Garoa
A primeira coisa que fizemos quando finalmente conseguimos entrar no Olympus Royale é tomar nossa "dose da coragem" que foi gentilmente nomeada por Andy e inventada por quase vinte pessoas, entre elas Jenny e eu. Nessa pequena dose tem um pouco de tudo, quase literalmente.
— Quero dançar — Jenny grita, agarrando meu braço e me levando para o meio da pista.
Uma risada gostosa sai dos meus lábios quando ela começa a dançar quase colada comigo. Me mexo conforme a música, deixando uma risada e outra escapar de meus lábios. Sinto outro corpo se chocar contra o meu e viro meu rosto em sua direção, vendo apenas Andy, suas mãos ocupadas com copos. Ele me entrega um e dou um gole generoso, sentindo o gostoso e extremamente gelado e doce tomar conta de toda minha garganta.
— Ruim? — sua voz sai baixa, mas tenho quase certeza de que ele gritou, ou tentou.
Balanço minha cabeça, negando e desfazendo a careta que tinha se formado em meu rosto e nem havia percebido: — Apenas gelado.
Volto minha atenção para a música tocando e volto a dançar, dessa vez tomando cuidado para não derramar a bebida. Não bebo muito frequentemente, muito menos bebo com alguma frequência, mas como hoje é um dia especial — por motivo nenhum — eu me deixarei beber. Mereço um pouco de diversão, certo?
***
A pior parte de beber é que a bexiga fica frouxa, isso é certo de todas as formas e cores. Me desencosto da parede e entro no banheiro assim que a mulher sai dali, e tudo o que posso fazer é agradecer à minha paciência por ficar na fila por quase quinze minutos.
Assim que acabo de lavar minhas mãos na água gelada e com um sabonete de providência suspeita, finalmente levanto meus olhos para o espelho, podendo ver minha face. A maquiagem em minhas pálpebras está um pouco borrada e meu batom vermelho continua intacto, pelo menos. Tiro o chapéu rosa de cowboy com pompons de minha cabeça, me perguntando como ele foi parar ali, assim como me pergunto onde estão os dois loucos que me trouxeram aqui.
Encaro meu reflexo uma última vez, antes de sair, mas juro que o vi rodar, mantenho meus pés firmes no chão, me equilibrando nos saltos da bota e vou para onde os vi da última vez, no centro da pista de dança. Varro quase todo o lugar, me lembrando de manter os pés no chão e foco no meu objetivo.
Vozes altas e um pouco abafadas entram em contato com meus tímpanos, assim como a música extremamente alta. Quando finalmente os encontro, aceno para eles, que estão encostados no balcão do bar, onde eles disseram que estariam. Culpa de minha péssima memória levemente alcoolizada.
E é quando tudo acontece, com tanta rapidez que nem perceberia se isso não tivesse abaixado parte de minha jaqueta.
Puxo minha bolça das mãos do idiota que a agarra como se sua vida dependesse disso, e obviamente não depende, já que ele está aqui dentro e não do lado de fora. Seu rosto fica toda à mostra para mim e consigo ver plenamente o olhar assustado em seu rosto, assim como ele deve ver o meu de raiva.
— Solta — resmunga, puxando com mais força, e eu a agarro mais para perto, fazendo com que meus dedos doem.
As pessoas à nossa volta parecem abobalhadas ao que acontece, e pelo conto dos olhos vejo Andy se levantar da sua cadeira, assim como Jenny, só que essa escorrega em seus saltos e cai no chão.
Fecho minha mão em um punho e o levo para o olho do homem, tendo certeza de colocar toda minha força ali, o que já é alguma coisa: ele solta a bolça, dando o tempo suficiente para Anthony chegar e o segurar pelos ombros.
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Gilmore Girls
FanfictionComo seria se Lorelai Gilmore tivesse outra filha e Rory Gilmore tivesse uma irmã gêmea não idêntica? Duas irmãs com ambições e visões do mundo diferentes separadas no passado. Violet tem seu mundo virado para baixo assim que percebe que terá...