Na manhã seguinte acordo com uma dor de cabeça infernal que me faz gemer baixinho. A luz que entra pelas frestas da cortina é quase insuportável, e meu estômago parece estar em constante revolta. Tento me levantar, mas o movimento brusco faz minha cabeça girar ainda mais.
Enquanto me sento na beirada da cama, flashbacks da noite passada começam a invadir minha mente e me atingem como uma marreta. O gosto do vinho ainda está em meus lábios, misturado com a memória do beijo que Lisa e eu compartilhamos. Vejo as imagens com uma clareza pertubadora: suas mãos em meu corpo, a forma como nossos lábios se encontraram com uma fome avassaladora.
Meu coração dispara e um sentimento de pânico começa a crescer em meu peito. "Como pude deixar isso acontecer?" Penso, segurando minha cabeça entre as mãos. Não consigo acreditar que beijei Lalisa Manoban, minha vizinha mulherenga, a pessoa que sempre infernizou minhas noites. As emoções se misturam dentro de mim - arrependimento, confusão, um pouco de desejo - e não consigo organizá-las em algo que faça sentido.
— Você é uma idiota, Jennie. - Murmuro para mim mesma, fechando os olhos com força na esperança de apagar as lembranças. Mas elas continuam a rodopiar cada vez mais vívidas.
Me levanto com dificuldade, tentando afastar esses pensamentos. Preciso me concentrar em qualquer outra coisa para não enlouquecer. Vou até o banheiro e lavo o rosto com água fria, esperando que isso ajude a clarear minha mente. Enquanto encaro meu reflexo no espelho, percebo que minhas olheiras obtiveram um grande alívio na noite passada, graças ao fato de que finalmente consegui ter uma noite longa e tranquila de sono.
Volto para o quarto e só então me dou conta da garrafinha de água e da cartela de comprimidos para dor de cabeça que estão na mesa de cabeceira. Coloco duas pílulas na boca e tomo um grande gole da água, esperando que assim o alívio venha mais rápido.
Quando chego na sala, encontro Lalisa sentada no sofá, com Kuma deitado ao seu lado. Ela ergue o olhar quando me vê e há um momento de silêncio constrangedor entre nós.
— Bom dia. - Ela diz, sua voz soando estranhamente suave.
— Bom dia. - Respondo, tentando parecer indiferente enquanto me sento na poltrona perto dela. — Como você está?
— Bem, considerando a quantidade de vinho que bebemos ontem à noite. E você?
— Já estive melhor. - Eu respondo, com um sorriso fraco.
— Sobre ontem à noite...
Lisa desvia o olhar, seu rosto ficando sério.
— Não precisa dizer nada. Nenhuma de nós estávamos totalmente conscientes de nossos atos naquele momento. - Eu falo, sentindo meu estômago se revirar ao lembrar.
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Flames - Jenlisa
Hayran KurguApós um relacionamento conturbado, Jennie luta para se reerguer diante dos traumas deixados por seu antigo parceiro. Um incidente inesperado em seu apartamento acaba unindo duas almas que parecem destinadas a estar juntas. Entre conflitos e descobe...