Após um relacionamento conturbado, Jennie luta para se reerguer diante dos traumas deixados por seu antigo parceiro. Um incidente inesperado em seu apartamento acaba unindo duas almas que parecem destinadas a estar juntas.
Entre conflitos e descobe...
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A confeitaria onde eu trabalho raramente fica tranquila. Desde as primeiras horas da manhã até o final da tarde, o movimento é constante, com clientes apressados, estudantes focados, casais em encontros e amigos animados.
O ambiente é acolhedor, decorado com tons suaves de rosa e creme que criam uma atmosfera convidativa. As mesas de mármore branco são distribuídas de forma que todos tenham um pouco de privacidade, mesmo no meio do burburinho. No canto, uma estante cheia de livros sobre variadas temáticas oferece uma distração agradável para aqueles que preferem ler enquanto saboreiam suas guloseimas.
A vitrine de vidro, posicionada estrategicamente na entrada, exibe uma variedade de doces artesanais que parecem obras de arte: macarons coloridos, éclairs recheados, tortas frutadas e bolos decorados com detalhes meticulosos. Atrás dela, as prateleiras estão repletas de pães recém-assados e croissants dourados, cuja fragrância inunda o ar, misturando-se ao doce aroma de baunilha e chocolate.
A luz natural invade o espaço pelas grandes janelas dispostas na fachada, realçando o brilho dos doces e criando um contraste perfeito com as delicadas luminárias pendentes. Há uma área ao fundo com mesas maiores que é ideal para pequenas comemorações, como aniversários.
Trabalhar aqui tem suas vantagens. Os clientes regulares se tornaram rostos familiares e amigos. Entre um pedido e outro, há sempre uma história para ouvir ou um sorriso para compartilhar. Apesar do ritmo frenético, há algo de reconfortante na rotina da confeitaria, algo que me faz sentir que, de alguma forma, tudo está no lugar certo.
— E aí, como foi a noite? - Pergunta Irene, se aproximando com um sorriso, aproveitando que o movimento finalmente diminuiu.
— Como você acha que foi? — Retruco com um tom sarcástico.
— Bem, pela sua cara tenho certeza que sua vizinha gostosa, mais uma vez, fez um ótimo trabalho na cama.
— Com certeza.
Irene e eu nos conhecemos no meu primeiro dia na confeitaria. Ela ficou responsável por me explicar tudo que eu precisava saber e me apresentou os clientes regulares e suas fraquezas para que eu pudesse explora-las. Nos aproximamos mais com o passar dos dias e agora somos oficialmente confidentes uma da outra, sempre procurando uma brecha em meio ao movimento para batermos um papo rápido.
— Você não sente tesão? Quer dizer, é quase como um pornô ao vivo. - Irene me pergunta, mexendo as sobrancelhas para cima e para baixo.
— Ai meu deus, que nojo! - Faço uma careta, mas a medida que uma cliente se aproxima, a substituo por um sorriso gentil. — Bom dia Sra. Smith! Como a senhora está elegante hoje. Sinto que a cada dia que passa, você rejuvenesce alguns anos.
— Oh, minha linda Jennie! Mesmo depois de tantos meses ainda não consigo lidar com seus elogios tão doces. - A senhora de 64 anos abre um sorriso iluminado.
