capítulo 20/O leilão

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{AXEL CHRISTIAN}

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— Está muito cheio! — Cody murmurou.

Meus olhos percorreram todo o leilão, uma casa grande de dois andares onde obviamente ocorreria o jantar, macieiras espalhadas e arbustos bem cortados.

Alguns cavalos estavam em arenas, outros em baías, e os mais caros na parte de trás, o local mais difícil de chegar, cercado de seguranças, mas não era um problema.

Estávamos posicionados à beira de uma cerca de arames, onde havia um enorme arbusto, supostamente esquecido de ser aparado.

— Entrem fazendo o serviço, nada de parada ou algo do tipo. E por favor, não tirem as máscaras. — indiquei, ajustando minha postura e virando meu rosto para encará-los.

Seus rostos cobertos pela metade das máscaras, mãos envoltas em luvas, e nenhum centímetro de pele à mostra. Nunca realizamos nossos ataques durante o dia; na verdade, já estava escurecendo, e qualquer descuido poderia nos denunciar.

Uma batida de tambor ecoou em meus ouvidos, fazendo meu corpo, que antes estava agachado, erguer-se. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto, meu coração acelerando, e a adrenalina pulsando em minhas veias.

Eu ansiava por esse momento.

— O LEILÃO VAI COMEÇAR, COY BOYS!  — alguém gritou e então todos aplaudiram.

Vai começar, mas não vai durar, idiotas.

— Vamos fazer o que fazemos de melhor, porque protegemos aqueles que não podem se proteger sozinhos. — Jennie sussurrou, ajustando a máscara no rosto.

Todos nós concordamos e logo em seguida colocamos as máscaras. Meus irmãos subiram em seus cavalos, e eu, como sempre, fiquei de pé, mas tenho minha moto e ela ficaria ali, dando cobertura a eles.

Passei por baixo da cerca, conseguindo ver um pouco perto da escada. Eles estavam lá, Raphael, Anika e Victoria. No entanto, meus olhos procuravam por ela, a corajosa que nunca está mais perto deles.

O que ela está fazendo que não está ali? 

Foda-se, não faz diferença.

Sem que ninguém percebesse, eu me aproximei de outro arbusto, próximo a um mustangue que estava prestes a ser leiloado. Muitos fazendeiros estavam sentados, erguendo placas enquanto eu resistia à vontade de atirar em cada uma delas, mas esse não era meu foco agora.

Preciso chegar até o cavalo branco prestes a ser leiloado e libertá-lo. Certamente, ele era selvagem e nunca havia sido domado. Ele sopra, e vapor d' água sai de suas narinas; suas patas inquietas estão prontas para correr.

Avanço lentamente em direção à parte de trás da gaiola, chamada de passarela para exibição dos cavalos. Chego até a porta, com a traseira do animal voltada para mim, seu rabo se movimenta e o odor frio de excremento misturado com urina invade minhas narinas. Esse cavalo está aqui há muito tempo.

Filhos da... daqui consigo ver as marcas de chicotes e a queimadura onde o marcaram.

Fique calmo, Axel. Ao sinal de Jennie, você abre a porteira, e ele seguirá direto para longe daqui.

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