Charpter one

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Mudanças inesperadas têm um jeito peculiar de se infiltrar em nossas vidas, muitas vezes nos pegando desprevenidos e nos forçando a reavaliar tudo o que considerávamos certo

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Mudanças inesperadas têm um jeito peculiar de se infiltrar em nossas vidas, muitas vezes nos pegando desprevenidos e nos forçando a reavaliar tudo o que considerávamos certo. Para mim, a vida parecia seguir um curso previsível até que uma série de eventos imprevistos alterou completamente minha trajetória. Esses acontecimentos me levaram a buscar novas formas de seguir em frente. Cada nova fase é um lembrete de que, por mais que tentemos controlar nosso destino, as mudanças inesperadas sempre encontram uma maneira de nos guiar por caminhos desconhecidos.

Aos 22 anos, tomei uma das decisões mais significativas da minha vida: deixar para trás minha casa na Coreia do Sul e começar uma nova jornada em Los Angeles. Após a morte do meu pai, a convivência em casa mudou drasticamente. Minha mãe e eu estávamos constantemente em conflito, nossa rotina era baseada em gritos, lágrimas, portas batendo e dias ignorando a existência uma da outra. Foi nesse período conturbado que percebi que era hora de seguir os passos da minha irmã mais velha, Jisoo, e buscar um recomeço em um lugar novo.

Logo após me mudar para Los Angeles, conheci um cara chamado Kai na loja de conveniência onde eu trabalhava. Depois de alguns meses, começamos a namorar. No início, ele parecia o namorado dos sonhos de qualquer garota: atencioso, carinhoso e sempre presente. Mas com o tempo, ele começou a mostrar sua verdadeira face. Kai se tornou controlador, sempre me rebaixando e ditando onde eu podia ir e com quem poderia sair. Seus ciúmes excessivos sufocavam qualquer tentativa minha de independência, mas eu estava tão cega pelo amor que não conseguia ver que ele só estava me trazendo problemas.

Foram muitas discussões acaloradas e noites sem dormir tentando entender onde as coisas haviam dado errado. Levei tempo demais para perceber que nosso relacionamento não era saudável. Foram necessários vinte e sete tapas, duzentas e sete manchas roxas, dezesseis socos, muita dor e litros de lágrimas para finalmente abrir os olhos e entender que era hora de dar um basta naquele ciclo de sofrimento e abuso emocional que durou três anos.

E sim, eu contei cada tapa, cada soco e cada mancha roxa espalhada pelo meu corpo. Ele ordenava que eu fizesse isso.

Após o término, como eu já previa, Kai não aceitou bem a decisão e ficou extremamente irritado. Ele teve surtos de raiva e me fez incontáveis ameaças, mas surpreendentemente, após aquela noite em que deixei claro que queria terminar, ele nunca mais procurou por mim. Apesar disso ser algo bom para mim, só prova que nunca fui realmente importante para ele.

Para evitar qualquer confronto, decidi sair do meu antigo trabalho e comecei a trabalhar em uma confeitaria próxima ao prédio onde moro. Foram meses difíceis de recuperação, embora eu ainda não esteja completamente curada das cicatrizes emocionais deixadas por esse relacionamento. Desde então, tenho mantido uma distância cautelosa de qualquer envolvimento romântico, com medo de reviver todo aquele pesadelo novamente.

Hoje é um domingo, um dos meus dias favoritos da semana, e isso por um único motivo.

— Titia!

Assim que abro a porta sinto minhas pernas serem bruscamente agarradas por bracinhos curtos que mal conseguem fazer a volta completa. Inconscientemente um sorriso iluminado se abre em meus lábios.

Flames - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora