Obsessão [FREENBECKY]

Quebra de Confiança

[Sarocha's Narrative]

Era um daqueles dias em que a folga parecia durar mais tempo do que deveria, o silêncio ao meu redor se tornava sufocante e não havia muito que pudesse fazer, a noite de ontem não saia da minha cabeça, eu não sabia colocar em palavras o que estava acontecendo entre mim e a Becky, mas com toda certeza não era só físico.

— E se eu ligar pra ela – Falei sozinha — Não, eu não sou a cadelinha dela também. – Me respondi, eu só podia tá ficando louca mesmo. – Tomei um gole do meu café quente.

Um som insistente de batidas na porta me tirou da minha leve distração, não estava esperando ninguém, especialmente em um dia de folga. Caminhei até a porta com certa preguiça pensando que poderia ser algum vizinho com uma pergunta banal, mas quando abri a porta, meu coração deu um salto. Becky parada na minha frente, mas algo estava errado, seu rosto estava tenso os olhos meio desfocados.

O cheiro de álcool me atingiu antes mesmo de ela dizer uma palavra.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntei surpresa. Becky não respondeu de imediato. Ela apenas entrou um tanto tonta e se jogou no sofá, ignorando completamente o meu olhar preocupado.

— Becky... você está bêbada? – Insisti, fechando a porta e indo até ela.

— E se eu estiver? – Ela retrucou com a voz embargada. — É isso que importa pra você?

— Claro que importa, você não bebe dessa forma? – Sentei-me na beirada do sofá, tentando me aproximar dela.

— O quanto você me conhece pra saber a forma que eu bebo? – Ela me olhou com um sorriso torto desafiando cada palavra que eu dissesse. Fiquei quieta por um momento tentando entender o que realmente estava acontecendo ali.

— Eu te conheço o suficiente pra saber um pouco sobre você – Respondi tentando manter a calma. — Você não apareceu bêbada na minha casa atoa, você quer conversar? Vamos conversar.

— O Heng tentou ficar comigo – Ela disse de repente como quem estava dizendo as horas. Meu estômago deu um nó instantaneamente, e eu não soube o que dizer de imediato.

— O Heng? – Minha voz saiu incrédula mais alta do que eu queria. — Ele... o que? Como assim?

— Ele se aproximou... tentou algo, sabe? Mas não é isso que importa. – Ela se inclinou para frente os olhos em chamas agora o álcool ainda dominando seus movimentos, mas a raiva a mantinha alerta. — O que importa... o que importa mesmo é que eu dei corda.

Meu coração estava batendo tão forte que eu podia ouvi-lo nos meus ouvidos, ela estava jogando comigo? Queria testar até onde eu aguentava? O que ela achava que estava fazendo?

— Por que você faria isso, Becky? – Perguntei, sentindo a frustração aumentar dentro de mim. — Isso é algum tipo de jogo pra você?

— Não... Não é nenhum tipo de jogo, Freen – Ela deu os ombros. — Só queria ver até onde ele iria, porque queria ver até onde você se importava.

— Eu me importo, você sabe disso, mas não é assim que as coisas funcionam, Becky. – Minha voz saiu firme. — Você não pode brincar com sentimentos só porque está insegura. Heng? Sério, Heng? Isso... isso é baixo.

— Baixo? – Ela me olhou incrédula. — Quando você ficou comigo, quando vou entrou nesse jogo de sedução tendo um relacionamento foi o que? Eu nem se quer encostei meus lábios nos dele, já você tinha outra pessoa – A voz dela saiu firme sem qualquer sinal de embriagues.