Disseram uma vez que seres malignos não amavam.
Mentira.
Percebeu isso assim que seu sapato social tocou o piso daquela igreja.
Desejou ver o corpo daquele homem por baixo da batina.
Realmente, Las Vegas era a cidade do pecado, e Atlantic, estava di...
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Carrego a plena convicção de que o lado mais visto de Jeon Jungkook, ou Atlantic, talvez seja a luxúria. O desejo insaciável por noites longas de prazeres passageiros e manhãs melancólicas.
Talvez seja pelos seus cabelos longos e escuros que insistem em cair por seu rosto. Também pode ser pela forma como se veste, com marcas caras e conhecidas pela maioria dos cidadãos norte-americanos.
De qualquer forma, aquele demônio, que não se conhecia o suficiente para desvendar a si mesmo, carregava sentimentos dos quais ainda eram desconhecidos.
Existia um lado, que escondeu por muito tempo. Park Jimin era a única pessoa capaz de fazer um homem frio que escolheu não amar, se entregar completamente. Nem ao menos sabia carregar esse poder, era cego e preso em seus próprios ideais tão opostos à pessoa que beijava, bem ali, naquele confessionário, talvez o lugar que mais esconde segredos.
As mãos grandes tocavam diversas partes de seu corpo, e por mais que fosse pecado, amou isso.
O padre poderia jurar que os olhos grandes e marcantes de Jeon, se encharcaram por pouquíssimos segundos e não sabia desvendar o motivo de isso ter acontecido. O mais engraçado em toda aquela situação, é que nem ao menos se arrependeu de ter beijado um homem. Não sentiu remorso por nenhum momento se quer. Talvez, estivesse sendo moldado, entendendo que tinha uma chance de tentar ser feliz durante o restante de sua vida tão curta.
Sua razão e coração pareciam tentar entrar em um consenso, por mais que no fim, nunca concordariam.
Entre as mãos quentes se tocando, olhares vez ou outra se encontrando, desejo que exalava e podia ser sentido ao longe, existiu um sentimento, como um choque, como memórias antigas que invadiram suas mentes e os entorpeceram completamente.
Era a primeira vez que se beijavam... mas porque sentiam que já tinham feito isso antes? Por que a boca de ambos parecia já tão conhecida?
Atlantic abre os olhos com certa pressa ao sonhar, mesmo acordado, com um homem de costas. O porte físico era igual ao do padre, mas preso em uma floresta densa e escura, totalmente oposta a si, que carregava longos cabelos brancos, igualmente a suas roupas.
Não conseguiu se aproximar daquele homem tão distante, não conseguiu focar sua visão o suficiente para desvendar quem estava ali.
Conforto. Foi isso que sentiu.
Saudades. Sentiu falta do desconhecido.
E durante isso, as mãos de Jimin se tornaram mais quentes e os toques mais sensíveis a pele de Jeon.
Os lábios se afastam, os olhares se conectam. Os olhos do padre brilhavam conforme observava o homem alto e bonito a sua frente, involuntariamente, mudando sua expressão ao analisá-lo melhor.