Após um relacionamento conturbado, Jennie luta para se reerguer diante dos traumas deixados por seu antigo parceiro. Um incidente inesperado em seu apartamento acaba unindo duas almas que parecem destinadas a estar juntas.
Entre conflitos e descobe...
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De volta ao prédio, chegamos completamente encharcadas, deixando rastros de poças pelo caminho até nossos apartamentos. Nossas risadas ecoam pelo corredor vazio enquanto tentamos nos concentrar em não escorregar. A lembrança do beijo no parque ainda está fresca na minha mente, o calor dos lábios de Lisa contra os meus e a sensação de borboletas agitadas em meu estômago só tornou o momento ainda mais inesquecível.
— Você não quer entrar um pouco? Pelo menos para trocar essa roupa e evitar molhar seu apartamento inteiro. — Lisa sugere, seus olhos brilhando com esperança.
Concordo com um aceno de cabeça, sentindo meu coração acelerar. Entramos no apartamento de Lisa e ela rapidamente busca toalhas e roupas secas para nós duas.
— Vou me trocar no banheiro, assim você tem mais privacidade. — Ela avisa, já saindo da sala.
Enquanto me troco ali na sala mesmo, penso mais uma vez sobre o beijo. Diferente da última vez que isso aconteceu, não sinto aquele arrependimento que me assombrou antes; pelo contrário, sinto como se eu não pudesse ter feito coisa melhor. É estranho como, em tão pouco tempo, meus sentimentos por Lisa mudaram tanto.
Irene realmente estava certa, a dor força as pessoas a procurarem por alternativas de autodefesa. Para Lisa, essas alternativas se manifestaram em esconder-se por trás de semblantes frios, jaquetas de couro e cigarros. Sua imagem de durona, sempre com um olhar frio e uma postura rígida, era apenas uma máscara para proteger um coração ferido. E agora, comparar essa Lisa com a que brinquei no parque minutos atrás parece piada. Quem diria que aquela bad girl seria, na verdade, uma fachada para a criança sorridente que habita dentro dela.
Lisa retorna à sala em poucos minutos, vestindo uma calça de moletom cinza e um blusão marrom com alguns desenhos que não consigo identificar. Ela me encara de cima a baixo, parecendo avaliar como as peças que ela havia me emprestado ficaram em meu corpo. Inconscientemente, acabo sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha, pois o short que ela havia me emprestado acabou ficando muito curto, o que fez com que o blusão branco o cobrisse por inteiro, transformando a blusa em um mini vestido.
— Acho que eu deveria ir para o meu apartamento agora. — Digo, embora não quisesse realmente sair.
Lisa morde o lábio, hesitando por um momento antes de falar.
— Você pode passar a noite aqui se quiser. — Ela sugere, brincando nervosamente com as pontas dos dedos.
— Não sei se eu deveria. — Respondo, incerta.
— Eu realmente gosto da sua companhia. — Ela diz, dando um passo à frente e pegando minha mão, iniciando um breve carinho ali.
— Tudo bem então, acho que posso ficar. — Digo, sorrindo fraco.
