— O que houve? Por que você está assim de repente? — perguntou Belle, intrigada com o comportamento de Day. Ele olhou para Itt, que estava visivelmente entediado, quase alheio à conversa.
— Nada. Só alguém cansado de ficar aqui — respondeu Day de forma evasiva, antes de sair da loja. Itt levantou-se rapidamente e o seguiu. — Entre no carro — ordenou Day, sem olhar para trás.
Itt sentiu-se desconfortável por não saber o que fazer. A sensação de impotência o deixava nervoso, mas ao ver Day sentado no banco do motorista, ele entrou no carro apressadamente e sentou-se ao seu lado. Assim que Itt fechou a porta, Day ligou o motor e começou a dirigir. O silêncio no carro era denso, e Itt queria perguntar o que estava acontecendo, mas não teve coragem. Sentia que tinha cometido um erro.
— Descanse. Vou te acordar quando chegarmos — disse Day, sua voz firme e distante, aumentando ainda mais a sensação de desamparo em Itt.
Itt recostou-se no banco, olhando pensativamente para a paisagem que passava pela janela. O movimento do carro e o silêncio o embalaram, e logo ele adormeceu.
[...]
— Itt, acorde — a voz de Day o despertou de repente. Itt estremeceu antes de abrir os olhos lentamente, ainda confuso.
— Já chegamos? — perguntou em um sussurro, olhando ao redor. Seu coração acelerou quando reconheceu o local onde estavam. — Minha casa?
— Sim... Onde mais? Desça — respondeu Day, sem olhar para ele, a voz carregada de indiferença.
— Ai'Day... Eu...
Itt tentou falar, mas Day pegou o telefone e começou a discar, interrompendo-o e fazendo-o congelar.
— Neil, hoje à noite estou livre... Nada, só estou te chamando para beber no meu quarto... Voltei para Bangkok... Ah... Te vejo em breve — Day falou casualmente ao telefone, como se Itt não estivesse ali. Desligou e finalmente se virou para ele. — Desça, o que você está esperando?
Itt saiu do carro, cada palavra que queria dizer presa na garganta. A casa à sua frente parecia ao mesmo tempo familiar e estranha, dada a situação. Day não saiu do carro, Itt sentiu uma mistura de alívio e vazio.
— Feche a porta do carro para mim — disse.
Itt obedeceu, fechando a porta e movendo-se para a calçada. Ele olhou para Day, que estava sentado no carro. Assim que a porta se fechou, Day começou a se afastar lentamente. Itt observou enquanto o carro se afastava, seu coração pesado com a súbita distância entre eles. Day olhou pelo retrovisor e, ao ver Itt parado, esboçou um leve sorriso.
Enquanto caminhava até a porta de casa, Itt tentava processar tudo o que havia acontecido. A voz de Day ao telefone ecoava em sua mente, a maneira casual como ele mudava as regras do jogo sem qualquer explicação. Sentia-se constantemente tentando agradar a um mestre cujas expectativas e regras pareciam mudar sem aviso.
Ao abrir a porta de casa, Itt se perguntou se deveria ligar para Day. No entanto, uma parte dele sabia que isso só prolongaria a agonia. Precisava de espaço para pensar, para entender o que queria e o que precisava fazer para recuperar algum controle sobre sua vida.
No silêncio do seu quarto, ele olhou para o relógio, considerando a possibilidade de dormir um pouco para escapar dos pensamentos que o atormentavam.
— Droga, eu estava apenas sendo sarcástico... Não importa! Por que você está fazendo isso? — murmurou para si mesmo, rolando na cama com a mente estranhamente ativa.
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Love Syndrome |Day & Itt|
FanfictionEm um mundo sombrio e intrigante, "Love Syndrome" mergulha profundamente no drama e na tragédia, explorando a origem obscura e complexa do relacionamento entre Day, um personagem sádico abusivo, manipulador e propenso a crises de raiva constante, e...