Obsessão [FREENBECKY]

Fim da Linha

[Sarocha's Narrative]

A manhã seguinte chegou mais rápido do que eu esperava. O sol ainda mal tinha despontado quando me levantei da cama sentindo a exaustão dos dias anteriores pesando sobre mim. Tomei um banho rápido, deixando a água fria me despertar completamente. Quando saí do banheiro, vesti minha roupa habitual para o trabalho, Becky estava na cozinha mexendo em seu telefone com uma xícara de café ao lado. Sua roupa um tanto quanto transparente me fez respirar fundo, não tinha como ignorar o bico do seu peito marcado contra o pano.

— Bom dia. – Cumprimentei tentando soar casual

— Ah, oi, bom dia. Dormiu bem? – Ela levantou os olhos, esboçando um sorriso tímido.

— Na medida do possível, e você? – Perguntei colocando uma xicara de café para mim também.

— Também. – Ela deu de ombros. — Desculpe me meter na sua cozinha.

— Sem problemas. – Dei um gole seco no café quente. — Preciso ir à delegacia. Pode ser que tenhamos algumas informações novas sobre Mendez.

— Sei que oficialmente não estou mais operando, mas será que posso ir com você? – Me olhou como um cachorro que caiu da mudança. — Ainda posso colaborar com a policia de Bangkok, certo?

— Claro, não precisamos trabalhar juntas só no caso do Mendez. – Dei os ombros. — Mas preciso perguntar se você tem uma licença pra continuar operando suas armas aqui em Bangkok, sei que ontem você usou, mas precisamos de certeza pra que não tenha problemas legais.

— Sim, eu tenho. – Becky me olhou nos olhos como se quisesse me falar que segue as regras. — Pode me acompanhar, você pega na minha bolsa enquanto eu tomo um banho. – Falou casualmente caminhando em direção ao quarto de hospedes. Fiquei alguns segundos encostada no balcão da cozinha até segui-la. Respirei fundo notando que as costas de sua roupa eram tão transparentes quanto a frente.

— Essa bolsa? – Perguntei apontando pra grande bolsa que ela havia chegado na manhã passada.

— Sim, essa mesma. – Ela concordou e foi para o banheiro.

Peguei a bolsa a colocando sobre a cama.

— Rebecca Patricia Armstrong, britânica e tailandesa. – Disse baixo conferindo seu passaporte. Continuei a procurar pela licença no meio as armas e equipamentos. — Dinheiro, curativos, rádio de comunicação, canivete suíço, Spray de pimenta? Isso é uma loja de defesa pessoal achei. – Sorri ao achar os documentos vendo que ela tinha licença para cada uma das armas que estavam em sua posse. Virei a bolsa sobre a cama espalhando tudo pela área.

— O que você tá fazendo? – Disse parada enrolada em uma toalha.

— Achei os documentos. – Tentei manter a conversa na altura dos olhos. — Isso é pra você guardar suas coisas da forma correta, tô te esperando na sala. – Dei algumas batidinhas na porta do armário que havia no quarto e sai.

Não demorou muito e Becky estava pronta, peguei as chaves da minha harley e fomos para o estacionamento.

— Melhor eu ir no meu carro. – Becky falou.

— Vamos minha filha, suba na moto, a gente vai pro mesmo lugar, volta por mesmo lugar depois também. – Falei apressando. Becky riu como se soubesse o que estava fazendo. Os braços de Becky abraçaram forte ao redor da minha cintura, acelerei a moto no seu limite assim que cruzei a saída do condomínio, eu era apaixonada em sentir o vento bater contra o meu rosto.

— Chegamos. – Falei tirando o capacete balançando o cabelo pra ajeitar. O ambiente na delegacia estava movimentado, como de costume.

— Sarocha, temos um caso urgente que precisa da sua atenção. – Ele disse me entregando uma pasta