Agente Dupla

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[Sarocha's Narrative]



O relógio marcava 18h38 quando me preparei para o encontro com Becky Armstrong. Estava ansiosa para descobrir o que ela tinha a dizer. Verifiquei minha arma, certificando-me de que tudo estava em ordem. Esta era minha chance de obter respostas e eu precisava estar preparada para qualquer eventualidade.


Antes de sair, peguei o papel deixado por Becky no quarto. Estava escrito: "Delegada Sarocha, encontro às 19h00 no Maggie Choo's. Venha sozinha. - Armstrong.


- A letra é tão bonita quanto ela. - Murmurei, percebendo minha própria distração. - Que porra eu acabei de dizer? - Bufei.


Saí de casa e caminhei até o estacionamento onde minha Harley-Davidson Fat Boy estava estacionada. Montei na moto, sentindo o conforto familiar do assento de couro. Liguei o motor e o ronco grave encheu o ar noturno. Coloquei o capacete, acelerei e senti a adrenalina percorrer minhas veias. A cidade passava rapidamente enquanto seguia pelas ruas iluminadas.


Cheguei ao Maggie Choo's, um bar elegante e misterioso, iluminado por luzes baixas e decorado com elementos vintage. Estacionei a moto e tirei o capacete, sacudindo o cabelo para ajeitá-lo. Respirei fundo e entrei.


- Boa noite, a senhorita tem reserva? - Perguntou a recepcionista do bar.


- Estou aqui para encontrar uma pessoa.... Ela tá ali - Apontei discretamente para onde Becky estava sentada. - Obrigada. - Agradeci dando dois tapinhas no balcão e me dirigi até ela.


Becky estava sentada à mesa, vestida elegantemente de forma informal.


- Delegada Sarocha, que prazer vê-la. Por favor, sente-se. - Disse Becky com um sorriso enigmático. - Pode me chamar de Becky, mas acho que você já sabe.


- Parece que você descobriu quem eu sou também. O que você quer comigo? - Perguntei, mantendo uma expressão séria.


- Convenhamos que "Sarocha" não é um sobrenome tão comum assim. - Ela deu de ombros. - Então, o que você quer comigo, Becky Armstrong? Ou esse não é seu verdadeiro nome?


- Por que eu mentiria sobre meu nome? - Ela me olhou por cima do copo. - Você precisa relaxar um pouco, pessoas como a gente nunca param, não é mesmo? - Ela fez um sinal para o garçom, pedindo outra bebida.


- E que tipo de pessoa você acha que eu sou? - Perguntei, estreitando os olhos.


- Determinada, cautelosa... talvez um pouco desconfiada demais. - Becky riu levemente.


- Você me chamou por um motivo. O que quer de mim? - Insisti.


- Quero ajudar você, Sarocha. - Ela ergueu o copo em minha direção.


- Você quer me ajudar? Então por que não me conta onde estava na noite do assassinato na boate e por que saiu sem que ninguém notasse? - Cruzei os braços sobre a mesa, encarando-a intensamente.


- Parece que alguém notou. Estamos aqui. - Becky deu de ombros. - Temos um inimigo em comum, e eu só tenho você para me ajudar, assim como você só tem a mim. Parceiras? - Ela estendeu a mão para um aperto.


- E por que eu deveria confiar em você? - Minha voz estava carregada de desconfiança.


- Porque você não tem escolha. Eles estão atrás de mim, provavelmente já estão atrás de você também. - Ela respirou fundo, encostando na cadeira. - Tenho informações que podem salvar sua vida.


- Quem são "eles"? O cartel de drogas da Tailândia? E por que você está envolvida? - Questionei, intrigada


- Você já sabe bastante. Provavelmente já está no radar deles, só não sabe o quão perigoso isso é. E eu... bem, digamos que eu era uma peça importante no jogo deles, até decidir me rebelar.

Obsessão [FREENBECKY]Onde histórias criam vida. Descubra agora