Capítulo 22

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Logan

— Spencer, a Srta. Bastos já está esperando na sua sala. — Rachel me avisa assim que saio de uma reunião.

Eu convidei a Fernanda para ir para minha casa hoje e ela não parecia muito receptiva de manhã, mas de tarde me mandou uma mensagem falando que aceitava. Como a aula dela, que é aqui perto, acabava primeiro do que a minha reunião, pedi para que viesse para a Spencer e me esperasse na minha sala para irmos juntos.

Abro a porta, ansioso para encontrá-la e Fernanda se levanta, me saudando com seu sorriso radiante.

— Ei. — Caminho até ela e dou um beijo em seus lábios.

Talvez eu tenha ido rápido demais, porque Fernanda se assusta com meu ímpeto e me obrigo a me afastar.

— Vou só arrumar as minhas coisas e já vamos, tudo bem?

— Uhum. — Ela responde, distraída. Franzo o cenho sem entender o que há de errado. — Logan, Karl McHugh é o tal jogador de basquete que é casado com a Thalita Pimenta, certo?

Tal jogador? — Deixo uma pasta, que estava prestes a guardar, de lado e a encaro duro diante essa baita blasfêmia. — Ele é o maior jogador de basquete dos últimos tempos. Uma lenda viva.

— Mas ele é casado com a Thalita Pimenta, certo?

— Sim. — Respiro fundo para não me estressar.

Impressionante como Fernanda é uma pessoa seletiva, mas não de um jeito interessante e sim egoísta. Ela só presta atenção no que lhe convém. Por isso fico irritado por ela perguntar se o Karl McHugh é o tal jogador casado com a Thalita. Como se ele fosse um zé qualquer sendo que já expliquei um milhão de vezes que ele é um atleta consagrado no meu país. Mas tudo o que ela enxerga é o que lhe convém, portanto, Thalita, sua conterrânea.

— E ele vai nessa noite de gala de basquete que vocês comentaram, não vai? Acho que é o Hall da Fama.

— Ele é uma lenda.

— E lendas não participam da noite de gala do Hall da Fama?

— Lendas estão no Hall da Fama. Então é claro que ele vai estar lá.

— E a Thalita?

Fecho os olhos por mais alguns segundos.

— Babe, essa conversa tem outro propósito além do de me irritar por você fazer pouco caso de um esporte que eu sou tão louco que até comprei um time?

— Sim. Eu quero saber se a Thalita Pimenta vai nesse evento.

— Sim — respondo a contragosto.

— Ótimo! Eu quero ir com você.

Cruzo os braços e a encaro. Com a Fernanda sempre há segundas intenções por trás e agora tenho certeza de que ela está tramando algo.

— Então não tratasse basquete com descaso, portanto não vou te levar.

— Mas eu exijo que você me leve como sua acompanhante se há a menor chance da Thalita estar lá.

— Exige?

— Exijo. — Fernanda inclina o queixo, petulante.

Não é à toa que a chamei de adolescente problemática. Ela é doze anos mais nova do que eu e se comporta como se estivéssemos no meu nível. Uma pequena parte de mim a admira por ter esse comportamento petulante, mesmo comigo.

— Não. — A assisto de perto para medir suas reações. Espero que ela bata o pé feito uma garotinha mimada, no entanto, me surpreendo quando seus olhos de felino se apertam.

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