Seduction - Versão Camren

Capítulo 15

Lauren deixou o gerenciamento da editora a pedido de Cameron. Ele não a queria se sobrecarregando. Ela refletiu que tinha razão... Embora pudesse realizar o trabalho mesmo estando em Oregon através de um computador, em algumas ocasiões era necessário se deslocar até o escritório na empresa, isto sem contar a consulta com a doutora Carmem que Lauren fazia uma vez por mês. Apesar da curta distância, a viagem se tornava cada vez mais desconfortável por conta da gravidez.

Cameron também diminuiu seu ritmo no trabalho, geralmente chegava em casa no meio da tarde. E sempre que podia, se permitia ficar um ou dois dias sem comparecer na empresa. Tudo isso graças ao escritório montado atrás da cozinha, que lhe oferecia uma boa estrutura para comandar os negócios de sua própria casa.

Para os assuntos domésticos eles haviam empregado uma pessoa: a senhora Judith Stanley, uma antiga vizinha da família de Lauren em Montana. Clara contou à filha, que após ficar viúva há cerca de um ano, Judith Stanley havia se mudado para Oregon e queria muito trabalhar. Para Lauren e Cameron isto caíra como uma luva, pois não só era uma pessoa altamente prendada, como também de confiança.

O marido da senhora Stanley também fora pastor, assim como o pai de Lauren e certa vez Cameron comentou:

– Será que todos os pastores de Montana resolveram abandonar suas famílias para ficarem mais perto de Deus?– ele brincou.

Lauren riu da piada, mas dando-lhe um leve tapa no braço, pediu:

– Pelo amor de Deus, Cameron, não faça esse tipo de comentário perto da senhora Stanley e nem da minha mãe!

Com tudo isso, tempo era o que Lauren tinha de sobra. Então, usando o conhecimento que aprendeu nos livros sobre paisagismo, da editora que gerenciava, mais a técnica adquirida quando trabalhou no Centro de Jardinagem de Montana, Lauren passou a dedicar-se ao próprio jardim e fez um excelente trabalho. Contudo, após quase dois meses, ficar em casa apenas cuidando do jardim não era o suficiente. Aquilo havia se tornando entediante. Lauren, então, teve um lampejo: queria abrir uma empresa de paisagismo. Durante o tempo que cuidou do seu próprio quintal, descobriu que em Oregon não havia uma loja adequada e muito menos profissionais capazes em atender a demanda da cidade. Normalmente as pessoas interessadas naquela arte precisavam recorrer a cidades vizinhas.

– Não será trabalho demais para você?– indagou Cameron.

– Claro que não. A barriga pode atrapalhar um pouco, mas as mãos e a mente estão ansiosas para trabalhar.

Lauren era teimosa e Cameron exageradamente cuidadoso... Ele implicava até quando ela pegava o carro para fazer algumas compras, mesmo acompanhada da senhora Stanley. E Lauren sempre revirava os olhos quando ele vinha com algum sermão sobre acidentes e prevenções, mas não discutia. Como também não discutia quando ele insistia que tomasse muito leite ou que lesse o manual de parto que a doutora Carmem havia recomendado. Porém, empacou no projeto sobre a pequena empresa que queria montar. Ela dizia que a ociosidade deixava-a nervosa.

Cameron queria mantê-la em casa, quieta, até o bebê nascer. Lauren, deliberadamente, tinha certeza. Mas foi somente após conversar com a médica, durante a consulta de pré-natal, que ele concordou em realizar a vontade dela.

"Lauren está ótima. Os exames foram satisfatórios e o bebê se desenvolveu muito bem.", a doutora Carmem lhe dissera. "E o centro de Oregon fica apenas a dez minutos de nossa casa.", completou Lauren.

Sem argumentos, desta vez quem revirou os olhos foi Cameron. Lauren ficou tão contente que naquele mesmo dia, ainda na estrada voltando da consulta em Seattle, ela explanou sobre seu projeto. Desde quando começou a insistir nesse assunto, há cerca de três semanas, Lauren já havia feito diversas pesquisas pela internet e já tinha tudo esquematizado. Inclusive o imóvel apropriado para abrir sua empresa. Bastava apenas Cameron executá-lo.