como o bom apaixonado que é, obedeceu ao pedido imediatamente. Atena não pôde evitar o sorriso orgulhoso em seu rosto. De fato, está fazendo um bom trabalho.
- É, até que ficou bom. Não é nada extraordinário ou revolucionário, mas serve - diz ela - Faltam acessórios. Relógio talvez.
- Próximo? - ele pergunta apontando para o provador.
- Próximo - confirma a pintora.
Jasper experimentou uma grande quantidade de peças. Algumas foram descartadas quase que de imediato pela mulher, outras não precisaram de muito para serem escolhidas. Agora, os dois caminham pela loja a procura de um terno que seja perfeito.
- Todo homem deve ter pelo menos um terno. São extremamente elegantes, passam uma alta credibilidade, clássicos e de uma elegância inigualável - Atena explica enquanto olha as opções nos cabides.
- Com licença - a vendedora volta recebendo um olhar de desgosto da pintora - Temos opções de ternos importados. Quer que eu mostre?
Ela se dirigia especialmente e unicamente para o vampiro que por instinto colocou o braço ao redor da cintura de Atena que ainda possuia cara de quem estava prestes a arrancar os cabelos da vendedora.
- Sim nós queremos - Jasper responde olhando para companheira reforçando a mensagem de que está acompanhado.
- Me acompanhem - e novamente passaram a seguir a mulher.
Mas antes, Walker deu um olhar de aviso para o loiro. Pobre dele se não entender o significado.
- Vou olhar sozinha, se precisar de ajuda - afirma a companheira olhando no fundo dos olhos da mulher - Obrigada - finaliza sorrindo cinicamente.
Atena se encontra com a postura ereta, olhar inflexível e braços cruzados. Seu tom de voz não é o mais amável, muito pelo contrário, cortante feito espada.
- Está bem, Bela Dama? - questiona o loiro sorrindo, gostando da cena.
- Estou ótima - responde de imediato.
Após isso, passou a analisar as peças importadas. Eram ternos bem distintos, porém todos possuem aspecto clássico e elegante.
- Experimente esse - ela entrega um terno preto com tecido com estampa risca se giz - Está na moda, é vintage. Sua cara. Gostou de algum outro?
Quando se dirige a Jasper, a voz de Atena volta a sua normalidade. Delicada, sensual e elegante. Seu rosto volta a ter o ar sereno e feminino, com um leve sorriso.
- Gosto daquele - afirma apontando para um terno cinza escuro, quase preto.
- Gostei, vamos ver como fica - fala a pintora pegando a peça discutida.
Novamente, eles retornam para os provadores, e o mais velho não demora aparecer com o terno escolhido pela mulher que sorri contente com a escolha. Serviu perfeitamente.
- Só um minuto - ela diz indo até a prateleira repleta de gravatas - Falta o toque final.
Quando se aproxima do vampiro, ela passa a gravata pelo colarinho da camisa escura, ajeitando e por fim dando o nó. O loiro a todo momento olha fixadamente para o rosto pálido da humana que nem sequer nota. Esta focada na tarefa.
- Quando era criança, minha mãe costumava dar o nó na gravata do meu pai todos os dias antes de trabalhar. Ela escolhia a dedo qual ele usaria no dia e ele ficava apenas parado permitindo que sua esposa fizesse o que quiser com ele - Walker conta ajeitando o blazer do terno - Mesmo brigados, o processo se repetia todos os dias.
- Pretende fazer o mesmo? - indaga o mais alto tocando as mãos da menor.
- Pretendo - responde olhando nos olhos dele pela primeira vez - Já se olhou?
Negando com a cabeça ele responde e logo é guiado pela pintora até o espelho na parede ao lado.
- Fiz um bom trabalho? - pergunta ela rindo.
- Nunca me imaginei assim - responde sincero olhando o próprio reflexo.
- Roupas não são apenas tecido Jas, são expressão, são sentimentos. Minha mãe foi estilista e sempre cuidou para que todos da nossa casa estivessem o mais bem vestidos possíveis. Você se escondia atrás de roupas de velhos. Não era possível ver o homem incrível que é.
- Estou aprovado? - pergunta olhando para ela pelo espelho.
- Tirou total com excelência - ela fala orgulhosa - Vai ir embora usando o terno, só para avisar.
- Tenho outra opção?
- Não - diz ela indo até a vendedora que olha para os dois juntos - Quero fechar a conta, por favor.
- Claro - responde com sorriso falso - Ficou muito bonito com o terno senhor, combinou muito.
- Troque de roupa Jasper - Atena manda agredindo a vendedora mentalmente.
Sem pronunciar uma só palavra, ele vai. Apenas vai.
- Quero falar com a gerente - Walker fala com a vendedora.

A conversa com a gerente durou alguns minutos apenas. A pintora é uma mulher direta e excelente nas negociações.
Agora ela se encontra com seus óculos escuros, sua bolsa em mãos. Enquanto Jasper está carregando todas as sacolas com as roupas compradas. Antes de sair do ambiente, Atena olha para gerente uma última vez e diz:
- Ela está despedida - aponta para a mulher que atendeu-os.
- Sim senhora - concorda a gerente.
E assim o casal se retira do estabelecimento.
- Como conseguiu despedir a coitada? - o mais velho pergunta curioso.
- Primeiro, ela não é uma coitada. É uma oferecida que não parava de te olhar e você como o besta que é nem percebeu - declara erguendo o dedo - Segundo, comprei a loja.
- Como?
- Eu vi, gostei e comprei.

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Uma Louca em Forks
VampireEM ANDAMENTO E se Crepúsculo fosse diferente? E se Alice não fosse a real companheira de Jasper? E se Bella tivesse uma amiga de infância? E se Jasper estivesse conectado a uma simples humana? Como seria? A resposta, é essa história. Uma história...