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Morwen Montorya

Ele esta aqui, e desta vez trouxe com sigo um de seus homens. O quarto que eu estou é escuro, tem um cheiro fúnebre de sangue e coisas ruins. As paredes cheias de mofo e infiltrações, não tem janelas e o teto esta caindo aos pedaços.

Quando ele abre a porta, um ranger soa dela. E então ele adentra com o olhar direcionado a mim. A sua esquerda um capanga, e a sua direita uma menina, que exala medo e tristeza.

A garota de estrutura média tem os olhos arregalados, sua pele clara, cabelos cortados na nuca, e o número 1745 marcado em seu pescoço. Marcas por toda sua epiderme, o que possibilita a visão das tais feridas, é o fato de que a garota está despida, completamente nua.

Eles entram no quarto, e bom, que Deus permita que eles não façam nada nem a mim, e nem a pobre coitada.

-Filha, como passou a noite?- verme nojento e descarado.- Achou seu novo quarto agradável meu amor? Responda Elletra, o que achou?.- e então ele agarrou meu queixo com brutalidade, e com desdém.

-Me leve embora.- as palavras escorregaram por meus lábios, como um sussurro. Ele riu.

-Óh não filha, ainda tem muita coisa para acontecer. Você precisa entender os negócios da família.

-Eu na- e antes que eu pudesse terminar a frase, o capanga dele, agarrou a garota pelos braços, a jogou no chão, e então subiu em cima dela como se fosse um animal.

A garota ja não reagia, estava drogada.

E então o cara introduziu sua intimidade na área da pobre garota, ele a forçava tanto que suas partes sangravam. A menina não demonstrava nada, ao contrário de mim, que naquele momento estava apavorada. Era a visão da porra do inferno.

O cara parecia se satisfazer com tudo aquilo, e Luigi olhava aquela cena horrenda com um sorriso impiedoso nos lábios.

-Agora, inseminea.-ordenou

E assim o cara o fez, saindo de dentro da garota.

-Está vendo Elletra, agora a garota vai gerar novos produtos.

Ele se virou, e como se aquilo não fosse a coisa mais desumana do mundo, foi embora me deixando ali.

O sino da grande igreja ja cidade, soou as 7 badaladas. O ar estava denso e o clima de Angelins.C continuava nublado. Poucas pessoas espalhadas pelas ruas do local, andavam distraídas e pouco provavelmente notavam o caos que os cercavam.

A adrenalina percorreu meus vasos sanguíneos, me dando estímulo de vida. Minha moto parecia ter vida, não era eu quem a controlava, e sim ela. A mesma me levava a todos os cantos, me fazia sentir viva, a emoção de estar por ai, vagando em um veículo de duas rodas, pelas ruas molhadas, e em alta velocidade, era com certeza a coisa que maia me excitava a vida.

Acredito que depois de tudo que fiz, e vivi, talvez Deus não me perdoe e eu de fato vá governar o inferno ao lado de satanás, mas hoje eu senti algo gritando dentro de mim.

Estacionei minha moto em frente à igreja local.

Ao adentrar na capela, sou imediatamente envolvida por uma serenidade penetrante. Os altos pilares de pedra poderiam capazes de alcançar o céu, sustentando um teto adornado com afrescos que contam histórias sagradas.

À minha frente, um altar magnífico brilha sob a luz filtrada pelos vitrais coloridos que adornam as janelas altas. O aroma de ervas aromáticas permeia o ar, enquanto meus passos ecoam suavemente no chão de pedra . À minha direita, pequenas capelas laterais abrigam estátuas de santos, ja a minha esquerda um memorial com velas tremeluzentes. Um silêncio reverente paira sobre o espaço, convidando à contemplação e à oração.

Mas eu não estava ali para orar, e muito menos sabia o motivo pelo qual estava aqui.

-Isso é a porra de um jogo.- Uma voz ecoou o ambiente.Uma voz nada reconhecida por mim.

-Quem está ai?.- merda nem mesmo em um lugar sagrado eu tenho paz, inferno.

-Ave Maria, gratia plena,Dominus tecum.- mas que caralho.- Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus.Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen.

-Damien.- O idiota Damien, apenas ele sabia o medo que eu carregava em relação à orações em latim.- Apareça seu idiota.

De soslaio observei que uma figura masculina, aproximando-se lentamente.

-Era uma vez, uma garotinha quê nasceu sendo fruto de uma traição, essa garotinha era muito intrometida. Atrapalhou toda a vida do seu papai, e então precisava ser punida. Mas a garotinha no seu ápice de teimosia, acabou caindo na boca dos lobos errados. Então o papai preocupado a levou direto ao alfa da matilha. A garotinha foi devidamente comida, e dentro de seu ventre carregava a futura vida mais importante do alfa, só que a pirralha além de ser um peso, não serviu nem para dar a luz a um novo ser.- Senti meu coração disparar, o ar me faltava e minhas pernas estavam fraquejando.- A garotinha fujona, deu um jeito de escapar, mas ela não contava que o lobo mal acabou se apaixonando por ela.

-PARA COM ESSA MERDA , PARA.-Gritei em um único som.

-Sabe minha garotinha, não tem ideia de quanto tempo eu venho esperando ansiosamente, para fazer você ser minha por completo.- E então Damien se aproximou o suficiente para que eu pudesse ver sua face.

Sua aterrorizante e traumática face.

Damien, é o doente que me estuprou a minha infância inteira. "Por um ato de amor maior minha querida" ele dizia. O canalha vociferava pra mim que Deus enviou ele para mim. Para que ele pudesse por vida em mim.

Eu fugi dele quando tive oportunidade, fugi dele assim como o diabo foge da cruz. Mas aqui estava ele, me assombrando assim como fez outrora.

Ó Deus, você viu o quanto eu tentei, mas agora, dentro da sua sagrada casa me vejo sem escolhas ou saídas.

-Você não ama nem a si mesmo seu doente.

-Não diga coisas tolas minha querida.

Então ele me agarrou, mas eu me debati em seus braços.

-Vou foder com você aqui mesmo meu amor, para que Deus possa consumar nossa união querida, para que diante do altíssimo você possa ser apenas minha.

-MAS QUE MERDA VOCÊ TEM NA CABEÇA?

-Morwen Elletra Montorya, é isso que tenho na cabeça, minha, você é minha.

Ele me arrastou diante do altar, tentou meu beijar forçadamente, e em um momento brutesco ele me empurrou frente a mesa que estava a nossa frente.

Diante de mim, apenas uma cruz de prata, e que a merda do altíssimo me perdoe, mas ele não me salvou, e então eu irei fazer isso sozinha.

Em um único movimento me retirei de baixo de Damien. Agarrei a cruz, e desferi um golpe na cabeça do indivíduo.

-Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

Proferi a oração que o verme sempre falava para mim, enquanto me violentava. Mas desta vez quem proporcionava dor, era eu.

Enfiei a cruz em seu coração, vendo-o gemer de angústia e desespero. E aquela era a melhor visão que eu tive em anos.Cravei tão fundo o objetivo que seu sangue nojento jorrou. Mas aquilo não me era o suficiente. Agarrei uma vela, e atei fogo por todo seu corpo sujo. O cheiro de sua pele queimando, era a melhor essência que eu ja havia sentido.

Olhando o corpo queimar eu enfim senti um pouco de tranquilidade e calmaria. Talvez Deus realmente não vá me perdoar. Ja que ali, diante da casa sagrada do altíssimo, eu assassinei uma vida.

Uma vida inútil e desprezível.

-In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. Amen.- Fiz o sinal da cruz, me retirando do local, enquanto o verme queimava atrás de mim.

A igreja não pode te salvar agora filho da puta.

Deus expulsou o diabo dos céus, mas agora ele estava saindo de dentro da sua casa.

Mergulhando no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora