Mergulhando no inferno

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Renzzo Salvattore

Os dias em Angelins City eram tranquilos, quase nunca ouvíamos falar sobre brigas de rua, ou coisas do tipo.

Eu adoro minha vida,mas sinceramente,as vezes sinto que ela é tão parada, por mais que eu goste de calmaria e tudo que minha família pode me proporcionar ,as vezes sinto vontade de viver alguma experiência com mais adrenalina.

Estava fazendo meu  cardio matinal,o dia estava parcialmente nublado,as ruas pouco movimentadas,um dia normal. Quando de longe avistei Elettra,ela estava em sua moto,vestia uma roupa toda preta,assim como portava um capacete completamente preto e escuro. Ela parou em um café,e eu me arrisquei a passar na frente da mesma para que ela pudesse notar a minha presença.

-Renzzo.- Acenou gentil.- Corridinha da manhã?

-Ah sim,me preparando para o jogo de mais tarde.-Sorri educadamente,e confesso que um pouco surpreso pois,desta vez a mulher misteriosa que nunca proferia muitas palavras ,puxou assunto primeiro.

-Bom,eu iria te convidar para um café mas,você aparenta não ter tempo né?

Seria muito errado e mal educado da minha parte,recusar um convite da presença feminina a minha frente,pela segunda vez.

-Eu aceito tomar um café com você,Morwen.

Me sentei junto da mesma,ela pediu dois expressos e algo para comermos.

-Como foi a visita ao orfanato?

-Bem,as crianças são definitivamente muito queridas. Se eu pudesse adotaria todas elas.

-Nunca fui lá,e me surpreende que você goste de crianças.- Eu disse,quase que impensávelmente

-Adoro crianças Renzzo,e tem muitas coisas sobre mim que podem te surpreender,eu te asseguro.

-Não tenho dúvidas disso.-Soltei um riso frouxo.

O café foi agradável. Elettra de fato não era o que aparentava ser, ela era calma, falava com sutileza, sempre sorria delicadamente, era educada e bom realmente as aparências enganam , pois a mulher cheia de tatuagens e com um olhar amedrontador ,gostava de cachorrinhos e de crianças. Ela também gostava de ler romances e bom isso tudo foi informação de mais para mim.

Quando fomos pagar a conta,ela não permitiu que eu pagasse. Confesso que me senti coagido pois acho falta de cavalheirismo comer algo com uma companhia feminina e não fazer a gentileza de pagar a conta,em contrapartida Morwen parece não dar a mínima para essa ideologia, e por fim pagou tudo o que consumimos no local,com a desculpa de que, quem havia convidado ,foi ela,então nada mais justo do que a mesma arcar com a conta final.

Nenhuma mulher nunca fez isso comigo.

-Obrigada pela companhia Salvattore,nós vemos em breve.- A garota subiu em sua moto.-Aliás,está indo para o treino?

-Sim,vou ir correndo para queimar as calorias.- eu ri.

-Sobe aqui.-Ela indicou com a cabeça para que eu subisse no banco da motocicleta.- Te dou uma carona.

-Acho que não seja muito seguro ir sem capacete.

-Use o meu, o caminho é tranquilo e bom,acho que não vamos morrer até lá.

-É perigoso Elettra,e eu nunca andei de moto.

-Bom ta ai,mais um motivo para você vir comigo,vamos Salvattore,um pouquinho de adrenalina as vezes é bom.

Por fim a morena me convenceu e eu subi em seu veículo. Segurei em sua cintura e ela deu de arrancada . O caminho foi tranquilo,um pouco rápido de mais para mim,mas mesmo assim foi bom.

Andar de moto com Morwen foi agradável e realmente,o frio na barriga que essa ação me causou,foi diferente e agradável.

O dia correu bem,apesar de que o tempo logo fechou,e bom a chuva veio como consequência.
Cheguei em casa,tomei um banho quente e relaxante,me vesti em um short mole e me sentei na cama.

Olhei de relance para a janela do meu quarto e senti uma presença um tanto quanto estranha,aquela sensação de estar sendo observado me deu calafrios. Me desprendi dos meus pensamentos quando ouvi o barulho da campainha,por estar sozinho em casa decidi ir olhar quem era.

Não havia ninguém na porta,havia algo.

Uma caixa preta com uma rosa da mesma tonalidade por cima. Um bilhete sem assinatura ou remetente que dizia "Uma vida por outra vida,que em breve será minha"

E dentro do objeto oco de madeira,havia um pássaro,sem vida.