Chapter eigth

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Novo emprego

Fico sem reação.

- Ele quer que você seja o novo sócio da empresa dele? - Papai concorda - Assim, tão de repente?

O canto de sua boca treme quando faço minha pergunta.

- Na verdade, ele fez essa proposta já faz algum tempo e eu estou pensando em aceitar. Mas apenas se você estiver bem com isso.

Franzo o cenho: - Por que não estaria tudo bem? Isso é incrível, papai - não contenho sorriso que cresce em meu rosto.

Papai gosta do seu trabalho atual como investidor, mas sei que ele estava querendo há algum tempo fazer parte de alguma empresa grande, então isso é maravilhoso.

- Obrigada, Vivi, mas não vai ser tão incrível assim - sinto o sorriso em meu rosto perecer em confusão - Me tornar sócio melhoraria nossa renda, isso é certo, mas também significa que vou ter que passar mais tempo longe de casa.

O encaro em silêncio, sem saber o que falar ou fazer. O garçom coloca nossos pratos em nossa frente e continuo o encarando. Ele já passa tanto tempo fora, e ficará ainda mais?

Nesses momentos, eu queria saber a resposta para tudo, mas como não sei, tudo o que posso fazer é manter o bom senso e apoiá-lo na sua decisão, independente de qual seja. Afinal, ele me apoiou em tantas decisões em minha vida, tanto boas quanto ruins, então eu só posso retribuir nesse momento.

- Ser sócio na empresa do senhor Archibald é o que você deseja?

Ele engole em seco e leva sua mão até o pano que está sobre a mesa, o levando para seu colo: - Sim.

Mordo meus lábios. Então, por mim, tudo bem, ao ser isso o que ele queira fazer.

- Então, você me trouxe aqui para comemorar seu novo emprego? Meus parabéns, pai.

Ele sorri para mim, aliviado, meu coração pesa um pouco ao saber que agora o verei bem menos que antes. Mas logo me recomponho.

Conversamos sobre como será nossa rotina a partir de agora. O que não mudará muito, além dos dias vagos a mais que terei a partir do próximo ano.

Comemos presos numa conversa agradável, e muito menos tensa do que tivemos nas últimas horas. Papai me explica detalhadamente sobre como aconteceu de ele ser chamado para trabalhar na empresa de Nicolas, até conversamos sobre os possíveis futuros namoros de papai.

Dividimos uma sobremesa e entramos no carro. Papai colocou um rock não muito antigo e então encostei minha cabeça na janela, observando como tudo se passa tão rápido quando estamos em movimento.

É estranho, ao mesmo tempo que gosto de ver tudo passar rápido, também gostaria de parar um pouco e apreciar a vista com calma. Fecho os olhos por alguns segundos e, quando os abro novamente, já estamos frente ao prédio.

Me sinto tão cansada, meu corpo inteiro se sente cansado, na verdade. Quase como se tivesse mofado no banco de couro. Papai abre a porta do carro para mim e me encara com uma caneta nas mãos.

- Você ia desenhar no meu rosto? - minha voz sai um pouco sonolenta.

- Não - nega, guardando a caneta no bolso da calça - Só ia te acordar e levar para dentro.

Mentiroso; penso já desfivelando o cinto e saindo do carro.

Assim que entramos no apartamento, cada um foi para um lado. Papai foi para seu quarto e eu para o meu. Sinto um formigamento estranho serpentear pelo meu corpo assim que relaxo sobre o colchão.

Alguma coisa está errada. Isso é quase certo.

Conheço Christopher desde que nasci, literalmente, e sei quando ele está escondendo algo. Principalmente quando é algo importante.

A ida para Kylpos sempre quer dizer que algo importante na nossa vida acontecerá. Isso foi provado mais uma vez no jantar de hoje. Mas o jeito que ele me olhava após anunciar seu novo emprego não era de alguém aliviado e sim de alguém que esconde grandes coisas.

Me viro para o lado encarando a janela. A neve não dá sinais de querer parar.

Ele não esconderia nada de mim e tudo o que tinha para me anunciar já anunciou.

Penso nisso alguns milhares de vezes e em algumas delas até digo em voz alta.

Céus, não sei por que tanta ansiedade por algo que talvez nem seja real. Não é como se ele fosse me mandar para morar com as Lorelais.

Arrepio apenas de pensar nessa possibilidade.

Troco de roupa e vou para sala, levando alguns cobertores e travesseiros comigo. Assim que estou devidamente acomodada, coloco Panico na TV.

Gilmore GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora