Fofocas

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🌸 Mei Lee's POV

Segurei o pulso de Miriam e a guiei até a mesa. Ela ainda segurava o algodão doce em uma das mãos, mas era tarde demais para repreender.

- Algodão doce? Eu nem lembrava que você tinha isso, Valentina. - disse uma das garotas.

- Só porque você é uma bêbada e não sabe apreciar mais nada além disso. - disse Valentina, apontando para a lata de cerveja. Ela demonstrou dificuldade em abrir a lata, e a Andersen imediatamente tomou ela de sua mão e abriu. Valentina foi até a geladeira e pegou outra lata. Andersen ficou em choque, piscou algumas vezes e fitou a lata em sua frente, confusa. Era óbvio demais. E Valentina estava sendo uma escrota.

- É Andersen, né? - perguntei. A loira me olhou com um desdém que quase me fez desistir, mas continuei firme.

- Riley Andersen. Por que?

- Já que vocês não usam muito a máquina de algodão doce, tem alguma chance de estar podre de suja na parte interna?

- Sei lá. - ela deu de ombros. - Deve fazer mais de um mês que a Valentina não limpa essa coisa.

- Por que não experimenta primeiro?

- Por que eu faria isso?

- Achei que você não recusava desafios.

As garotas deram tapinhas na mesa, rindo.

- A amiga da novata é mais legal que a própria novata! - disse uma das garotas. Miriam não se sentiu incomodada, apenas mostrou a língua e riu.

- Tá, tanto faz. - Riley esticou a mão para pegar um punhado de algodão doce da minha mão, e eu a surpreendi encaixando o punhado em sua boca. Vê-la corada foi divertido, ainda mais quando as garotas começaram a gritar histéricas como uma torcida. Riley cruzou os braços, mastigando devagar.

- Só pra vocês saberem, a máquina está bem limpinha. Eu não deixaria ela suja só porque vocês não comem o doce, eu tenho outras amigas além de vocês tá? - disse Valentina.

Todas riram. Elas começaram a fofocar sobre as outras amigas de Valentina, e vez ou outra eu e Miriam fazíamos piadas e brincadeiras que tiravam boas gargalhadas delas. Apesar de mais novas, conseguimos nos enturmar bem. Miriam havia se interessado por este universo há pouco tempo, mas eu, Prya e Abby estávamos felizes com sua decisão. Um esporte faria bem para ela, que andava tendo problemas em casa com os seus pais. Miriam era minha melhor amiga, eu só desejava sua felicidade.

De repente, o assunto ficou muito mais interessante: Garotos. Podem me chamar de cabecinha de vento, mas nada me atrai mais que a vida amorosa das pessoas.

- Cuidado com o que vai falar. Temos crianças presentes. - zombou uma das garotas do time.

- Verdade. Melhor tampar seus ouvidos, Riley. - eu disse, e as garotas riram.

- Cara eu gostei de você! - disse a garota. Valentina fez um toca aqui rápido comigo. Riley revirou os olhos e fingiu dar risada. Não sei porque seu nome pulou para fora da minha boca. Parecia que ele estava na ponta da língua. Eu poderia ter feito a brincadeira com Miriam, que é mais íntima, mas algo estranho me direcionou até a loira. Me arrependi no segundo que disse, mas por sorte alguém deu continuidade ao assunto. Quando me dei por conta, elas estavam contando suas piores experiências saindo com rapazes. Miriam contou sobre o dia que minha mãe foi até o postinho onde meu primeiro crush trabalhava para confrontar ele, e nunca vi tanta gente rindo ao mesmo tempo.

- Se minha mãe fizesse isso comigo eu mudava de nome e de país. - disse uma garota, eu ainda não sabia seu nome mas já estava familiarizada com ela.

- Deixa eu contar sobre o contatinho que eu vi semana passada. - disse Valentina, puxando uma cadeira e sentando com as pernas cruzadas.

- É o mesmo que você mencionou outro dia? - perguntou a garota mais rechonchuda, porém notei que seu corpo era bem definido devido aos treinos.

- Esse eu já mandei passear. Já parti para outro.

Enquanto as meninas davam risada, notei Riley se encolher em sua cadeira. Ela brincou com a cordinha de seu casaco e, depois de mais uns minutos de conversa, ela desistiu e levantou de sobressalto, indo até o quintal.

Fiquei surpresa que as garotas a ignoraram. No meu grupo, se alguém faz isso, sendo drama ou não, vamos atrás para verificar se está tudo bem.

- Você devia ir atrás dela. - eu disse a Miriam. - Ela é sua colega, afinal.

- Hum... - Miriam torceu o nariz. Era sua cara de quem não queria ir, mas iria porque eu estava pedindo. Porém, antes mesmo de ela levantar, as pizzas chegaram. Miriam preferiu ajudar a carregar as inúmeras caixas de pizza do que ver o estado psicológico de sua colega.
Minhas pernas se moveram sozinhas. Quando percebi eu já estava no quintal, de frente para Riley.

Ninguém é como você Onde histórias criam vida. Descubra agora