Renzzo Salvattore
A garota de olhos negros estava aqui.
Ela me visitou durante anos e anos, sempre vinha com o olhar triste e relutante contra o tal homem de terno preto.
Mas desta vez, sua silhueta havia mudado de formato, ela definitivamente já não era mais uma criancinha. Minha visão ocular ia de encontro com a sua, e minha alma vibrava com uma sensação estranhamente conhecida. Seus olhos exalavam luxúria com toques ácidos de represália. Era de fato intimidador.
Diferente de todas as outras vezes em que ela esteve aqui, a então mulher a minha frente não era levada pelo homem de terno preto.Desta vez ela dilacerava sua pele, sem pudor. Com algo em mãos ela fazia o cara agonizar, o sangue propagava-se pelos ares, ela mantinha um sorriso reconhecível nos seus belos e terrivelmente pavorosos lábios.
Ela aniquilava com facilidade, e com uma notável vontade.
A matança por fim acabou com o corpo do cara de terno estirado ao chão, em um completo caos de líquido viscoso e vermelho. A mulher virou-se em minha direção, seus olhos agora me mostravam um pedaço do inferno.
Os olhos do diabo, com certeza não chegava aos pés dos dessa mulher.
Era atrativo, me prendia como nenhuma outra coisa no mundo um dia pode me prender. Em passos lentos e quase eternos ela aproximou-se, minha respiração falhou , e quando dei conta de mim, ela estava frente a mim.
Próximo o suficiente para me fazer sentir o ardor de sua irá, transparecendo por toda sua estrutura óssea.
-Você não me salvou.- Ela disse, tão perto de mim, que pude sentir seus lábios roçando conta minha pele.- E agora, sinto vontade de corrompê-lo.
A mulher afastou-se e eu vi sua feição perfeitamente.
Acordei com todas as células do meu corpo pulsando em euforia.
Morwen Elettra Montorya, havia me visitado está noite, minha mente só podia estar me sabotando. Era como se depois de todos esses anos sonhando com uma única garotinha, meu cérebro quisesse me fazer acreditar que a tal, tivesse crescido e agora ela já não estava apenas nos meus sonhos, como também na vida real.
Mas esse sonho lúcido não fazia o menor sentido. Elettra era adorável, nada comparado com minha utopia ilusória.
Morwen não era uma assassina.
Ao pouco que pude conhece-la, ela me mostrou ser uma garota fora dos quesitos brutais. Apesar se sua aparência nem um pouco convencional da elite, ela não era má. Ela era diferente, embora alguns situem que ela possuía um ar nada feminino, eu discordo e a acho feminina nos seus detalhes.
Ela é assustadoramente atraente.
Precisei deixar de lado meus pensamentos, e seguir com a minha rotina, hoje seria um tanto quanto corrido, e eu não precisava de mais tormentos psicológicos para me atazanarem ao decorrer das horas.
Ao sair pela porta da frente, me deparei com Eliza que ja estava em prontidão, ao meu aguardo. Ela portava um sorriso doce na boca, e acenava para mim feito criança, quando avista seus pais de um carrossel qualquer.
-Bom dia xuxu.- A inconveniência da garota ao persistir em me chamar por apelidos, era de longe algo que me incomodava muito.
-Bom dia Eliza.
Ela ergueu seus pés e me arrancou um beijo não tão demorado.
-Programei nosso dia, para que ele seja incrível meu amor.
-Ótimo.- Disse entrando no carro, e em seguida ela deu partida no automóvel, até que estivéssemos no campo da faculdade.
Morwen Montorya
Ele saiu do carro, estava com uma cara de mau humor notável. Mas de qualquer forma sua doce beleza permanecia aparente.Logo atrás, aquela vadia sem sal o seguia, como uma cadela no cio.
Eu precisava tirar ela da jogada,o mais rápido que eu conseguisse
Ele se aproximou, ficando na minha presença, e a garota aparentemente não estava nem um pouco satisfeita com tal atitude.
-Elettra como vai?.- Ele me perguntou e eu me aproximei para abraça-lo.
Em contato com seus braços claramente definidos e fortes, pude sentir seu cheiro com acidez e doçura ao mesmo tempo. Era um cheiro viciante. E logo logo, esse cheiro ira pertence a mim.
-Estou bem Renzzo, e você?
-Bem.- Ele deu um passo a trás.- Esta é Eliza,minh—
-Namorada dele.- Renzzo foi cortado pela inconveniente garota que está com ele.- E meu nome é Eliza, prazer em conhecê-la.- Sorriu falsamente.
-Na verdade, eu e Eliza não namoramos.- O menino lançou-lhe um olhar notoriamente irado.
-Bom, seja o que for que ela seja sua.- olhei pra criatura feminina a minha frente.-É um prazer te conhecer Eliza, eu sou Morwen Elettra.- Pus na cara meu melhor sorriso teatral, e a voz mas idiota o possível, precisava parecer meiga.
-Eu sei quem você é.
-Elettra, o que você faz aqui na faculdade? Veio começar algum curso?
-Na verdade não Salvattore. Eu vim aqui fazer uma doação para a biblioteca.
Doação é o caralho, vim em busca de alguns documentos extremamente valiosos para minha vingança, mas o Salvattore não precisa saber disso.
-Você realmente é uma boa pessoa.- Ele disse aquilo com a intonação de que afirmava a si mesmo.
-É eu acho que sim.
-Benzinhoo.- A voz irritante da loira percorreu pelo nossos ouvidos.- Estamos atrasados para a aula.
-Está bem, vamos. Foi um prazer te rever Morwen.- E antes de sair ele me abraçou novamente, e eu depositei um beijo propositalmente nos cantos de seus lábios, ele me encarou confuso , mas eu apenas me virei e sai.
-Até outro dia Salvattore.
Ele é como a porra do paraíso, perfeito e adorável. É como a porra de um dia ensolarado que chove, e no final o arco-íris brota das nuvens, esperando para que o primeiro sortudo encontre o pote de ouro.
Na realidade, acho que Renzzo é o pote de ouro.
E agora que ele está em meu caminho, não irei deixar que ninguém roube o meu tesouro de mim.As vozes na minha cabeça insistem para que eu arranque a loira de vez da jogada. Mas preciso agir com cautela.Cada célula do meu corpo grita por ele, e eu estou ciente de que ela não vai desistir tão fácil assim. A não ser que esteja morta, mas isso não vem ao caso.
O diabo teme, as atrocidades que eu serei capaz de fazer por aquele homem.
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Mergulhando no inferno
Hayran KurguA obsessão te leva a fazer coisas que até mesmo o próprio diabo pode temer. É necessário agir com certa brutalidade para estar ao topo do mundo. Ter crescido em um âmbito doentio e brutesco fez com que Morwen, se tornasse incapaz de discernir o erra...