Capítulo 15 - No Inferno

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Meus pais me deixaram ir para casa mais cedo para poder me arrumar para o lual. Henrique ficou de me encontrar lá, pois ficou enrolado no trabalho.

Patrícia não havia aparecido ainda, mas mamãe me garantiu que ela estaria lá, o que eu ainda não sei se é bom ou ruim.

Talvez eu possa acreditar que minha prima não queira mais me fazer mal, já que até agora ela não fez nada para me sabotar ou me atingir e até respeitou meu espaço sumindo da minha vista.

Porém, algo dentro de mim ainda me incomoda a respeito dela, o que me deixa receosa em lhe dar uma chance. Talvez eu devesse continuar com os dois pés atrás, só por garantia.

Me olho no espelho e me acho linda. Meu cabelo está solto e com cachos definidos. Uso um vestido branco com uma fenda lateral na coxa e nos pés estou de rasteirinha. Passo uma maquiagem bem leve no rosto.

Meus pais não poderão ir ao lual, então Driquinha ficou de passar com o Leo aqui em casa para que eu não fosse sozinha para a praia.

Me despeço dos meus pais quando os dois chegam no meu portão buzinando de carro.

Cumprimento Driquinha e Leo assim que entro no carro.

— Cadê a megera da sua prima? — pergunta Driquinha, enquanto Leo dá a partida no carro dando risada.

— Você não gosta dela, por que tá perguntando? — Leo indaga, olhando para minha amiga rapidamente.

— Porque achei que ela fosse com a gente. — explica a loira, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. — Patrícia parece um carrapato quando vem para cá.

— Mamãe disse que ela vai ao lual de Uber depois. Acho que ela ainda não terminou de se arrumar.

Driquinha se vira para mim num rompante, ou pelo menos o máximo que o cinto de segurança lhe permite.

— E por que ela não disse nada a você?

— Não sei, vai ver a minha prima realmente mudou e decidiu parar de ficar o tempo todo atrás de mim infernizando a minha vida. — Dou de ombros, encarando a paisagem pela janela.

— Não sei não, isso é bem suspeito. — pondera Driquinha, ainda me encarando com desconfiança.

— Eu não daria voto de confiança antes da hora. — Leo se mete na conversa, arrancando de minha amiga um olhar indignado.

— Ninguém te chamou na conversa, Leonardo. — Ela diz, socando de leve o braço dele.

— Deixa ele, Driquinha. — defendi, achando graça. — Eu não quero acabar com a minha felicidade sofrendo por causa da louca da minha prima.

O sumiço dela é algo estranho e incomum, mas talvez isso tenha a ver com a sua vontade de ter um relacionamento melhor comigo. Nunca gostei de sofrer por antecipação, apesar de acabar sofrendo de vez em quando. Porém, estou numa vibe boa demais para deixar Patrícia estragar isso.

Quando chego na praia, percebo que já existem diversas pessoas bebendo e aproveitando a música que toca no lual.

Leonardo estaciona o carro e nós saímos. Mando uma mensagem para Henrique perguntando se ele já chegou, mas a mensagem nem chega para ele. Estou tão ansiosa para vê-lo que o fato da mensagem não chegar já me faz sentir um pouco de ansiedade.

Controle-se. Ele vai chegar.

Cumprimento alguns conhecidos enquanto caminho pelo evento. O mar está tão calmo que parece uma piscina imensa, o que é algo incomum para Itaipuaçu, que vive quase sempre agitado.

Meu Engano - Série Dance - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora