Morwen Montorya
Até mesmo o diabo as vezes precisa de um tempo sozinho. Acho que eu sou um tanto quanto parecida com o mesmo.
Sempre que meus demônios pessoais insistem em me relembrar o meu passado,eu preciso ficar sozinha,andar por ai sem rumo, ou fazer qualquer coisa que possa preencher minha cabeça.
Ja que sair por ai enfiando a faca em qualquer um,não é uma opção tão saudável assim.
Para por meu plano em prática estabeleci três regras.
Regra número três : Não demonstrar fraqueza. Por mais que doa intensamente, quando você mostra ao mundo onde dói, ele terá com o que te ferir.Regra número dois: Seja muito pior do que aqueles que lhe feriram . Esse papo de perdoar a quem te fez mal é baboseira pra caralho, eu quero ver todos aqueles que um dia não me fizeram bem, arderem no fogo do inferno.
Regra número um: Não me apaixonar. O amor te torna fraco,vulnerável e estupdo, e também o amor não é para pessoas doentes como eu. Definitivamente eu não sei amar.
Meus ossos doem, e eu seria capaz de sacrificar a minha vida, se o ódio não tivesse me tomado de assalto, feito de mim sua refém. Contudo que passei me tornei um ser que nem mesmo eu reconheço, desumana. Uma completa viciada em coisas mundanas para preencher a porra de um espaço vazio dentro de mim, que eu sei que nunca, em hipótese alguma vai ser preenchido.
Eu engano a mim mesma,é melhor assim.
O galpão onde deixei algumas coisas não fica em Angelins C. Fica afastado pois, por mais que me encante o fato de torturar pessoas em uma cidade calma e livre do mal, seria meio arriscado fazer isso tão próximo da minha "família".
A estrada para chegar até o lugar é de chão,cercada por árvores ,era um tanto quanto escuro,por mais que estivesse de dia. O galpão era um espécie de chalé disfarçado,feito de madeira,seguindo uma estrutura triangular, quem olha de fora nem imagina que na parte subterrânea existe uma câmara,propícia para esconder corpos,ou nesse caso inicial, extrair informações utilizando tortura.
Depois eu lido com o fato de esconder o corpo.
Entro no chalé e me direciono ao porão,o capanga do meu pai, que a poucos dia consegui raptar,utilizando apenas a minha boa e velha tática de sensualidade , se encontrava com os olhos entre abertos, a respiração mútua que oscilava, seu desespero era paupável pelo ar denso da câmara.
-Como vai gatinho?.-O cara por fim me notou.- Decidiu desembuchar, ou vai mesmo escolher a morte?
-Eu, não posso lhe contar mais nada.
-Bom,ja que será assim,eu também não vou poder te manter vivo.Sabe se você fosse um pouquinho esperto teria escolhido falar logo a porra do esquema sujo que meu pai está colocando para frente.- Dei uma pausa,me direcionando a uma mesa,onde eu deixava algumas ferramentas.- Mas não,você decidiu defender um homem sujo, sem escrúpulos, que provavelmente nem sentiu sua falta. Você é apenas um peão nesse jogo incivil dele.
-Me diga Elettra,qual foi a sensação de ter sido a putinha de todos os capangas novatos do papai?.- o idiota sorriu,com aqueles dentes amarelos, ódio percorreu pelo meu sangue, automaticamente desferi um soco na boca do imbecil.
-Te garanto que sua morte,vai ser bem pior.- Um sorriso amargo surgiu em meus lábios,e por um micro instante pude notar o desespero se estabelecer na feição do homem a minha frente.
Com uma faca em mãos,comecei criando pequenos atritos pelo corpo do indivíduo.A cada corte que eu atingia em sua pele opaca,me fazia sentir viva.Era extasiante.
A fúria tomava conta do meu ser,e involuntariamente ,iniciei golpes mais profundos, o cara gritava e aquilo se tornou música para os meus ouvidos.
O líquido viscoso e vermelho jorrava de sua pele.Porra ,aquela merda toda me deixava cada vez mais satisfeita, o medo ,a dor , a súplica por piedade ,tudo isso era do caralho.
Com a faca em seu pescoço fazendo pressão em suas veias,lhe ofereci uma última chance, mas aparentemente o canalha na minha frente não falaria nada.
Merda.
Escorreguei a lâmina por toda a superfície do seu pescoço,deslizando-a rumo ao seu peito do lado onde se encontrava seu coração.
Enfiei com toda força que a mim cabia,o objeto ponte agudo em sua epiderme. Ele soltou um grito ensurdecedor, e com a boca aberta e os olhos completamente arregalados ,o homem morreu.
-Bom,a gente se encontra no inferno,filho da puta.
Eu estava completamente coberta por sangue e bom,aquilo me fez sentir completamente no topo do mundo.
Desovei o corpo do indivíduo parte por parte. A pele a qual eu cortava possuía um cheiro insuportável de ferro mas bom,ossos do ofício.
Em uma caixa de madeira,a mesma caixa que anos atrás recebi com um passarinho morto,coloquei os olhos,a língua e o coração do capengada do meu pai.
Acho esse um ótimo presente.
Limpei o cômodo em que eu e o aquilo um dia foi um homem estávamos. Me retirei, e ja na parte de cima acendi um cigarro,aquela porra cansava.
Minha moto estava estacionada na parte da frente do chalé,segui em direção a minha próxima parada, pois bem,esses restos mortais não seriam entregues sozinhos.
Santoro,meu parceiro faria isso por mim. Ja na cidade entreguei ao mesmo e expliquei corretamente aquilo que ele faria.
Andar de moto depois de assassinar um homem,é libertador. Acho que todas as boas mulheres precisam experimentar isso algum dia.
A água quente caia sobre meu corpo e bom,eu precisava eliminar do meu corpo ,aquele odor de sangue.Aquele tinha sido um dia e tanto,mas coisas melhores estavam por vir.
Melhores para mim.
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Mergulhando no inferno
FanfictionA obsessão te leva a fazer coisas que até mesmo o próprio diabo pode temer. É necessário agir com certa brutalidade para estar ao topo do mundo. Ter crescido em um âmbito doentio e brutesco fez com que Morwen, se tornasse incapaz de discernir o erra...