"Todas as belas estrelas Brilham para você, meu amor Eu sou aquele garoto Com quem você sonha?"
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21 de janeiro de 1998.
Agora eu apenas sentia um leve incômodo, más a memória de minhas costas sangrando ainda estava fresca em minha mente. A dor tão insuportável que havia desejado a morte, más o engraçado é que isto acontecia apenas comigo.
A frustração era o sentimento mais forte que meu pai sentia e ele sempre descontava em mim. Nathaniel sempre estava fora de casa, e Ryder era tão calado que juravamos que ele era mudo, enquanto Pansy...Era a cópia fiel de minha mãe. Uma maldição foi jogada em minha mãe quando ela ainda era muito pequena, quando ela completasse 26 anos morreria, porém meu pai se casou com ela sabendo perfeitamente disso, más com a esperança de que poderia impedir.
Na escola ela era chamada de "A garota amaldiçoada", era motivo de muitos garotos se interessarem por ela, enquanto outros não. Ela já não tinha mais esperança, e havia colocado em sua cabeça que se algum dia ela chegasse a se casar ela iria ter filhos um atrás do outro...Por isso a pequena diferença de idade entre eu e meus irmãos. Ela tinha 20 anos quando Nathaniel nasceu, tinha acabado de fazer 22 quando eu e Pansy viemos ao mundo e 25 anos quando veio Ryder, ele ainda era muito pequeno quando ela morreu.
Meu pai se sentia culpado por que dois dias antes dela morrer, eles discutiram, e por conta de seu próprio orgulho não havia feito as pazes com ela, e quando se deu conta já era tarde demais. Ele me enxergava nele, e eu odiava isso. Eu não era como ele e jamais seria.
Meu braço latejava um pouco, a dor era suportável até, a marca de comensal era algo que eu iria ter que carregar pelo resto de minha vida. Eu não queria que ela me visse desse jeito.
A fumaça e o cheiro forte de maconha dominavam o quarto, as janelas estavam entre abertas e as portas trancadas, ninguém poderia saber o que estava rolando ali. De um lado estava Jade e Daemon na cama, em um canto do quarto, no chão, estava Luke e Amelie, isso mesmo, a irmã mais nova do Nott.
A morena tragava o beck perfeitamente como uma especialista, sempre mantendo seus olhos fechados ao assoprar a fumaça para cima, enquanto Luke entre olhava para mim e ela, impressionado. Ninguém esperava que a caçula de Theodore Nott fosse assim, já que sempre estava calada e enfiada em todos aqueles livros.
— Pega leve, querida.— Luke disse.
— Não enche, Lestrange. — Assoprou a fumaça para cima e tombou a cabeça levemente para trás.
Theodore sempre protegia a sua garotinha de todos, mas havia esquecido de protegê-la de si mesma. Era notável que ela estava se auto destruindo e não dava mínima para isto.
Humanos cometem tantos erros que se esquecem de olhar para si mesmos, ficam perdendo tempo tentando consertar outras pessoas que se esquecem de que são quebrados.
Amelie era fodidamente quebrada e parecia que apenas eu enxergava isso.
— Onde está o seu irmão, Amelie?— Jade perguntou enquanto inclinava um pouco de sua cabeça, o braço direito de Daemon estava em volta de seu pescoço, sempre a puxando para perto.
— Sendo sincera? Não faço a mínima ideia.— Deu de ombros enquanto passava o cigarro para Luke, que entre seu dedos sem ao menos desviar seu olhar dela.
Balancei a cabeça em negativo e ele notou, mas soube disfarçar bem, tragando o cigarro mantendo seus olhos no teto.
Aquela garota era confusão na certa para ele e todos nós já estávamos fodidos demais para outro problema.
— Provavelmente deve estar com a Morgana por aí.— Jade disse. Meu olhar caiu sobre ela e uma risada escapou. Aos poucos minha obsessão estava passando, talvez eu apenas precisasse arrumar outra para livrar minha cabeça de Morgana.
Más desde que eu a conheci comecei a ter medo, algo que nunca haverá sentido em toda a minha vida, mas era medo de corrompe-lá. Ela era boa demais para mim.
— Aproveitem a festinha, eu vou dar uma volta.— Levantei ao mesmo tempo que passava meu olhar para Daemon e Jade, eu precisava parar de pensar em tudo aquilo.
Más era algo que nem foder a Jade com o Daemon poderia resolver.
Em menos de 5 minutos, eu estava fora de minha casa, andando em direção à Mansão Malfoy enquanto eu pensava em que merda eu estava prestes a fazer. O quarto dela era o de hóspedes, bem nos fundos da Mansão e tinha uma janela enorme, e pular não era difícil.
Aparatei em seu quarto, a janela estava trancada assim como sua porta pela forma de como a fechadura estava, más, se a porta foi trancada por dentro, onde ela estava?
Olhei em volta e não pude deixar de notar na organização do quarto, o papel de parede, a decoração...Ela parecia be acomodada para uma visita que prometia partir em breve.
— Pedro?— Sua voz doce fez cócegas em meus ouvidos, olhei em sua direção e a observei fechar a porta do banheiro.
Usava um vestido branco solto, seu cabelo preso em um rabo de cavalo por uma fita. Calliope fez uma careta e cruzou os braços, talvez esperando uma explicação.
— Eu estava caminhando e decidi passar para dizer um oi.— Falei simples. — Eu poderia ter entrado pela porta da frente, más acho que não seria bem recebido...— Os empregados da casa já me conheciam, assim como Laurent. Ele não sabia o que havia acontecido no passado, nenhum deles sabia, mas apenas me queriam longe da Mansão.
Especificamente, longe das garotas Malfoy.
— Eu sei o que você fez.— Esqueci conosco se respirava por um minuto e me perdi na fala. A loira deu de ombros e se aproximou em passos curtos, mantendo seu olhar fixo em mim o tempo inteiro.
— Você agiu feito um completo babaca. Más te dou um desconto por que isto foi há bastante tempo.— Parou em minha frente e sorriu.
Eu magoei Morgana uma vez e continuo a magoando toda vez que insisto em ficar perto dela, minha presença á deixar mal.
— Eu era um moleque de merda, eu não sou mais assim.— disse. A loira suspirou e acentiu com a cabeça, ela desviou de mim e foi até uma cômoda branca, abrindo as gavetas em silêncio. — Callie, você entende a merda que esta acontecendo ao nosso redor, né?— falei novamente, atraindo a atenção da jovem.
— Eu sei. Meu pai sempre fala comigo. — falou. — A casa tem Comensais por todos os lados, eu fico apavorada.— disse quase sussurrando, retirando uma meia calça preta com bolinhas.
Me aproximei da garota em passos certos e levei minha mão até seu queixo, levantando sua cabeça.
— Você sabe que eu jamais deixaria que alguém encostasse em você, não sabe?— perguntei olhando em seus olhos azuis, tão inocentes e profundos. Porra, eu estava me sentindo o mesmo garoto de anos atrás, a diferença é que eu estava sentindo medo.
