Um passo em direção a liberdade

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Sokka

Era o terceiro dia que estávamos fazendo nossa nova tarefa. Agora, além de não termos a ajuda de Zuko, aquele cara decidiu ignorar tudo e passar o dia treinando manobras de fogo. Do jeito que as coisas iam, logo ele seria descoberto. Preferi não liberar Zuko perto desse cara. Não podia ter o azar de ele querer fugir junto e estragar tudo, ou que eles se juntassem contra mim.

Obviamente, não demorou muito e, naquele mesmo dia, ele foi descoberto e morto. Achei até que demorou para que o descobrissem. Agora éramos só Zuko e eu.

— Eu vou tirar essa coisa de você agora, ouviu? Vou colocar esse pano na sua boca para que eles não ouçam.

Dito isso, peguei a mesma tesoura do outro dia e fiz dois cortes. Um antes do espinho e outro depois, assim conseguiria puxá-lo para fora. Sentia o corpo de Zuko enrijecer aos pequenos toques próximos aos espinhos. Diferente dos outros, a posição que o colocaram não afetou apenas sua dominação. Além disso, ele foi posto de um jeito diferente. Enquanto os outros foram inseridos dentro do tecido de suas peles, o dele foi apenas enfiado. Foi um trabalho porco e malfeito, em um lugar ruim, que o custou muito. Aos poucos, o metal foi saindo, mas ainda não tinha visto nenhuma movimentação ou som consciente dele, apenas reflexos do seu corpo. Isso só mudou quando retirei por completo. Ele parecia ser maior que o do outro cara, o que deve ter sido a causa da paralisia. Depois de dar o grito mais agonizante que já ouvi, seu corpo caiu para frente, derrubando-o da cadeira.

— Mas que MERDA! Zuko, seu desgraçado. Se você morrer agora, eu faço você voltar à vida para matá-lo de novo.

Segurei seu corpo e busquei por pulso. Estava vivo. Suspirei aliviado. A dor deve ter sido intensa demais para seu corpo desnutrido aguentar.

Zuko

Acordei sentindo meu corpo quente. Eu tinha um pouco de dor na nuca, mas não era mais como antes. Abri os olhos. Odiava estar tão fraco que meu corpo não aguentava quase nada. Eu conseguia mexer um pouco os dedos do pé, mas ainda era muito difícil fazer mais do que isso.

— S...so...sok...

— Porra, você acordou.

Ele se levantou e me devolveu à cadeira.

— Pelo visto, vamos ter que esperar que você consiga melhor contato com seus membros, mas já tivemos um avanço. Agora você vai se esforçar para conseguir se mexer e falar. Precisamos sair antes do final da próxima semana. Tá vendo aquele muro? Ele dá pro leste. Dependendo de onde essa merda esteja localizada, eu sei um lugar que podemos ir. Mas se não sairmos antes disso, eles vão nos tirar dessa área e não conseguiremos sair por aquele muro. Tá me entendendo?

— S...si...sim.

— Ótimo.

Ele dá dois tapinhas no meu ombro e se afasta.

— E não deixe que eles te descubram.


A Nova Nação Do Fogo - SukkaOnde histórias criam vida. Descubra agora