K.J. e Jane nunca se deram bem, mas talvez sejam tudo que precisam um para o outro: K.J Sinclair cometeu muitos erros no passado, mas está sendo julgado pelo único que não cometeu, e a ajuda surgiu de onde ele menos esperava. Jane Mays odeia K.J., e...
Fique comigo um pouco mais Eu vou esperar por você Sombras se esgueiram E a vontade se torna mais forte Mais profunda que a verdade
- War of Hearts │Ruelle
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Tínhamos ido dormir mais de quatro da manhã, numa rodada interminável de sexo, gargalhadas e conversas profundas. Tentei convencer Ken a me deixar em casa, sem querer passar a noite ali com medo de parecer muito oferecida, mas ele estava decidido a não me largar e eu realmente não estava desapontada com a ideia.
Mesmo tendo ido dormir tarde, meu relógio biológico me fez acordar à mesma hora de todos os dias, mas não tinha casa para arrumar ou café da manhã a ser feito para o meu pai antes dele voltar da igreja. Quando morávamos em Londres ele nunca teve esse costume, porém depois de voltarmos para New York, meus tios o convenceram a acompanhar eles nos domingos.
O barulho do chuveiro do banheiro que tinha na suíte principal chamou minha atenção, denunciando o paradeiro de Ken, que não estava na cama. Peguei o roupão de cetim azul estirado na poltrona e cobri meu corpo nu com ele, caminhei até a porta do banheiro me encostando no batente e observei as costas musculosas e esguias de Ken enquanto ele murmurava alguma música de hip-hop embaixo do chuveiro. Ele se virou para mim com um sorriso, enquanto desligava o chuveiro.
— Bom dia. — desejou com um sorriso que ameaçava engolir a cara dele.
— Bom dia. — Não pude me impedir de sorrir também.
— Dormiu bem?
Assenti.
— Escuta... Você pode pegar uma toalha para mim? Eu esqueci de trazer.
— Onde está? — indaguei um pouco mais alto, já voltando para o quarto.
Ele disse que estava na segunda gaveta da cômoda. Ao pegar a toalha, a tampa de uma caixa de madeira veio junto, coloquei a toalha em cima da cômoda e estava pronta para fechar novamente a caixa quando a Pequena Stephany que tem dentro da minha cabeça me mandou olhar. E eu olhei.
Tinha a foto de uma garota bonita, que devia ter entre dezesseis e dezessete anos, com grandes olhos castanhos e um nariz convexo, a pele num tom naturalmente bronzeado, ela segurava um pano nas mãos, os cabelos pretos como eu nunca tinha visto. Ela sorria para a foto como se seus sonhos tivessem acabado de se realizar, olhei atrás da foto, tinha a data em que a foto tinha sido tirada e os dizeres ''o primeiro dia do resto de nossas vidas. — A & K''.
O resto dos papéis eram matérias do jornal da escola que Ken havia citado ontem. Matérias sobre moda, ativismos políticos e reclamações sobre professores.
— Jane? Achou?
Levei um susto, guardando tudo o mais rápido que consegui e levando a toalha rapidamente para Ken no banheiro.
Pigarrei enquanto ele enrolava a toalha na cintura. Ken tinha um pequeno sorriso nos lábios como sempre, eu realmente tinha uma curiosidade mórbida se ele era capaz de ficar triste ou com raiva. Ele parecia sempre simpático, gentil e alegre, como se nem mesmo tivesse chorado ao nascer. Ken devia ser o único caso do mundo de um bebê que nasceu gargalhando ao invés de chorar.
