Capítulo 24

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Logan

Saio de uma reunião com a diretoria da liga onde todos os donos de times estavam presentes. Quando chego ao meu carro, encontro meu encarregado da Spencer de minha maior confiança me esperando.

Minha primeira reação é ficar preocupado por ele ter saído de Nova York para vir me esperar, segurando duas pastas, quando sabe que eu voltaria para lá logo que a reunião acabasse.

O diabo do Fleury fez alguma coisa. Perdi a Spencer. Esses são meus primeiros pensamentos. Até que ele abre um sorriso.

Paraliso no lugar e ele assente em concordância, sabendo exatamente o que estou pensando. Nós conseguimos. Caminho mais rápido até ele.

— É melhor você pedir para eles se afastarem. — Ele aponta para os meus seguranças. Faço sinal e eles se dispersam no estacionamento a céu aberto, longe para que nos ouçam, mas perto caso qualquer sinal de ataque surja.

Observo o estacionamento quase vazio, uma vez que fui um dos últimos a sair da reunião. Poucos ainda estão lá dentro e não há nenhum carro próximo ao meu. Então me dou conta de que é o melhor lugar para ter uma conversa sigilosa, onde, se algo acontecer, vou ter como negar que ela ocorreu.

— O que você encontrou?

Ele sorri e me estende uma das pastas. Seguro, mas não abro. Não sei se quero saber o que há aqui.

— Venho investigando o Fleury desde quando você voltou do Brasil da primeira vez. — Minha surpresa faz com ele abra um sorriso. — Mas não usando os mesmos métodos que você.

— Que métodos?

— Legais — ele diz na lata. — Procurando qualquer deslize que pudesse virar uma prova.

— Então o que tem aqui? — Ergo a pasta no ar.

— Melhor eu te responder onde eu encontrei o que está aí. — Assinto. — Foi uma investigação de uma investigação na deep web.

— Você acessou pela Spencer? — pergunto, cuspindo fogo.

— Não — ele responde com firmeza.

— Certo. Você está demitido. — Entrego a pasta de volta. — E se te pegarem, vou negar qualquer envolvimento e, principalmente, que tivemos essa conversa.

— Calma, Spencer. Aqui está a minha demissão. — Ele me entrega uma carta de demissão, o que me deixa confuso. E então a outra pasta em suas mãos. — E aqui estão as provas legais que consegui chegar graças às que você não vai ver, nem saber. Você tem em mãos um míssil diretamente apontado para a Bastos, além de ter todas as falcatruas que ele estava fazendo sob o nome da Spencer. Finalmente estamos livres do Fleury.

Paraliso e o encaro por bem uns dez segundos. Ele não se amedronta. Estou certo de que estou olhando para o homem mais corajoso que já cruzou o meu caminho. Ele pediu demissão porque sabia que, mesmo me entregando as provas legais, eu teria que demiti-lo. Eu jamais posso ser ligado ao que ele fez e, se ele for pego, vou negar até a morte que tive conhecimento quanto a qualquer coisa.

— Eu não posso fazer nada por você em troca do que você fez por mim. Nem mesmo te remunerar por isso, o que seria justo. E, pior, você ainda está correndo muito risco.

— O meu pagamento é aquele crápula fora daqui. Se você destruir aquela empresa, vou ficar no paraíso. Quanto a mim, eu sabia exatamente os riscos e fiz porque é do meu interesse e estou protegido, mas não me pergunte mais nada.

— Certo. Obrigado, então — digo, sem muita firmeza. Um obrigado é nada perto do que ele acabou de fazer por mim, pela minha família. Conseguimos nossa empresa de volta.

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