capítulo 21

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Mayle Connelly.

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— Isso está piorando, a cada dia que passa eu fico mais com medo — Anika murmurou, mas eu não estava tão interessada no que ela estava dizendo. 

Todas essas horas que se passaram depois do leilão, a única coisa que eu penso é em dar o próximo passo. E eu tenho medo dessa minha decisão. 

O que fiz ontem foi perigoso, e ninguém percebeu, na verdade meu pai ficou me agradecendo por eu ter protegido. Mas se ele soubesse o que fiz, nunca mais olharia na minha cara. Mas se me perguntarem se me arrependo, eu vou rir dessa pessoa, porque gostei e pretendo fazer de novo. 

— mundo terra te chama, Mayle — Anika bufou, obviamente brava por eu não prestar atenção no que ela diz. 

— desculpa, eu estava pensando longe — suspirei, ajeitando minha postura.

— É, eu percebi. Você quer que eu deixe você descansar? — Anika perguntou, sua voz suave.

— Não, não precisa! Apenas me distrai — Respondi rapidamente, não querendo que ela pensasse que eu não estava gostando de sua companhia.

— Ok. Agora me deixe fazer uma pergunta — Ela pausou, olhando fixamente nos meus olhos. — O que você pensou quando protegeu seu pai com unhas e dentes, encarando dois deles?

— Bom, ele é o meu pai. Não pensei muito, apenas agi.

Era mentira. Eu fiz aquilo porque sabia que Axel não poderia me tocar. Também sabia que ele viu o que eu fiz. Posso estar louca, mas no momento em que atirei nos dois seguranças no fundo da casa, eu senti que era Axel. Talvez por sua altura incomparável, sua postura e os músculos que minhas mãos apertaram. Aquela pessoa era ele, e eu não precisei que ele tirasse todo aquele pano. Eu pressenti.

Era ele.

— Entendo você, mas por favor! Não faça mais aquilo, você nos assustou! — Anika sorriu, inclinando o rosto para a direita enquanto olhava pela janela.

— De qualquer forma, acho que não vão mais voltar. Conseguiram o que queriam, não é? — Suspirei, fingindo estar abalada.

— É, mas seu pai vai dar um jeito. Ele sempre dá. Pode perceber que ele não está triste; já se acostumou com essas loucuras dessa gangue. — Anika levantou-se e se espreguiçou, caminhando em direção à porta.

— Você já vai? — Perguntei.

— Sim, já são nove horas. Precisamos dormir porque amanhã temos que treinar bastante. O campeonato está aí. — Ela veio até mim, depositou um beijo na minha testa e foi embora. Eu apenas sorri e deixei que ela fosse. 

Esperei alguns segundos até ouvir a porta do quarto de Anika se fechar. Com passos apressados, fui até o meu guarda-roupa, abrindo-o e pegando a mochila onde tinha preparado todos os itens que precisaria. 

Eu iria entrar na floresta novamente, e precisava ser agora. Todos estavam exaustos: meu pai trabalhando duro para comprar mais cavalos, Victoria ajudando-o, Anika estudando e ficando no haras a tarde toda. 

Planejei isso durante toda a tarde. Enquanto estava com Wind, percebi que minha mente não estava presente, meus pensamentos se fixam na égua selvagem que vi na floresta. Sua imagem era tão vívida, tão viciante... Eu daria tudo para encontrá-la novamente. 

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